Dia 20 (4 de setembro) - Um passo rumo à igualdade de gênero
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Dia 20 (4 de setembro) - Um passo rumo à igualdade de gênero

A Bancada Feminina do Senado é composta por 17 mulheres, o que representa apenas 21% do total de Senadores (81). A preponderância masculina dessa casa não reflete a demografia brasileira, afinal as mulheres são quase 52% da população brasilei...

Diogo Machado
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Sara Azevedo (PSOL)
Sara Azevedo (PSOL)

A Bancada Feminina do Senado é composta por 17 mulheres, o que representa apenas 21% do total de Senadores (81). A preponderância masculina dessa casa não reflete a demografia brasileira, afinal as mulheres são quase 52% da população brasileira.

É certo que o voto para Senador consiste na escolha de um representante do estado e não da população. No entanto, os interesses dos estados, sobretudo de Minas Gerais, são demasiadamente transmitidos por homens (brancos). As pautas ficam, portanto, desequilibradas. Não há muito espaço para uma visão feminina a respeito dos problemas e dos interesses dos estados. 

É preciso refletir, também, o peso da masculinidade na atual conjuntura sociopolítica brasileira. O excesso de violência, no discurso inclusive, a intransigência, a incapacidade de ceder em razão de pontos de vista diferentes, tudo isso são prerrogativas masculinas, acentuadas em sociedades conservadoras e religiosas como a nossa.

Essa é uma variável que passei a levar em consideração há algum tempo, na hora de escolher representantes do Legislativo. 

Assim, o nome de Sara Azevedo (PSOL) se apresenta como uma importante e vociferante opção, se analisarmos essa variável de forma isolada. Além disso, Sara não só é mulher, mas também pertence a uma minoria (o grupo LGBTQ+) que sofre perseguição, preconceito e violência, no Brasil.  

Seu partido, o PSOL, que foi criado em 2004 como dissidência do PT, tem buscado atuar de forma efusiva na defesa de outra pauta que entendo ser extremamente relevante para o futuro de Minas Gerais: a pauta ambiental. A mineração gera enormes prejuízos ambientais para o estado (vejamos a bacia do rio Doce e do rio São Francisco, por exemplo). Embora saibamos da importância econômica do setor, é preciso cobrar o cumprimento da legislação ambiental e as ações em consequência dos prejuízos ao ecossistema do estado. É fundamental que Minas caminhe em direção a uma economia mais diversificada, mais tecnológica e mais sustentável.

O setor minerador deve, pois, ser um meio para este fim. Não é razoável que nosso estado continue recolhendo os dividendos econômicos dessa atividade, por vezes ignorando catástrofes ambientais, sem pensar nas tendências dos modelos econômicos do século XXI, amplamente pautadas na sustentabilidade e em alta tecnologia.  

Eis que surge outra pauta importante para este futuro: a educação. Nesse sentido, consta outro ponto positivo da candidata: seu histórico como educadora. Sara foi coordenadora do Projeto Emancipa em Minas, que oferece cursos de pré-vestibular e de idiomas a jovens da periferia da capital mineira e de cidades do interior do estado. 

Talvez Sara seja a candidata ideal a responder duas demandas propostas aqui neste diário: o equilíbrio de forças entre direita e esquerda no Senado, e a busca por igualdade de gênero no Legislativo.

Seria um voto muito positivo para Minas Gerais, para o PSOL (que não tem representantes no Senado) e para as pautas minoritárias. É preciso, contudo, dar o peso que o voto útil merece nesta corrida eleitoral.

Na última pesquisa do Instituto F5, veiculada há dois dias, o candidato Alexandre Silveira (PSD) aparece tecnicamente empatado com Cleitinho (PSC), 15,2% e 15,9% respectivamente. Parece que a disputa realmente será um reflexo da corrida presidencial: o candidato do Lula contra o candidato do Bolsonaro.

Aos mais principiológicos, entretanto, o voto em Sara Azevedo tem sua beleza!