EU, NÃO, A-CRE-DI-TO! EU, NÃO, A-CRE-DI-TO!
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EU, NÃO, A-CRE-DI-TO! EU, NÃO, A-CRE-DI-TO!

Podem fazer as análises que quiserem. A favor ou contra o arrego de Bolsonaro. Podem acreditar na moderação de Heleno e Mourão. Em toda a lógica passapanista de apoiadores frustrados. Nós não fomos induzidos, convidados, a ir para as ruas no ...

Paulo Vogel09/12/2021
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7/9/21 - Manifestação em Brasília e São Paulo
7/9/21 - Manifestação em Brasília e São Paulo

Eu não acredito na existência de qualquer possibilidade de negociação democrática quando se está numa guerra[1] pela tomada do phoder, por razões históricas, psicológicas, e da simples observação do que estou assistindo. E seria leviandade e arrogância minhas julgar o Presidente sem ter o menor conhecimento do que acontece em meio às paredes dos principais prédios da República. Eu sempre imagino como deve ser difícil estar naquela cadeira lidando com pressões por intere$$e$ desejados (mesmo que republicanos) e, no caso dele, tantos intere$$e$ prejudicados (mesmo que republicanos). Basta lembrar: políticos, partidos, sindicatos, entidades como MST, MTST, ONGs cujos interesses nunca são claros, empresários amigos do Rei, verbas publicitários a veículos da mídia que sumiram, ameaças de perda de concessão, os possíveis afetados por uma reforma administrativa (“desde que eu não perca meus privilégios e ‘direitos adquiridos’”), empresas temerosas de uma reforma tributária (que só é boa se “me beneficiar”) etc. etc. etc.

A História mostra que como resultado de qualquer embate, haverá, ao final, um vencedor e um perdedor. Quem acredita num recuo de Moraes está se enganando, está cego para o fato evidente de que ele está a serviço de “alguém”, ou, no mínimo, de uma “causa”. Se de alguém, até agora não se sabe de quem. Se de uma causa, está claro que não é a da democracia, nem da liberdade de expressão, muito ao contrário, sua intenção é de ELIMINAR qualquer dissonância com os propósitos socinistas[2]. Moraes não vai parar. No momento ele só contemporizou para não ser ingrato com Temer, seu tutor e quem o nomeou para o STF. É só esperar para ver.

A psicologia, que trata de entender as nuances da mente humana, mostra que reconhecer um erro é mais do que uma dificuldade que temos como indivíduos, e é, na maioria das vezes, uma total impossibilidade[3]. Mas quando se chega à beira da derrota, não há outro fim a não ser a da derrota por nocaute, pois, se entregar, nunca está nos planos daquele que se encontra combalido.

Já a observação dos acontecimentos da vida me mostra, todos os dias, todas as horas, em todas as situações, que na ação humana o que predomina é o interesse particular, é a genética egoísta - estudada e explicada por Richard Dawkins -, que nos conduz (e não como um imperativo moral). Esta constatação é que me leva a deixar as tantas perguntas incômodas para as quais ainda não temos respostas minimamente satisfatórias:

  1. O que justifica um “eminente” jurista, elevado a Ministro do STF, declarar em discurso na suprema corte que “quem não quer ser criticado que fique em casa” e pouco tempo depois ser autor do “inquérito do fim-do-mundo” que, por qualquer crítica feita em redes sociais a ele ou a seus pares, autoriza prisões a arrepio da Constituição?
  2. O que justifica outro “eminente” advogado, também integrante do STF, em solene evento de apresentação da urna com voto impresso auditável tenha declarado que “Na vida, a gente deve trabalhar para minimizar o risco de problemas e não para aumentá-los. A sabedoria não é vencer os problemas, mas evitá-los quando possível”. Entretanto, agora, quando o Presidente Bolsonaro propõe a implantação de tal recurso, ele se agarra ferrenhamente à posição de ser contra tal processo auditável, chegando a ponto de dizer que a "garantia” da inviolabilidade das urnas e da legitimidade da totalização é expressa num "podem confiar em mim"!!!???
  3. Qual a fortíssima razão para que o STF, através de um ato de um de seus ministros, prende um deputado em flagrante atentado à imunidade parlamentar prevista na Constituição e em absurdo desrespeito pelo poder Legislativo? E, em decorrência, o que sustenta a não reação do Congresso?
  4. Como entender as tantas quebras inconstitucionais de sigilo bancário e telemático de empresas de atuação na mídia digital, sem qualquer e mínima acusação, enquanto negam até hoje a quebra destes mesmos sigilos de Adélio e seus advogados? Será que tem mandatário do atentado que não pode ser descoberto?
  5. ... Você pode seguir com a lista de exemplos tomados da ação de outros “Supremos”; prisões de jornalistas, dona-de-casa, cantor sertanejo, líder de caminhoneiros etc.

