Dia 45 (29 de setembro) - Tenhamos nossos pés no chão!
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Dia 45 (29 de setembro) - Tenhamos nossos pés no chão!

Expectativas elevadas e otimismo são sentimentos que devemos alimentar, mas não de forma exagerada. Uma vez que aquilo que desejamos não se materializa, a frustração pode tomar conta.

Diogo Machado
4 min
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Expectativas elevadas e otimismo são sentimentos que devemos alimentar, mas não de forma exagerada. Uma vez que aquilo que desejamos não se materializa, a frustração pode tomar conta.

Nesta eleição, eu e muitas outras pessoas estamos na torcida para que a corrida presidencial acabe no domingo, dia 2 de outubro. Para isso, Lula precisa de 50% + 1 dos votos válidos, uma tarefa hercúlea a nível nacional. Na última pesquisa Datafolha, divulgada ontem (29 de setembro), Lula aparece com exatos 50%, contra 36% de Bolsonaro, 6% de Ciro Gomes e 5% de Simone Tebet. Nesse cenário, tudo é possível.

Apesar de torcer com bastante esperança para que a fatura seja liquidada já no Primeiro Turno, sabemos que a abstenção entre os brasileiros com renda abaixo de 2 salários mínimos é muito maior que entre os eleitores acima deste limiar. São exatamente esses brasileiros que compõem a maior parte do eleitorado de Lula. Dessa forma, há um risco real de que as pesquisas não reflitam a realidade do domingo. Espero, contudo, que a vontade de nos livrarmos do estorvo que hoje ocupa a presidência anime nosso eleitorado a comparecer em peso.

Outro ponto a ser considerado é o voto útil. Nas últimas pesquisas, apesar da oscilação de Lula para cima, a velocidade da transferência dos votos de Ciro e Tebet pode não ser suficiente. 

Falo isso tudo porque a campanha para uma vitória no primeiro turno, apesar de extremamente necessária, pode reforçar o medo e o baixo astral em um eventual segundo turno. Não podemos diminuir o ritmo agora! Ainda que não vençamos neste fim de semana, precisamos manter a pegada para derrotar o Ur-fascismo de Bolsonaro a todo custo. A atual eleição é a mais importante da história recente do Brasil.

Em Minas Gerais, é muito provável que Romeu Zema ganhe no primeiro turno, infelizmente. A campanha de Alexandre Kalil demorou muito a “pegar no tranco”, o que pode custar caro para o candidato do PDS.

A última eleição para governador de Minas em que houve segundo turno aconteceu em 1998, quando Itamar Franco derrotou Eduardo Azeredo. Desde então, Aécio Neves (2002 e 2006), Antônio Anastasia (2010), Fernando Pimentel (2014) e Romeu Zema (2018) foram eleitos no primeiro turno. Será muito difícil para Alexandre Kalil.

Difícil também está a situação de Alexandre Silveira (PDS), candidato para o Senado. Cleitinho (PSC) ainda se encontra à frente, com 26% dos votos, enquanto Silveira está com 17%. O fato positivo para o candidato apoiado por Lula e Kalil é que há, ainda, 22% do eleitorado que não sabe em quem votar e outros 14% que declararam anular o voto ou votar em branco. Assim, muito do que está dado pelas últimas pesquisas pode mudar no dia da eleição. Como falei antes, a maior parte dos eleitores decide seu voto para Senador nos últimos dias, quiçá no próprio domingo de eleição.

Espero que tenhamos eleições tranquilas e sem violência. Bolsonaro e sua claque certamente contestarão qualquer que seja o resultado. Se Lula ganhar no primeiro turno, estejam prontos para gritarias, tumultos e até mesmo insurreição - por parte de polícias e/ou militares das FAs.

Ainda bem que a comunidade internacional já está pronta para reconhecer os resultados o mais rápido possível. Isso desincentiva qualquer tentativa de ruptura institucional.

Para quem não decidiu o voto para Deputado Estadual, dê uma pesquisada a respeito da Bella Gonçalves.

PS: assisti a algumas partes do debate de ontem. Considerando que estava sendo atacado por todos os demais adversários, Lula se saiu bastante bem, exceto quando perdeu a paciência com aquele padre tosco. Bolsonaro elevou o tom, naturalmente, pois ainda está virtualmente estagnado nos 30 e poucos porcento. Ciro Gomes, infelizmente, continua se apequenando em sua obsessão em culpar Lula e o PT por todos os problemas do Brasil. Poderia ter atacado o atual Presidente, mas sabe que tem crescido entre o eleitorado de Bolsonaro. Imagino que ele já esteja pensando em 2026. Tebet, Thronicke e D’Ávila foram mais discretos, embora Soraya tenha rendido bons memes ao fazer chacota com o padre.