E antes de mais nada gostaria de deixar registrado que já somei três membros da minha família que já apanharam de graça de algum morador de rua.
Apanhei de um morador de rua | ||
E antes de mais nada gostaria de deixar registrado que já somei três membros da minha família que já apanharam de graça de algum morador de rua. | ||
Infelizmente ou felizmente para alguns, sou para-raio de história sem noção então criei essa série "Até aí, tudo bem!" pra contar histórias divertidas e assustadoramente inusitadas que se passaram com a minha pessoa. | ||
Dito isso, vamos ao que interessa. | ||
Lancei recentemente uma enquete no Instagram perguntando ao pessoal qual história intrigante eu já tinha vivido que queriam saber mais. Estranhamente tudo o que envolveu morador de rua a galera quis saber (levem pra terapia). Então cá estou. | ||
No banco da praça pensando nela | ||
Não era praça, mas tinha um trailer daqueles que ficam abertos 24 horas (quem é de Bh sabe bem qual), eu e minha amiga que aqui vou chamar de Joana saíamos de um ensaio da banda da igrejinha que a gente ia. Quase umas 7 da noite. | ||
Era uma avenida bem movimentada da cidade, ônibus, carros, transeuntes, cachorro, rato, carrinho de icegurt, já vi até o Ronaldinho Gaúcho lá. Lugar bem propenso a aleatoriedades, e eu estando presente as chances subiam, digamos, 90%. | ||
Passamos a calçada e atravessamos a rua em direção ao trailer, pensando naquele pastelão de pizza de 6 reais que alimentam duas famílias e um suco de açaí - estávamos de dieta - . | ||
Escrevo no plural porque quero enfatizar que haviam duas pessoas, mas só uma apanhou. | ||
Buchinho cheio felizes da vida, retornávamos, eu com meu copinho de vitamina de açaí já pela metade e Joana com seu suco. Ainda próximas à entrada passamos por um banco onde um homem, imagino que alcoolizado, dormia. De repente ele se senta em um movimento rápido, de supetão diria minha vó, e se estica todo com as pernas pra frente, e me acerta um chute na canela. | ||
- Até aí, tudo bem! | ||
O misto de sentimentos me impediu de ter uma reação propícia e eu simplesmente travei olhando pra aquele senhor, em segundos minha cabeça era só: | ||
Eu tomei um chute!! Porque ele me chutou? Minha canela tá doendo muito! Porque caralhos ele me chutou? | ||
Soltei um berro indecifrável com alguma palavra que não lembro se era palavrão, naquela época eu ainda me continha, mas a raiva mesmo veio quando escutei uma gargalhada alta e descontrolada do meu lado. Joana cuspia seu suco engasgando. | ||
Não satisfeito, o senhor se esticou ainda mais no banco e tentou me chutar outra vez! Quando voltei a mim gritei: O SENHOR É MALUCO CACETE?! | ||
Aqui surgiram tantas questões.. Por que ele não saiu do banco pra me chutar? Por que chamar de senhor, um tratamento formal, alguém que acaba de me agredir? Por que fui de calça branca nesse dia? | ||
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Sabe um perigo daqueles que se você correr, sente que é pior? Finalmente me afastei em marcha atlética até a porta da igreja, finalmente pensando que Deus já podia parar de rir para me proteger, e pude soltar uma risada nervosa que oscilava entre o medo do Ryu vir atrás de mim com a vontade de gastar meu réu primário jogando Joana na frente de algum carro. | ||
Moral da história: eu não tenho nenhuma. | ||