Tudo novo (de novo) outra vez

Por Ronaldo Raposo.

• 397 e-mails na caixa de entrada do e-mail pessoas

• 43 solicitações no WhatsApp Business.

• 89 e-mails na conta profissional.

E começou 2022. E lá vamos nós de novo. Pensei. Mas eu bem que não queria ir. Pensou meu outro eu. Se, por um lado, organizar tudo para sair de férias e me desligar por completo foi um parto, a volta foi como dar à luz a gêmeos (não que eu tenha a mínima ideia do que tô falando, hehe).

A verdade é que o ano começou, metendo uma semana em um dia. Muitos ainda estão de férias, mas a maioria (como eu) já voltou na pressão no próprio dia 3. Enquanto a época natalina reserva aquele sentimento nostálgico de "meu Deus o ano voou" misturado com "Minha nossa, eu não cumpri metade dos meus objetivos", o início do ano é cercado da NYR vibes, por extenso, New Year's Resolutions.

O nosso "eu" de dezembro de 2021, tão saturado, jogou a toalha: "isso é um problema para 2022". Mas o 2022 chegou, vivíssimo e fervoroso, e o nosso "eu" atual olha com um pequeno rancor para a versão do passado. Além de termos de sair da inércia e sermos catapultados para um caos residual, a pressão do "O que eu quero para 2022?" é real -- não só real, como constante.

E lá vamos nós na listinha de novo:

• Tirar AQUELE projeto do papel;
• Fazer AQUELE regime;
• Ser AQUELE disciplinado da academia;
• Planejar AQUELA viagem;
• Conseguir AQUELA promoção; ...

E por aí vai. Apesar do cansaço do início de ano, muitos são tomados por uma motivação resoluta de "esse ano será AQUELE ano", e esquecem de ser gentis consigo mesmos. No dia 2 deste mês, peguei meu caderno de resoluções (soooo tacky) para rascunhar minhas, e percebi que algumas linhas se repetem há -- sem brincadeira -- 4 anos.

Acontece que não precisa ser assim. Senti uma fatiga absurda por repetir os mesmos processos (de novo) mais uma vez: escolher ser mais produtivo; escrever objetivos absurdos; lidar com a disputa interna de cansaço remanescente;  projetar aquela positividade de que esse ano vai… Não precisa ser assim porque, na verdade, não é assim.

E foi assim que, em vez das resoluções do ano, eu escrevi o Guia de Sobrevivência à Janeiro. Compartilho aqui os pontos-chaves com você:

Guia de Sobrevivência à Janeiro

1. Janeiro chegou! Mas ele chega sempre desde que você nasceu. Então calma! Não meta os pés pelas mãos e não se iluda. O ano é novo, mas você ainda é você -- e sabe das suas limitações.
2. Ter meta é ótimo, mas tenha parcimônia. Um ano é composto de 12 meses. Se tudo pode mudar em 1 dia, imagina ao longo de 365? Por isso, pense seus objetivos (repito, objetivos) com cuidado, e adote um horizonte de tempo menor. Assim, você estará sendo mais honesto com você, e as chances de sucesso são maiores. Atingir um objetivo durante o ano dá gás para ir atrás de outros. Pense nisso!
3. Encare o que você tem que fazer em Janeiro logo. Sim, é um saco voltar e lidar com o que ainda precisa ser feito -- e, pior: ser feito logo em janeiro. Por isso, pega logo a caixa de entrada e dá follow up nos emails. Responde aos WhatsApps. Com isso, você vai ter uma noção maior da sua demanda para os próximos meses, e isso vai ser essencial para o seu planejamento nesse início de ano.
4. As férias acabaram, sim, mas ainda dá para manter esse climinha amistoso de preguiça. Para isso, siga as dicas anteriores logo, e se planeje para ter aquele tempinho da preguiça. Sim, é possível! As coisas ainda estão engatando -- assim como nós mesmos. Por isso, usar o horário de almoço para ver aquele episódio da sua série ou se programar para dormir mais cedo (e, consequentemente, dormir mais) não é problema algum!
5. Cerque-se de inspiração. Aos poucos, as demandas vão chegando, o que exige de nós, criadores de conteúdo, proatividade e atualização. Por isso, se inspire! Aproveite essas brechinhas para ver aquele documentário massa, ou siga pessoas que te ajudem nesse processo. Ou, ainda, marca aquele papo com aquele roteirista incrível que você tá tentando encaixar na sua agenda há um tempo. Vai com calma, mas vai!

Ronaldo de amanhã, por favor, leia atentamente as sábias palavras acima do Ronaldo do passado. É isso que eu desejo para a minha versão de amanhã, que eu tenho certeza que já está exausta. E é isso que eu desejo para você também! Que você saiba ser gentil consigo mesmo e que, apesar das dificuldades, você siga progredindo. Um feliz 2022 para nós!

👤  CRIANDO CONTEÚDO PARA CRIAÇÃO DE CONTEÚDO

Um descanso, um respiro, uma vibe. Essa é a estética do perfil do João Gorri, nas redes. Gorri é fotógrafo de produtos e designer. No seu perfil pessoal do Instagram, dá várias dicas de produção de conteúdo, além de ter um feed bem bonito. João também tem um espaço inteligentemente chamado de Gorrischool, no qual compartilha várias dicas para "dar um BOOST nas criações" (palavras dele mesmo, hehe).

Para quem tá começando, é uma fonte super boa. Para quem tá mais tempo na jornada, vale conferir também para se atualizar ou tomar algumas partes como referência.

📚  RONALDICAS

E por falar em inspiração, é criadores de conteúdo para inspiração que vocês querem? É criadores de conteúdo para se inspirar que vocês terão! A dica de hoje é esse artigo super bem curado pelo Ilja Aradski, da Glimpse.me, no qual ele lista, literalmente, criadores de conteúdo que inspiram. Repeti muito a palavra inspiração e suas variações, né? Desculpe, é que eu tô inspirado hoje, hehe.

🏞️  O QUE MAIS ROLA NA CREATORSFERA...

• Será que veio pra ficar? O recente mercado de NFTs gerou mais de US$ 23 bi em negociações no ano de 2021 — mais que muito produto interno bruto por aí. Realmente, tá vindo grandão.
• E por falar neles, olha aí de novo... A Samsung também quer entrar nesse meio de NFTs. Pra isso, vai criar um aplicativo onde as pessoas poderão comprar e vender seus NFTs. Vale ficar de olho, porque parece ser uma ótima oportunidade para creators levarem sua produção de conteúdo para outro patamar!
• A política da coisa toda. Há tempos que a Meta (antiga Facebook), é alvo de acusações por políticos nos Estados Unidos. Agora, os reveses com a ala democrata escalaram: o Wall Street Journal detalhou como a equipe da empresa tentou jogar democratas e republicanos uns contra os outros em pesquisas internas vazadas pela ex-funcionária do Facebook. Bicho tá pegando pra Meta...