Avisos do passado mostram que todo cuidado é pouco a partir de agora

Os avisos que recebemos de 1982, 2006, 2010, 2014 e 2018 nos nos indicam que chegamos em um momento de atenção máxima na copa do mundo atual, no Catar. Cito as seleções clássicas de 82 e 06 pois tinham em sua formação nomes gigantes do futebol brasileiro, e que todos falavam que ganhariam fácil a competição mais desejada do planeta! Bem, não foi assim que a história aconteceu, infelizmente passando apenas de seleções inesquecíveis, mas que deixaram o enorme vazio do título no coração de todos nós brasileiros.

As últimas três seleções que disputaram na África do Sul, Brasil e Rússia, acredito que passaram por uma fase de reformulação de base técnica, estrutura de jogo e cuidado aos jogadores desde a base até aqui. É um trabalho que levou tempo para ser desenvolvido e que afetou, de certa maneira, a competitividade da seleção brasileira nas últimas 3 copas. E as eliminações nas quartas e semifinal nos fazem acender o sinal de alerta de que a partir daqui não há margens para erros. 

O que mais a copa do Catar nos mostrou foram adversários difíceis desde a fase de grupos até para grandes potências do Futebol, como a Alemanha, que deu adeus sem chegar nas oitavas. Não foram jogos fáceis para nenhuma seleção favorita até aqui, elevando aquela máxima de que não "existe mais bobo no futebol". A globalização futebolística deu poder a seleções que antes eram taxadas como frágeis e que na atual conjuntura deram muito trabalho e dor de cabeça a verdadeiras postulantes ao título. Por isso é primordial ao Brasil manter o foco e a cabeça no lugar, sempre tendo em mente que não há jogo fácil e nem haverá.

A seleção brasileira atual tem absolutamente tudo o que as seleções anteriores tinham, mas isso não significa que ela não podem cair até a final. Ter um time de estrelas no papel e no campo não geram resultado se em algum momento do processo o foco se desviar ou a concentração baixar, como foi na derrota para Camarões na fase de grupos. Por isso meus amigos, todo cuidado é pouco a partir de agora.

Temos pela frente um adversário que é o atual vice-campeão do mundo em uma fase da competição que nos costumamos a ser eliminados e isso já é motivo de atenção máxima. Temos um bom time, uma boa comissão técnica, um bom trabalho desenvolvido e, sim, temos muito futebol para passar de fase sim na copa, mas repito que todo cuidado é pouco. E, se confirmada uma possível vitória sobre a Croácia, nesta sexta (9), o caminho só se estreita cada vez mais com a possibilidade de uma Holanda ou de uma Argentina nas semifinais.

E se for pra pensar do outro lado da chave a coisa fica mais séria, pois França e Inglaterra fazem um verdadeiro clássico de 3 títulos mundiais, Já o Marrocos chega a esta fase com a enorme credencial de ter eliminado a Espanha, e se prepara para encarar uma seleção portuguesa, que apesar das polêmicas com CR7, chega com moral após golear a Suíça.

Já falei antes aqui que temos um bom time, com jogadores protagonistas em clubes da Europa e que no papel e no campo estão colocando medo nos adversários. Isso é do nosso futebol! Somos a maior fábrica de jogadores do mundo e ter caras como Alisson, Casemiro, Thiago Silva, Marquinhos, Neymar, Lucas Paquetá, Raphinha e Vini Jr, fora o banco de "reservas", que pelos nomes que estão lá, chamaria de titulares de uso imediato, é algo de dar inveja a qualquer outra seleção do mundo, que as vezes conta com um ou no máximo dois nomes de peso conhecidos.

A partir de agora a leveza, alegria, humildade, concentração e o foco no objetivo devem ser fatores primordiais aos jogadores na copa para que histórias tristes do passado não se repitam e que possamos levantar, pela sexta vez, a taça mais desejada do futebol mundial e mostrar uma vez mais que somos os melhores do mundo nesse esporte apaixonante que é o futebol.