A Criança que Dominou o Homem
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A Criança que Dominou o Homem

A Criança que Dominou o Homem

Anderson Santos
13 min
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A Criança que Dominou o Homem

Pouco depois que Darby se formou na ―Escola dos Golpes Duros‖, decidindo

aproveitar a experiência que tivera no ramo da mineração do ouro, teve a sorte de

estar presente numa ocasião que lhe demonstrou que um ―Não‖ não precisa,

necessariamente, significar não.

Uma tarde, ajudava o tio a moer trigo num moinho antigo. O tio dirigia uma

grande fazenda, em que viviam alguns colonos de cor, partilhando a colheita.

Silenciosamente, abriu-se a porta e uma criança de cor, pequena, filha de um dos

arrendatários, entrou, parando ao lado da porta.

O tio ergueu os olhos, e, vendo a criança, berrou-lhe, asperamente: ―o que é

que você quer?‖

Medrosa, a criança respondeu: ―Mamãe dizeu para mandar cinqüenta

centavos para ela.‖

―Não o farei‖, retorquiu o tio, ―e agora corra para casa.‖

―Si, sinhô‖, disse a menina, mas não se moveu.

O velho continuou o serviço e, estava tão entretido, que nem percebeu que a

criança não ia embora. Ao erguer os olhos, deparou com ela no mesmo lugar; gritoulhe: ―Já lhe disse que fosse para casa. Agora vá, senão vou bater em você‖.

―Si, sinhô‖, respondeu a criança, mas não se mexeu.

O tio largou um saco de farinha que ia despejar no funil, apanhou um bastão do

barril e se dirigiu a criança com uma expressão que indicava barulho.

Darby conteve a respiração. Estava certo de que testemunharia uma violência.

Sabia que o tio tinha um temperamento feroz.

Quando este chegou ao lugar em que estava a menina ela deu um passo à

frente, rapidamente, olhou-o nos olhos e gritou no tom mais alto de sua voz aguda:

“Minha mãe têm de ter os cinqüenta centavos!”

O tio parou, olhou-a por um momento, depois colocou o pau no chão, e, tirando

do bolso meio dólar, deu-o a criança.

Esta pegou o dinheiro e se afastou, devagar, em direção a porta, sem tirar os

olhos, por um minuto sequer, do homem que acabara de dominar. Depois que ela se

foi, o tio se sentou numa caixa e ficou a olhar pela janela, para o espaço, por mais de

dez minutos. Refletia, horrorizada, sobre a ―surra‖ que levara.

Darby também raciocinava. Fora a primeira vez, em toda a sua experiência,

que vira uma criança de cor dominar uma pessoa adulta branca. Como o fizera? O

que sucedera ao tio que o fizera perder a ferocidade e se tornar dócil como um

cordeiro? Que estranho poder usara a criança, que a tornara dona da situação? Estas

e outras perguntas semelhantes passavam pela mente de Darby, mas ele só

encontraria a resposta anos mais tarde, quando me contou a história.

E, coisa estranha: esta experiência incomum foi contada ao autor no velho

moinho, no próprio local em que o tio sofrera a derrota.

O “Sim” por Trás do “Não”

Enquanto estávamos naquele velho moinho poeirento, Darby repetiu a história

da estranha conquista e terminou, indagando: ―Qual a conclusão que tira disso? Que

estranho poder usou a criança, a ponto de conseguir vencer tão completamente meu

tio?‖

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A resposta será encontrada nos princípios descritos neste livro. É uma resposta

total e completa. Contem pormenores e instruções suficientes para permitir a qualquer

um entender e aplicar a mesma força na qual a criança tropeçou acidentalmente.

Conserve a mente alerta e observara exatamente o estranho poder que veio

salvar a menina. Terá um vislumbre desse poder no capítulo seguinte. Algures, neste

livro, encontrara a idéia que aguçara seus poderes receptivos, colocando, sob suas

ordens, em seu próprio benefício, o mesmo poder irresistível. A percepção de tal poder

pode chegar-lhe no primeiro capítulo, ou perpassar-lhe a mente em algum dos

subseqüentes. Pode chegar na forma de uma única idéia, ou como um plano ou

propósitos. Ou, ainda, pode fazer com que volte às experiências anteriores de derrota,

trazendo a superfície alguma lição pela qual poderá recuperar tudo o que perdeu

através da derrota.

