O Português é a língua oficial de 10 países e é falado por mais de 300 milhões de pessoas, em todo o mundo. Como língua românica teve origem no galaico-portugês, por sua vez oriundo do latim falado, trazido pelos soldados, colonos e magistrados romanos, durante os cerca de oito séculos que durou a ocupação romana da península ibérica. O texto mais antigo que se conhece em língua portuguesa é o testamento de D. Afonso II, terceiro rei de Portugal. Porém, durante vários séculos, os eruditos preferiam escrever em latim ou castelhano. Assim aconteceu até Gil Vicente (1465-1536), cujos primeiros autos foram escritos ainda nesta última língua. O grande defensor do uso literário da língua portuguesa foi António Ferreira (1528-1569), autor da “Tragédia Castro” que, a este respeito, escreveu: “Floresça, fale, cante, ouça-se e viva a portuguesa língua e, lá onde for, senhora vá de si, soberba e altiva. Se até aqui estava baixa e sem louvor, culpa é o dos que mal a exercitaram, esquecimento nosso e desamor.” Camões (1524-1580) acolheu plenamente este incitamento e, com “Os Lusíadas”, erigiu um monumento à “portuguesa língua”, que perdurará para sempre. Quando, há mais de 85 anos, Fernando Pessoa afirmou: “A minha Pátria é a Língua Portuguesa” teve o mérito de prever que os outros símbolos patrióticos (bandeira e hino) eram menos resistentes à erosão do tempo. Na verdade, o hino pode ser esquecido ou quase ignorado pela juventude actual; a bandeira pode ser usada para fins indevidos, hasteada de “pernas para baixo” por presidentes da República que nunca se enganam, calcada a pés por políticos portugueses ambiciosos em manifestações no estrangeiro, esquecida nos mastros dos aquartelamentos, por militares em retirada apressada das antigas colónias ou até queimada por multidões ululantes; mas a Língua Portuguesa permanecerá sempre viva, como o mais forte traço de união entre portugueses, em qualquer parte do mundo onde se encontrem.
Texto: Manuel Beninger.
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