Dezembro segue, o tempo passa e o Natal se aproxima. Acontecem as confraternizações, os amigos secretos, as idas ao shopping para garantir os presentes da família, começa a elaboração do cardápio da Ceia e quem irá levar o quê. Essa época do ...
Dezembro segue, o tempo passa e o Natal se aproxima. Acontecem as confraternizações, os amigos secretos, as idas ao shopping para garantir os presentes da família, começa a elaboração do cardápio da Ceia e quem irá levar o quê. Essa época do ano é, com certeza, a mais agitada e a mais consumista, e no meio dessa agitação toda, esquecemos de um ponto essencial: Onde está verdadeiramente a alegria? Eu tenho motivos para alegrar-me? Hoje busco uma alegria autêntica ou coloco uma falsa alegria em todo este consumismo e agitação? | ||
Todos estes exemplos que dei de agitações de fim de ano não são ruins, não são banais, fazem parte mesmo desta época. Não é errado se preparar de forma exterior para o Natal, presentear, organizar a ceia etc, porém, esquecemos de olhar para dentro e colocar um sentido no que estamos vivendo. Nos esquecemos de nos preocupar com a construção das virtudes, com a caridade, o perdão, a ordem de nossa vida (mas quem leu os últimos e-mails com certeza já superou, ou ao menos começou a superar, isto). | ||
A alegria é um fator muito importante que contribui ou não para a construção de uma pessoa virtuosa ou cheia de vícios e que, ao mesmo passo, a pessoa virtuosa ou viciada, pode gerar ou não essa alegria, a considerar seu estado de alma. É um ciclo. Deixe-me explicar. | ||
Como vimos na última semana, a ansiedade nos rouba a paz e nos tira da realidade. A gula também, a preguiça também, e qualquer outro mal comportamento. Uma pessoa cheia de maus hábitos não pode ser alegre, porque a alegria provém de uma vida virtuosa, e a busca por estas virtudes também trás alegria, porque, assim, vivemos uma vida com sentido. | ||
O sentido, a vocação, o ser amado, os “sucessos” envolvem a alegria. Mas em um nível mais básico, que, sendo médica, será o que mais darei atenção aqui, a alegria provém de uma base de bons hábitos, que chamamos de virtudes. | ||
Recapitulando, para quem seja novo ao assunto: aos maus hábitos chamamos vícios, e aos bons hábitos chamamos virtudes. | ||
Boa parte da alegria e da realização humana vem por conta dessa vida virtuosa, pois ela é “a vida vivida como deveria ser”. Se vivermos conforme o manual nos pediria, colheremos um “bom funcionamento” em nossa vida. E isso não chega nem a ser um ponto religioso ainda, trata-se apenas de filosofia, a área chamada ética. | ||
Temos essas reflexões em todas as culturas e linhas de pensamento, no Oriente e no Ocidente. No entanto, desligados da tradição como somos, deixamos de lado nossos “manuais” e nos lançamos à experimentação de como viver a vida. | ||
Isso é muito semelhante ao que tem sido feito em várias práticas com o corpo também, não? Indo contra o natural pelas mais diversas ideologias, o homem tem destruído seu corpo das mais diversas formas. Mas antes ainda, já havia feito isso com sua alma. | ||
Vivendo aquilo que chamamos de hedonismo, a busca desenfreada pelo prazer, o homem lança-se em busca de encontrar felicidade por meio do uso irrestrito de seus sentidos. Assim, cultiva para si a gula, a luxúria e preguiça, entre outros males. | ||
A gula, a luxúria e a preguiça são vícios que de forma mais óbvia nos trazem danos à saúde, por serem muito ligados ao corpo, e consequentemente roubam nossa alegria de forma mais clara e rápida | ||
Ao menos a verdadeira alegria, que não torna-se uma dor de barriga depois de comer muito. Que estejamos atentos ao menor sinal deles em nossas vidas e optemos pelos bons caminhos. | ||
E para completar a alegria deste tempo de espera e preparação para o Natal, na madrugada de ontem (dia 11/12) nasceu Gianna, a segunda filha da Dra. Bianca. Alegrem-se conosco com essa nova vida que chega e com este novo tempo na vida da doutora. |