Sobre – Lula e a Carta aberta aos evangélicos – Parte 01
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Sobre – Lula e a Carta aberta aos evangélicos – Parte 01

Hoje, a campanha do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ao segmento evangélico uma carta aberta, um aceno, no intuito de angariar votos. A estratégia é a mesma adotada por Haddad em 2018.

Dérek Andrey
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Hoje, a campanha do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ao segmento evangélico uma carta aberta, um aceno, no intuito de angariar votos. A estratégia é a mesma adotada por Haddad em 2018.

Sobre o teor delas, gostei mais da de 2018. O escrevente teve mais trabalho de procurar textos bíblicos, teve maior profundidade teológica. No entanto, não é esse o cerne da questão que quero dirimir a vocês caros leitores.

Primeiramente, mister remontar que esse texto é encaminhado ao seguimento cristão: majoritariamente aos protestantes e/ou católicos.  

Dito isso, a reflexão que quero trazer à baila nessa tarde é a seguinte: será que a ideologia do Partido dos Trabalhadores (PT) é mesmo contra os princípios cristãos?

A resposta de prontidão é: sim! Já discorri, de forma eminentemente teórica, inúmeras vezes a respeito, apresentando os valores trazidos pelos fundadores do marxismo, do materialismo histórico, do gramscismo, bem como as encíclicas papais e as opiniões dos mais respeitados teólogos do protestantismo que as contrastam.

Entretanto, ao que parece, tal estratégia de apresentação puramente metafísica está muito longe de ser palatável a todos, e muitos ainda creem, verdadeiramente, tratar-se de teoria da conspiração, afinal o governo do PT promulgou a lei da “liberdade religiosa” e “nenhuma igreja foi fechada no período Lula/Dilma”.

Bom, se a fundamentação teórica não convence, sigamos os ensinamentos bíblicos: conhecereis a árvore pelo fruto; apontemos algumas ações dos governos petistas que flagrantemente violam os princípios cristãos em sua essência.

1 – Aborto e Censura

Nessa carta, o Lula fala que é pessoalmente contra o aborto. Há pouco dizia claramente ser a favor, fartos são os vídeos nas redes sociais. Todavia, repisemos a historicidade própria de seus governos (2003 – 2010), isto é, seus frutos.

O primeiro a se mencionar é o resgate, em 2004, pela então deputada Jandira Feghali (PCdoB – base aliada do governo) do PL 1.135/91, o qual aglomerava em si uma série de PL`s que dispunham sobre o abortamento produzido. A sua redação final ampliava ainda mais o desejo abortivo construído pelo PL 176/95, de José Genuíno (PT), preconizando em seu artigo 1º o seguinte: É livre a interrupção da gravidez, até a décima segunda semana de gestação, nos termos desta lei.

Felizmente o projeto foi minado pela base pró-vida, inclusive contando com a ajuda essencial de um próprio legionário do PT: Luiz Bassuma, que posteriormente foi punido por seu posicionamento sendo convidado a se retirar da legenda. Este alega, atualmente, que está encrustada na ideologia do partido a legalização do aborto e que o ex-presidente é claramente a favor do abortamento.

Mais: as tentativas de legalização não se findaram em 2004/2005. Após as interrupções ocasionados pelos escândalos de corrupção do mensalão e da CPI dos Correios, foram reiteradas variadas vezes: 2006, 2008, sendo arquivadas, até o presente momento, somente em 2012.  Tem-se, assim, que foram 08 anos de tentativas árduas de aprovação de uma legislação claramente pró-abortiva.

Não conseguindo a aprovação de uma legislação direta nesses 08 anos, atuaram de forma concomitante, mudando mecanismos ministeriais, através de decretos presidenciais (O presidente tem importância), que funcionavam, na prática, como catalisador do aborto. Foi à partir de 2004, por exemplo, que se retirou a necessidade de apontar algum indício de violência sexual para a realização do abortamento legal na rede SUS, bastando para a concretude de tal prática tão somente a palavra da mulher, seja em que altura da gestação fosse.

Retomando: após a derrota (da legalização direta) no Congresso em 2012, uma nova forma de atuação ganhou pujança. A atuação na seara jurídica. O governo começou a trabalhar com a implementação de políticas públicas de direitos humanos como o PNDH 3, ou seja, assinava termos, conferências e tratados que eram tomados como supranacionais e por isso tinham que ser implementados no território nacional.

Nesse sentido, o STF foi invadido pela exegese da supranacionalidade, da neoconstitucionalidade, legislando sobre questões consideradas “tabus”: aborto de bebês com anencefalia, casamento entre pessoas do mesmo sexo; o que é claramente defeso pela própria constituição visto a tripartição de poderes, devendo estes serem independentes e harmônicos entre si.

Deu-se, assim, as bases para a judicialização total da política brasileira. O PT e seus aliados, judicializam qualquer tipo de derrota frente ao Congresso Nacional. O STF se tornou, assim, o maior validador de políticas que não passam em nenhum momento pelo legislativo; mal que deu poder inimaginável a figuras não eleitas e que não tem o menor pudor em infligir sua visão de mundo à sociedade. O resultado vemos hoje: censura a inúmeros veículos de imprensa, prisões arbitrárias e total insegurança jurídica.

Em síntese, esses são apenas dois frutos dos governos petistas: busca incansável por assassinatos de crianças indefesas nos ventres de suas mães, e desvirtuação da república (instauração do “mensalão”, “petrolão”, bem como aplicação de censura por parte de magistrados amigos).

Falemos mais nos próximos capítulos! Até breve!

Atenciosamente,

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Dérek Andrey de França Nascimento

Referências Bibliográficas:

Portal da Câmara dos Deputados (camara.leg.br)

PL 1733/96 (camara.leg.br)

Entrevista: Luiz Bassuma fala do Estatuto do Nascituro, de aborto e do PT (semprefamilia.com.br)

Folha de S.Paulo - Saúde: Projeto de lei do aborto tem primeira derrota - 01/12/2005 (uol.com.br)

Em carta aos evangélicos, Lula defende liberdade de culto (msn.com)

Haddad divulga carta a evangélicos. Leia na íntegra (gazetadopovo.com.br)