Não. Não estou falando (ainda) sobre o voto útil para Presidente. Essa estratégia pode vir a ser interessante na eleição para o Senado Federal.
Não. Não estou falando (ainda) sobre o voto útil para Presidente. Essa estratégia pode vir a ser interessante na eleição para o Senado Federal. | ||
Ao se considerar meu argumento de que há um desequilíbrio na representação mineira no Senado e a liderança de Cleitinho, no momento, talvez seja mais importante (e inteligente) evitar a vitória do bolsonarista, o que desequilibraria ainda mais a situação, do que votar no candidato que imaginamos ser ideal. | ||
Dito isso, apresento rapidamente o candidato ao voto útil: Alexandre Silveira (PSD). | ||
Alexandre Silveira, então deputado federal, entrou para o Senado ao substituir Antônio Anastasia, que deixou a casa após ser escolhido para ocupar a posição de Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). A relação entre os dois remonta ao governo de Anastasia em Minas, que teve Silveira como secretário de saúde. Antes disso, no entanto, trabalhou no primeiro governo Lula, a convite de seu padrinho político, José Alencar, e cumpriu mandatos como deputado federal. | ||
Infelizmente, Alexandre Silveira votou de forma muito alinhada ao governo, entre 2019 e 2022. Foi 85% de coincidência, de acordo com o portal Radar do Congresso. O então deputado federal chegou a ser convidado para ser líder do governo na Câmara em janeiro deste ano, antes de assumir a vaga no Senado. | ||
O PSD, no entanto, deu algumas dores de cabeça a Bolsonaro, a exemplo da atuação de Omar Aziz na presidência da CPI da COVID-19. O partido criado por GIlberto Kassab, hoje considerado uma legenda do centro político, pode muito bem compor a base aliada de um potencial governo Lula. | ||
Alexandre Silveira tem como suplentes dois políticos petistas: Virgílio Guimarães (deputado federal) e Cida Lima (vereadora em Ipatinga). O candidato ao Senado do PSD contará, pois, com o apoio de toda a máquina petista no estado e, com 10% na última pesquisa (5 pp. atrás de Cleitinho), pode ser o melhor nome para um provável voto útil em uma tentativa de conter o avanço dessa direita reacionária. Cleitinho tem apenas 40 anos e ficaria mais 8 no Senado, um palco muito maior que o fornecido pela ALMG. | ||
Com esse raciocínio rápido, é possível antever uma disputa pela vaga mineira ao Senado que emule a corrida pela Presidência da República. Ainda há muito tempo até o dia das eleições e, mais uma vez, as coisas são decididas em cima da hora para o Senado. Ainda assim, é importante ter essa opção à disposição, antes de nos debruçarmos sobre possíveis candidatos ideais (que mais se alinham a nossa ideologia). | ||
Sigamos pensando mais alternativas. Não precisamos votar com o fígado, mas com o cérebro. E temos bastante tempo para pensar. |