Marketing dos campeões
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Marketing dos campeões

A insignificância, coisa mitigada em certo nível em uma sociedade de mídia, aflora ou narcisismo outrora tido como “coisa feia” e expõe uma das características mais difíceis de existir, ou anonimato.

Rafael Pestille
2 min
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A insignificância e o anonimato, coisa mitigada em certo nível numa sociedade de mídias sociais, deixau aflorar o narcisismo, que durante muito tempo foi soterrado pela contingencia da vida., que agora se expõe em sua pior versão.

O impacto da sua mensagem, como os coachees e vendedores de curso on line gostam de dizer, passam a ganhar likes, num discurso raso de como o curso da vida se dá de fato.

Em conversas que mais parecem currículos e localização de emprego, sobram vencedores e faltam perdedores. Nada disso, agora os perdedores também vencem e são rapidamente resgatados pelo marketing, ganham patrocínios e louros pela coragem de ir contra o clube opressor chamado olimpíadas.

Vidas desapercebidas que entram num projeto guiados pela voz de seu coachee que “sim nós podemos” esquecem que a pelo menos 2700 anos oprimidos do mundo todo de livre e espontânea vontade doam décadas preciosas de sua vida, respondendo ao chamado de Atenas, que jamais quis promover, harmonia e a paz.

O abandono da vida concreta leva uma geração inteira ao êxtase. “Abandonemos, empregos, família, cursos de medicina e direito para viver o tal propósito”.

A marketização empobrece as conversas.

Exemplos pescados no mar da internet não justificam a maioria das coisas.

Mas no workshop ouve-se gritos SIM, NÓS PODEMOS!

O sucesso de palco está aí, sendo difundido a todos os cantos dessa rede de olhos atentos, compostos por 3% dos seus “700 seguidores”.

E a cada atualização de feed, sigo vendo 10 camas, 9 delas desarrumadas.