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Vésperas de um ano novo com velhos problemas.
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Vésperas de um ano novo com velhos problemas.

Estamos nas vésperas de 2022 e nosso futebol nacional , não parece estar nesse mesmo ano.

Daniel Henrique Ribeiro
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Estamos nas vésperas de 2022 e nosso futebol nacional , não parece estar nesse mesmo ano.

Quando assistimos os times de Klopp e Guardiola jogarem,parece um outro esporte. E você já deve ter lido e ouvido diversos motivos , que faz esse abismo acontecer. Você deve ter lido e ouvido diversos motivos , de diversas áreas também. Jornalistas , jogadores , técnicos , boêmios , padeiros , advogados… 

Enfim , você já ouviu teses de todos os cantos para isso acontecer.

Não vou discutir se todos esses estão certos e errados , não é o foco aqui. O interesse aqui é falar do que vemos por mais de 15 anos na Europa e vemos raramente por aqui na América do Sul. Só para registrar , nessas raras vezes que vimos isso por aqui , quase nunca vimos isso no campeonato brasileiro ou em competições nacionais.

Como isso funciona? Como isso não funciona? Qual a maior diferença? Alguma semelhança?

Previsões?

Vou mastigar o máximo o possível para vocês, trazendo lembranças e comparações.

Quando disse que quase nunca vimos isso em terras brasileiras , logo alguém vai lembrar do mais recente. O time que mais se assemelhou aos grandes times e também aos seus desempenhos , foi Jorge Jesus.

A diferença foi tão grande em comparação nacional , que o português , fez um time que possuía Filipe Luís e Pablo Mari na sua linha defensiva, jogar com uma linha alta. Citei os dois , porque nenhum deles tem na velocidade às suas características e que nenhum dos dois , estavam acostumados a jogar de tal forma na carreira. Sempre lembrando que o Filipe , principalmente , jogando com Simeone , atuava com linhas baixas , por características do seu técnico e por características de seus companheiros. Aquele sistema defensivo famoso , do qual ele fez parte , teve Godin , Juanfran , Miranda ,Alderweireld , para citar outros que não tinham a velocidade como característica. 

Mas não era só essa linha alta que fez Jesus sobressair em solos Tupiniquins. Parece óbvio que em um jogo que tem cada vez menos espaço para jogar , você precise ou procure sempre ter , maioridade numérica para conseguir êxito. Jesus sempre procurou isso quando seu time tinha a bola e por muitas vezes obteve êxito.

É lindo ver Arnold e Robertson , atacar pelas respectivas laterais , dando assistência , atrás de assistência. Não tem como negar.

Mas está disposto a deixar seus zagueiros expostos?

Como era lindo ver Daniel Alves e Abidal atacar ao mesmo tempo. Sempre dando opções para Xavi , Iniesta , Busquets…

Mas está disposto a deixar seus zagueiros expostos?

Essa pergunta precisa ser respondida. Precisa ser estudada. 

Isso acontece?

Chuto que não. Mas é apenas um palpite.

Como já citado neste texto , Simeone , nunca apresentou, com decorrência , um jogo mais impositivo. Um jogo que atacasse com 8 , até 9 jogadores. Por isso talvez seja a maior semelhança que alguém já conseguiu fazer por aqui. Linhas baixas , zagueiros extremamente protegidos, agressividade defensiva extremamente conservadora.

Como já dito por aqui ,temos exceções. Aqui no Brasil , Pablo Mari , Filipe Luís são exemplos que deram certo. Na Europa , Piqué , Stones , Matip , Hummels , Sule , são exceções de jogadores não velozes , que conseguiram sucesso com linha alta.

O mais engraçado , é que temos sim , material humano aqui. Quando ouvir alguém falar que não temos , entenda que é mentira. Temos sim , zagueiros rápidos , laterais com boa qualidade técnica , volantes e meias com um bom entendimento do jogo, atacantes com um bom poder de finalização e posicionamento. Essa não é nossa carência. Sem contar que se faltar alguma peça dessa , em nosso solo , os grandes clubes têm condições (financeiras) de procurar pela América do Sul.

Creio que tudo o que foi dito aqui , já deve ter sido discutido em convenções da CBF , com vários técnicos do nosso cenário. Desinformação , não é o motivo desses movimentos serem tão raros por aqui. Colocar em prática , não é tão simples quanto colocar em palavras. Mas urgentemente , precisamos colocar mais em prática isso por aqui.

Que venha 2022.