Depois que descrevi a Darby o poder inadvertidamente empregado pela

criança, ele logo rememorou seus trinta anos de experiência como vendedor de

seguros de vida‖ reconhecendo, com franqueza, que o sucesso alcançado neste ramo,

devia-o, e muito, a lição que aprendera com a menina.

Darby salientou: ―Todas às vezes que um cliente em potencial tentava levar-me

na conversa, sem comprar, eu via aquela criança, parada no velho moinho, os grandes

olhos fulgurantes de desafio e dizia a mim mesmo: ‗Tenho de conseguir esta venda‘. A

melhor parte das vendas se processou depois que as pessoas diziam ‗Não‘.‖

Recordou, também, o erro que cometera, ao recuar a apenas três passos do

ouro. ―Mas‖, afirmou, ―aquela experiência não passou de uma benção disfarçada.

Ensinou-me a continuar continuando, por mais duro que fosse, lição essa que eu tinha

de aprender, antes de poder ter êxito no que quer que fosse.‖

As experiências de Darby eram bastante comuns e simples, mas continham a

resposta aos desígnios da vida; portanto, eram-lhe tão importantes quanta a própria

vida. Aproveitou as duas experiências dramáticas porque as analisou, encontrando a

lição que ensinavam. Mas o que acontece ao homem que não possui nem tempo, nem

vontade de estudar o fracasso, em busca do conhecimento que pode conduzir ao

sucesso? Onde e como aprenderá ele a arte de converter a derrota em trampolins

para a oportunidade?

Em resposta a essas perguntas e que este livro foi escrito.

Com uma Idéia Sensata Você Alcançará Sucesso

A resposta exigiu a descrição de treze princípios, mas lembre-se, ao ler, que a

resposta que você procura as perguntas que o fizeram refletir sobre a singularidade da

vida, pode ser encontrada em sua própria mente, por meio de alguma idéia, plano ou

propósito, aptos a surgir na mente, durante a leitura.

Uma idéia sensata é tudo o que necessitamos para alcançar sucesso. Os

princípios descritos neste livro contem os meios e modos de criar idéias úteis.

Antes de prosseguirmos abordando a descrição de tais princípios, acreditamos

que você merece receber essa importante sugestão:

Quando as riquezas começam a vir, vem com tal rapidez, em tal abundância,

que a gente se pergunta onde se escondiam durante todos aqueles anos estéreis.

Esta é uma declaração surpreendente, ainda mais se tomarmos em

consideração a crença popular de que a riqueza só vem aos que trabalham duramente

e por longo tempo.

Quando você começar a pensar e a enriquecer, observará que a riqueza

começa com um estado de espírito, com decisão e propósito, com trabalho pequeno

ou árduo. Você e todos os outros devem estar interessados em saber como se adquire

o estado de espírito que atrai riquezas. Eu passei vinte e cinco anos pesquisando,

porque também quis saber ―quão ricos os homens se tornam desse modo.‖

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Observe atentamente: assim que você dominar os princípios desta filosofia e

começar a seguir as instruções para a aplicação daqueles princípios, seu estado

financeiro começará a melhorar e tudo o que você tocar começará a transformar-se

numa vantagem em seu próprio benefício. Impossível? Absolutamente!

Uma das principais fraquezas humanas é a familiaridade do homem comum

com a palavra ―impossível‖. Sabe todas as regras que não dão certo. Sabe todas as

coisas que não podem ser feitas. Este livro foi escrito para os que procuram as regras

que tornam os outros bem sucedidos e estão dispostos a arriscar tudo nessas regras.

O sucesso chega àqueles que têm a consciência do sucesso.

O fracasso vem aos que, com indiferença, se tornam cônscios do fracasso.

O objetivo deste livro é ajudar aos que procuram aprender a arte de mudar

suas atitudes, de fracasso consciente a sucesso consciente.

