Os momentos livres na vida de um novo nômade significam também passeios turísticos. Pelo menos nos primeiros dias. E uma figura está presente em praticamente todos os pontos de Buenos Aires, cidade na qual estou morando agora: a Mafalda!
Os momentos livres na vida de um novo nômade significam também passeios turísticos. Pelo menos nos primeiros dias. E uma figura está presente em praticamente todos os pontos de Buenos Aires, cidade na qual estou morando agora: a Mafalda! | ||
A personagem criada pelo cartunista Quino tornou-se um grande símbolo argentino. É possível encontrar incontáveis referências a ela em praças, muros, lojas, feiras, etc. | ||
Os argentinos realmente amam a Mafalda! | ||
Engraçado pensar que o mesmo não acontece com a Mônica, por exemplo, no Brasil. Não tenho dúvidas de que os brasileiros gostam muito da turminha criada por Maurício de Souza. No entanto, a nossa menininha de HQ não é tão explorada (positivamente falando) como símbolo de um país. E poderia ser. Afinal, a Turma da Mônica tem muitos elementos extremamente brasileiros e, assim como Mafalda, também faz muito sucesso no exterior. | ||
Enxergo, no entanto, um diferencial. | ||
Mafalda é uma personagem muito mais preocupada com a situação caótica do mundo. Ela é extremamente questionadora e reflexiva sobre várias questões, como a paz mundial e a desigualdade. Mafalda é muito incomodada com o status quo. | ||
A incrível turminha de Maurício aborda diversos temas sociais relevantes - como representatividade e bullying - e de uma forma mais infantilizada. Porém, a Mônica não se envolve muito em questões mais políticas e polêmicas. E sem problemas quanto a isso, pois ambas as criações são cases de sucesso. | ||
Contudo, Mafalda não é só mais um produto de sucesso. Ela é uma revolucionária. Para o povo argentino, que sofre com muitos dos principais problemas da sociedade moderna das últimas décadas, Mafalda representa o sentimento angustiante de insatisfação. Com humor, acidez e sinceridade, é uma personagem que diz tudo aquilo que os argentinos gostariam de dizer para o mundo e sobre o mundo. | ||
Tomara que em 2022 esse posicionamento chegue também no bairro do Limoeiro, pois o Brasil vai precisar de toda ajuda possível para se livrar de certos males que estão por aqui. Até mesmo da Dona da Rua. | ||
Pelo menos ela já está sempre de vermelho... | ||
SOBRE DANI FURLAN | ||
Apesar de falar muito sobre cinema e também chamar Daniel Furlan, não faço parte do Choque de Cultura. Mas produzo críticas e análises de filmes e séries na internet há mais de 10 anos. Você pode conferir meus conteúdos sobre Storytelling, filmes e séries no Instagram (@_danielfurlan), no Telegram, no TikTok, no site D2O Inc. e no Youtube do Cinemascope. | ||
Além disso, sou jornalista e professor de roteiro, storytelling e escrita criativa. Também trabalho como Coordenador de Narrativas na MOVA Filmes, gosto de viajar e de escrever histórias de ficção. Não por acaso, escrevi o livro De Primeira Viagem: Personagens da Europa, que já está disponível para venda na Amazon e no site da Chiado Books. | ||