Sobre – O tetracampeonato da Copa do Brasil
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Sobre – O tetracampeonato da Copa do Brasil

Estádio do Maracanã, 19/10/2022. Magnética empolvorosa. Os cânticos de batalha soam pelas estruturas, não só de Mário Filho, mas de todo um país continental. Perdoem-me os vascaínos, mas esse de fato é o clássico dos milhões.

Dérek Andrey
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Estádio do Maracanã, 19/10/2022. Magnética empolvorosa. Os cânticos de batalha soam pelas estruturas, não só de Mário Filho, mas de todo um país continental. Perdoem-me os vascaínos, mas esse de fato é o clássico dos milhões.

Duas nações, mais de 70 milhões. Coadjuvantes atentos, prontos para secar aquele que menos lhe apraz.

Duelo de titãs. Combate pela supremacia. Peleja pelo domínio dos ares. Urubu Rei ou Gavião?! Quem sagrar-se-á campeão?!

Inicia-se o jogo, pressão do mais querido, normal, quem luta em terras conhecidas tem vantagem sobre o adversário. Pressão! Caldeirão! Gol do Reverência, artilheiro irreverente (coisas do futebol). Parafraseando Everaldo Marques: Pedro você é Ridíiiiculo!

Nesse momento, a dama de vermelho engana-se, põe salto alto.

Assimilado o baque, o guerreiro do Parque São Jorge renasce! Assim como uma fênix que ressurge das cinzas, ou melhor, como um bando de loucos desvairados, se posta ao ataque. Não se intimida, equilibra e se sai melhor já na primeira etapa.

Intervalo. Emoções à flor da pele. O salto colocado demonstra fragilidade, sua ponta contempla indícios de ruptura. Mudança de atitude? O guerreiro não deixa!

Assim como São Jorge não titubeia e finca a lança no dragão, o bando não para. O primeiro arremate de sua lança fere com ferocidade. Susto! Roger Guedes perde! Huuul!! Os tambores alvinegros se inflamam! Os pequenos representantes fazem frente a uma cidade inteira!

Quem espera, quem batalha, sempre alcança. Aos 82, Giuliano marca! Explosão! Virada?!

Cambaleando, na iminência de queda, a dama lembra de seus tempos duros, quando vivia com os pés descalços, no chão. Em ato de pura maestria, em meio ao total desequilíbrio, não se esfacela no solo; retira o salto e se põe a se sujar.

Desacostumada com a dureza da vida, perde o primeiro. Aflição, pânico, medo, fé! Marcanaço?! Mais um? América do México, Santo André, Independente?! Todos esses invadem a mentalidade rubro-negra, como não, né?!

Ora, quem poderá resolver?! Chama o Homem; chama o Gabi. O ponto de inflexão. Todo o nervosismo, toda a angústia foi aglutinada nele. O quinto batedor. Gol! Huaaaaarrrgg!!!

A contraposição de sua frieza na batida à explosão imediata com o bramido e urro gutural do gol é a mostra cristalina do paradoxo de uma decisão. 8 ou 80. De 0 a 100. Tudo pode acontecer, e essa é a mágica do futebol.

Como diz o ditado popular: DEUS escreve certo por linhas tortas. Para coroar e fechar com chave de ouro; o sétimo batedor: Rodinei. Tão criticado, mas também tão ovacionado. De pior do Brasil, para: Rodinei é seleção! Quem mais poderia findar esse misto de emoções, essa antítese de sentimentos, senão esse boa praça?!

Parabéns ao Corinthians pelo jogo. Parabéns ao Flamengo pelo título. O futebol e sua paixão ainda resistem!

Atenciosamente,

Dérek Andrey de França Nascimento  

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