Eu fico por aqui, pois meu objetivo é imaginar onde atos como esses vão nos levar, porque, não duvide, eles vão continuar a acontecer. Eles vão continuar a atacar qualquer coisa que o governo faça e Bolsonaro fale. Os partidos de oposição vão continuar a judicializar qualquer decisão do Congresso. A imprensa continuará a falsear desavergonhadamente os fatos mesmo que imagens a desmintam. A “intelligentsia” nacional e internacional esquerdopata vai continuar a usar a novilíngua para desqualificar tudo e a todos. Empresários que progrediram encostados nas benesses do Estado petista, vão continuar a desejar e apostar na volta do “ancien régime”, com 9Fingers ou com “terceira via”.

Antes de terminar, quero apresentar um outro raciocínio que vou deixar para o Leitor avaliar se é o que acontece por trás dos véus negros que impedem uma visão realistaa do que acontece no planalto central e, se sim, qual a relevância para o processo eleitoral de 2022.

Pensem comigo. As facções criminosas têm em Bolsonaro (ou em qualquer governo que apoie valores conservadores) o maior inimigo. Seja porque eles não querem ver aprovadas leis que permitam a posse e o porte de armas para o cidadão de bem se defender, seja porque a ideologia “progressista” protege bandidos sob o argumento de que são “vítimas” da sociedade, não é razoável supor que os grandes chefões do crime e do tráfico nacional e internacional de drogas estejam MUITO interessados no processo político-eleitoral? E se aceita esta tese, não é óbvio imaginar que estejam “investindo” recursos para terem seus interesses atingidos? E não é possível imaginar ainda que tais atuações, não conhecidas, possam estar sendo de pressão (até de ameaças à vida) sobre agentes aparelhados dentro do Estado para mexerem “pauzinhos” aqui e ali para contribuir com o plano geral? É só uma pergunta.

A multidão avassaladora de uns “poucos mil”[4] pelo Brasil afora no 7 de setembro e em datas anteriores, é fundamental para a resistência dos que não aceitam se tornar escravos de uma “ditadura do proletariado[5]. Teremos que ir às ruas mais vezes sempre que percebermos necessário, e lembrando que não basta fazer o melhor que podemos, temos que conseguir o que queremos[6].  Mas não coloco um centavo de real na aposta de um acordo que permita o país voltar a uma normalidade institucional e na possibilidade de Bolsonaro chegar às eleições de 2022 sem uma forte ruptura. Os intere$$e$ prejudicados pelos atos do governo Bolsonaro são muitos e grandes. Há uma quantidade enorme de perdedores de 2018 além do PT. A corda vai continuar a ser esticada e a normalidade desejada por nós só virá quando ela finalmente arrebentar deixando agentes caídos por todos os lados, dos dois lados. É por isto que...

EU, NÃO, A-CRE-DI-TO! EU, NÃO, A-CRE-DI-TO!

(Ler com a entonação que o povo dá nas ruas.)

[1] Sobre a mensagem do Presidente, está na pauta em parte da netmídia a fala de Churchill sobre o acordo celebrado por Chamberlain:  "Entre a desonra e a guerra, escolheste a desonra, e terás a guerra".

[2] Socinistas e socinismo, são expressões que venho usando para identificar o pacote, na maioria das vezes, indistinguível entre socialismo e comunismo, entre socialistas e comunistas.

[3] Recuar não possível, ou recuar é para tomar impulso, ou recuar é um ato de heroica dignidade?

[4] Veja e compare imagens, declarações e títulos de matérias nas redes sociais com as da mídia tradicional.

[5] Só uso a expressão “ditadura do proletariado” porque esta é a que os fãs de Marx e Gramsci usam para sintetizar seus objetivos.

[6] Ideia similar é atribuída a um discurso de Winston Churchill. Para muitas frases deste estadista, ver https://www.pensador.com/frases_de_winston_churchill/

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