formas e meras cópias do mundo visível. E Para Aristóteles, é a imaginação que nos apresenta as imagens – ainda como atividade reprodutiva e imitativa. Contudo, o filósofo pondera que o pensamento...
Para Platão a imaginação é concebida como imitação da verdade, sombra das formas e meras cópias do mundo visível. E Para Aristóteles, é a imaginação que nos apresenta as imagens – ainda como atividade reprodutiva e imitativa. Contudo, o filósofo pondera que o pensamento não é imagem em si, mas que este não existe sem ela. Além disso, ao colocar a interrogação sobre a imaginação, confere à experiência sensível o discernimento entre verdadeiro e falso, uma vez que imagens nos aparecem também quando fechamos os olhos. Para Platão existe duas técnicas de criar imagens, uma que é a técnica de criar imagens corretas e adequadas das coisas, os eikones, e a técnica de criar imagens inventadas de coisas que podem até não existir, que é phantasmata. |
Durand acredita no caráter pré-verbal da imagem e afirma que os significados figurativos das imagens são intrínsecos à significação imaginária, de modo que a imagem carrega consigo seu próprio sentido, o figurado. Portanto, do símbolo composto da imagem, importa mais o conteúdo, sua força, do que sua forma – nessa definição, o símbolo possui valor por si mesmo e, através da dinâmica da imaginação, deriva a homogeneização do significante e do significado. Para Durand a imagem simbólica é transfiguração de uma representação concreta através de um sentido para sempre abstrato. Na compreensão de Durand a imaginação simbólica é marcada por um simbolismo flexível e certa redundância. É por meio da redundância que o símbolo preenche o que lhe escapa ou ausenta, consequentemente, o caráter simbólico da imagem se apresenta e se aperfeiçoa de modo relacional e estrutural, ou seja, por homologia, com outras imagens também simbólicas. |
O trajeto antropológico para Durand é aquilo que oscila entre gestos pulsionais do ser humano e o nível cósmico, social e material do meio em que este habita. Enquanto o movimento desse percurso pelas dimensões objetiva e subjetiva é operacionalizado através da imaginação, o imaginário, por sua vez, encontra vazão na reversibilidade de seu próprio caminho antropológico, sistematizando imagens, podendo partir tanto da cultura quanto do “natural psicológico, uma vez que o essencial da representação e do símbolo está contido entre esses dois marcos reversíveis”. O imaginário, intimamente relacionado à trajetória simbólica, possui níveis por entre os quais as imagens se orientam: schème, arquétipo, símbolo e mito; além de estruturar-se em três universos míticos, os quais foram denominados heroico, dramático e místico. |