Sobre a pobreza em Londres - 1840.
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Sobre a pobreza em Londres - 1840.

Sagran Carvalho
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“Em forma no final da cozinha havia alguém cuja miséria e pobreza produziam um sentimento que se aproximava do assombro. Seus olhos estavam afundados em sua cabeça, suas bochechas contraídas e suas narinas apertadas com desejo evidente, enquanto sua barba escura e rala dava uma severidade à sua aparência que era quase demoníaca; e, no entanto, havia uma paciência em seu olhar que era quase lamentável.

Suas roupas eram pretas e brilhavam em todas as dobras graxa, e sua camisa grosseira era tão marrom com o uso prolongado, que só com uma inspeção minuciosa podia-se ver que já havia sido uma camisa xadrez: nos pés, tinha um par de botas femininas de cadarço lateral, cujas pontas haviam sido cortadas para que pudesse calçá-las.

Nunca vi um quadro tão sombrio de fome. Até hoje a figura do homem me assombra. […] O estado sanitário dessas casas é muito ruim. Não apenas os inquilinos geralmente fervilham de vermes, mas também há pouca ou nenhuma ventilação nos quartos de dormir, nos quais 60 pessoas, dos hábitos mais sujos, geralmente dormem todas as noites. Não há utensílios adequados para lavar, nem toalhas, nem bacias, nem tigelas de madeira. Há um ou dois baldes, mas estes não são para uso dos hóspedes, mas para a limpeza dos quartos. Os inquilinos nunca pensam em se lavar. Os mais limpos entre eles o farão no balde e depois se limparão com seus lenços de bolso ou com a barra de suas camisas."

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