Outra fraqueza, encontrada em gente demais, é o hábito de medir tudo e a

todos, por suas próprias impressões e crenças. Algumas pessoas que lerem isto

acreditam que não poderão pensar e enriquecer, porque seus hábitos de raciocínio

foram calcados na pobreza, necessidade, miséria, fracasso e derrota.

Essa gente infeliz lembra-me um chinês proeminente, que foi a América para

ser educado no sistema americano. Freqüentou a Universidade de Chicago. Um dia, o

Presidente Harper encontrou o jovem oriental no pátio, parou para bater um papo com

ele, durante alguns minutos, terminando por indagar o que é que mais o impressionara

como sendo a característica principal do povo americano.

―Ora!‖, exclamou o estudante, ―a estranha forma dos olhos. Vocês têm os olhos

puxados!‖

O que dizemos nós dos chineses?

Recusamos acreditar naquilo que não compreendemos. Cremos, tolamente,

que nossas próprias limitações são a medida certa das limitações. Certamente os

olhos dos outro ―estão puxados, porque não são iguais aos nossos.

“O Quero e o Obterei”

Quando Henry Ford decidiu produzir seu famoso motor V-8, quis construir um

motor com todos os oito cilindros colocados num só bloco. Deu aos engenheiros as

instruções necessárias para fazer um projeto da máquina. O desenho foi feito no

papel, mas os engenheiros concordaram, unanimemente, em que era impossível

engastar um motor de oito cilindros numa só peça.

Ford disse: ―Façam-no de qualquer maneira.‖

―Mas‖, replicaram, ―é impossível!‖

―Continuem‖, ordenou Ford, ―e permaneçam no serviço até conseguirem, não

importa quanta tempo leve.‖

Os engenheiros continuaram. Nada mais lhes restava fazer senão permanecer

no quadro da Ford. Passaram-se seis meses e nada aconteceu. Outros seis meses se

passaram e ainda. Os engenheiros tentavam todos os planos concebíveis para

executar as ordens, mas a coisa parecia fora de dúvida: ―impossível!‖

No fim do ano, Ford conferenciou com os engenheiros, que novamente lhe

informaram que não tinham encontrado jeito de executar-lhe às ordens.

―Vão em frente‖, teimou Ford. ―Quero-o e o obterei.‖ Prosseguiram, então, e,

como por passe de mágica o segredo foi descoberto.

A determinação de Ford vencera mais uma vez!

Talvez esta história não tenha sido descrita com absoluta precisão, mas em

resumo e no conteúdo, está correta. Tire suas deduções, você que quer pensar e

enriquecer, do segredo dos milhões Ford, se puder não será preciso procurar muito.

Henry Ford foi um sucesso, porque entendeu e aplicou os princípios do

sucesso. Um deles é o desejo, o conhecimento do que se quer. Lembre-se da história

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de Ford enquanto lê e assinale as linhas nas quais o segredo de sua estupenda

realização foi descrita. Se puder fazê-lo, se puder apontar o determinado grupo de

princípios que tornaram Henry Ford rico, você poderá igualar-lhe os feitos, em quase

qualquer dos ramos para os quais têm vocação.

Um Poeta Percebeu a Verdade

Quando Henley escreveu estas linhas proféticas: ―Sou o dono do meu destino,

capitão da minha alma‖, deveria ter-nos informado que se somos donos do nosso

destino e capitães da nossa alma é porque temos o poder de controlar nossos

pensamentos.

Deveria ter-nos contado que nosso cérebro fica magnetizado pelos

pensamentos dominantes que abrigamos na mente e que, por meios que não são

familiares a nenhum homem, esses ―imãs‖ atraem para nós as forças, pessoas,

circunstâncias da vida que se harmonizam com a natureza dos nossos pensamentos

dominantes.

Deveria ter-nos contado que, antes de podermos acumular riquezas em

abundância, devemos imantar nossas mentes com um desejo intenso de riquezas;

devemos tornar-nos desejosos de dinheiro, até que esse desejo nos leve a criar

planos definidos para adquirí-lo.

Mas, sendo poeta e não filósofo, Henley contentou-se em declarar a grande

verdade em forma poética, deixando aos que o seguiram a interpretação filosófica de

suas linhas.

Pouco a pouco a verdade se revelou, até que agora parece certo que os

princípios descritos neste livro contem o segredo do domínio de nosso destino

econômico.

