A meta é viver no Meta Verso
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A meta é viver no Meta Verso

Recentemente foi anunciado pela empresa Facebook a mudança do nome para Meta, com o anúncio veio também a noticia de investimentos maciços no desenvolvimento do chamado meta verso. Se você mantém um distanciamento higiênico da internet e está...

Rafael Pestille
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Recentemente foi anunciado pela empresa Facebook a mudança do nome para Meta, com o anúncio veio também a noticia de investimentos maciços no desenvolvimento do chamado meta verso. Se você mantém um distanciamento higiênico da internet e está boiando no assunto, explico.

Basicamente já está sendo desenvolvido por empresas uma realidade virtual (uma matrix para deixar mais fácil o entendimento) onde avatares vivem em um mundo virtual. É somente isso? Não! Usarei desse espaço para falar com você sob uma perspectiva sociológica do tema.

No momento que escrevo esse texto foi anunciado a compra de terrenos nesse ambiente que ultrapassam a cifra de 30 milhões de dólares. Mostrando na minha humilde opinião que essa tecnologia veio para ficar.

Você deve estar pensando, beleza Rafael e o que isso com a ver com a vida das pessoas?

Faço uma análise tendo em vista o quanto a sociedade já está obcecada em fugir da realidade. O Meta Verso vem para deixar a sociedade ainda mais anestesiada ao que acontece na vida real. A aderência em massa da população, bem como o tempo que se dedicam a rolar a tela do celular nas mídias sociais. Acende uma luz vermelha do esforço que se tem para abandonar o real e se poder ser o que quiser no Meta Verso.

O marketing, que já a algum tempo se coloca como grande salvador da pátria, se apropria rapidamente da ideia e já monetiza produtos dentro do ambiente novo. Em anos de vacas magras e desajustes monetários pelo mundo, fruto do vamos ficar em casa que a peste chinesa vai embora por cansaço e a economia a gente vê depois, já se vê movimentos como o descrito de venda de terrenos na nova Narnia. Acredito que o movimento seja só o começo. Logo teremos avatares arquitetos projetando casa e edifícios para que muitos possam esquecer a vida miserável de casas apertadas e disfuncionais e passem a ter, em fim, um lugar que caiba mais que 4 pessoas na sacada adaptada para o churrasco de carne de segunda. Com a massificação do novo ambiente, ter aquele carro tão sonhado não vai ser mais impossível e a despesa com IPVA já não será mais um problema (espero que o governo não nos tribute nesse ambiente também).

Vejo a tecnologia como um avanço para o esgotamento claro do capitalismo ocidental. Lá não haverá mais discussões sobre poluição, que rapidamente serão substituídas pela indústria da moda proporcionando variedades imensas de opções de roupas.

Já os garotos de 16 anos, intimidados e acovardados na vida real, pois nessa idade não se tem tanto dinheiro assim e logo não se pode contar com ferramentas necessárias para se conquistar alguém, podem puxar conversa com garotas, sem serem acusados de assédio, quando perguntam se podem pagar uma bebida.

Logo a já quase extinta coragem de se viver recebe sua pá de cal.

Seja lá como o marketing vá tentar vender essa ideia, para mim ela já nasce com altíssima demanda. A vida insuportável impõem mais remédio, e esse sem sombra de dúvidas é o mais barato e com efeitos infinitos.

Meu conselho é que você analise sua profissão e já vá pensando em como irá trabalhar nesse ambiente porque logo logo o fetiche do home office será transmitido via Meta Verso.