Um Jovem Compreende seu Destino

Estamos prontos, agora, a examinar o primeiro destes princípios. Mantenha o

espírito aberto e lembre-se, ao ler, de que não são invenção de ninguém em particular.

Os princípios funcionaram para muitos. Você poderá empregá-los em seu próprio e

duradouro benefício.

Achará fácil e não difícil, fazê-lo.

Há alguns anos, fiz o discurso de formatura no Salem College, em Salem, na

Virginia Ocidental. Salientei o princípio descrito no capítulo seguinte, com tal

intensidade, que um dos membros da classe de bacharelandos apropriou-se dele

completamente, tornando-o parte de sua própria filosofia. O jovem se tornou deputado

e fator importante na administração Franklin D. Roosevelt. Escreveu-me uma carta,

que tão claramente refletia sua opinião sobre o princípio esboçado no capítulo

seguinte, que resolvi publicá-la, como introdução ao referido capítulo. Fornece uma

idéia das compensações futuras:

Meu caro Napoleon:

Minha tarefa, como membro do Congresso, tendo-me dado compreensão dos

problemas de homens e mulheres, faz com que lhe escreva, para oferecer-lhe uma

sugestão que poderá ser útil a milhares de pessoas dignas.

Em 1922, quando fez o discurso de formatura no Salem College, era eu um dos

bacharelandos. Naquele discurso, o senhor implantou-me no mente a idéia que foi

responsável pela oportunidade que tenho agora de servir ao povo de meu Estado, e

será responsável, em grande escala, por qualquer futuro sucesso que possa ter.

Lembro-me, como se fosse ontem, da maravilhosa descrição do método pelo

qual Henry Ford, com muito pouca instrução, sem um centavo, sem amigos influentes,

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se elevou a grandes alturas. Resolvi, então, antes mesmo de terminado o seu

discurso, que lutaria por um lugar para mim, não importando as dificuldades que

tivesse de vencer.

Milhares de jovens terminarão os estudos este ano e dentro dos próximos

anos. Cada um deles procurará exatamente tal mensagem de estímulo prático, como a

que recebi do senhor. Quererão saber para onde se dirigir, o que fazer para começar a

vida. O senhor poderá contar-lhes, porque já ajudou a resolver os problemas de tanta

gente.

Há milhares de pessoas na América, hoje em dia, que gostariam de saber

como converter idéias em dinheiro, pessoas que têm de começar do nada, sem

dinheiro e indenizar-se das perdas. Se alguém pode ajudá-los, esse alguém é o

senhor.

Se publicar o livro, gostaria de possuir o primeiro exemplar que sair da

máquina, pessoalmente autografado pelo senhor.

Com os melhores votos, creia-me

Cordialmente seu,

JENINGS RANDOLPH

Trinta e cinco anos depois de ter feito o discurso, tive o prazer de voltar ao

Salem College em 1957 e fazer o discurso especial de despedida, por ocasião da

formatura da turma. Foi-me então concedido o título de Doutor Honoris Causa de

Literatura.

Desde 1922, venho observando Jenings Randolph, que se elevou a diretor de

uma das linhas aéreas mais importantes da nação, grande e inspirado orador e

senador dos Estados Unidos, pela Virginia Ocidental.

PONTOS A FIXAR:

Tal qual Edwin Barnes, um homem pode estar mal vestido e sem dinheiro, mas

seu desejo ardente poderá trazer-lhe a oportunidade de sua vida.

Quanto mais você trabalhar na direção certa, mais próximo estará do sucesso.

Muita gente desiste quando o sucesso está a seu alcance. Deixam-no para que outros

o arrebatem.

Propósito é a pedra angular, de qualquer realização, grande ou pequena. Um

homem forte poderá ser derrotado por uma criança que tenha o propósito. Mude seus

hábitos de pensar sobre o significado de sua tarefa e conseguirá, muitas vezes,

alcançar o aparentemente impossível.

Como Henry Ford, você poderá transmitir aos outros sua fé e persistência e

conseguir fazer bem o ―impossível‖.

Tudo o que a mente humana pode conceber e acreditar, poderá

alcançar.