Golpe do Pix. Como recuperar o dinheiro?
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Golpe do Pix. Como recuperar o dinheiro?

Golpes dentro do ambiente virtual crescem a cada dia. No Brasil, a maior explicação está diretamente relacionada a ausência de informação e educação digital para a população.

Ellen Baltazar
4 min
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#golpedopix
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Os golpes dentro do ambiente virtual crescem a cada dia. No Brasil, percebemos que o problema não é a complexidade do golpe, mas a ausência de educação digital acessível à população.

No caso do golpe do Pix, por exemplo,  o criminoso utiliza o aplicativo do Whatsapp para trocar mensagens com a vítima. Na maioria dos casos, ele se passa por alguém conhecido e consegue criar histórias com base nas próprias informações que a vítima oferece, até que consegue convencê-la a fazer uma transferência bancária para um determinado código de Pix (em nome de um laranja).

Parece absurdo, eu sei! Mas o criminoso é capaz de persuadir até mesmo pessoas “antenadas” no assunto, veja como é a nossa vida!

Estamos tão ocupados com nossos afazeres e saturados pelo “bombardeio” de informações no ambiente virtual que existe uma probabilidade alta de não repararmos que aquele amigo que nos enviou uma mensagem, na verdade, é um criminoso se passando por ele...

Então, se você foi vítima ou quer ajudar alguém que foi vítima, segue o passo a passo para recuperar o dinheiro transferido:

1 - Ligue imediatamente no seu Banco. Utilize o telefone do canal de comunicação, escolha a opção “reclamação”, exponha tudo o que aconteceu e solicite o seu ressarcimento. O banco é capaz de rastrear os dados da conta do Pix e como medida preventiva deixá-la "bloqueada" para preservar o valor, enquanto analisa o seu pedido de ressarcimento.

2 - Em seguida, solicite um boletim de ocorrência. Vá até a delegacia mais próxima da sua casa e informe tudo o que aconteceu. Será necessário levar as cópias impressas das conversas trocadas com o criminoso via Whatsapp, a cópia do comprovante de transferência do Pix, o documento de identidade e o comprovante de residência.

"É fundamental que você solicite um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima, acusando o  crime estelionato, previsto no artigo 171, do Código Penal, porque no pedido de ressarcimento para o Banco, você alegou que foi vítima de um golpe, então, deverá tomar as medidas condizentes que demonstrem sua boa-fé."

3 - Se o Banco retornar sua reclamação dizendo que não fará o ressarcimento, ligue no canal da ouvidoria do seu Banco.  Você deve reforçar o fato de que foi vítima de um golpe, mencionar que possui um boletim de ocorrência e solicitar novamente o ressarcimento. Geralmente, a ouvidoria do Banco analisa o caso com mais cautela.

Por que não ligar diretamente na ouvidoria? Porque na maioria dos Bancos, a solicitação deve passar primeiro pelo canal de comunicação, mas se esse não foi o caso do seu Banco, ótimo!

4 - Se o Banco retornar dizendo que infelizmente o valor não foi recuperado e que por esta razão ele não fará o ressarcimento, procure um Advogado. O Advogado será capaz de analisar se existe ou não a violação dos seus direitos.

Antes de encerrar, quero reforçar alguns pontos com você:

Geralmente, a vítima desse tipo de golpe não faz a denúncia, porque se sente envergonhada por ter caído em uma "armadilha". 

Não denunciar o ilícito é um grande erro, porque o criminoso aplica o golpe em várias pessoas ao mesmo tempo usando o mesmo código de Pix. Isso significa que existe grande possibilidade de o dinheiro transferido estar em um conta já considerada “suspeita”, ou seja, congelada.

Porém, se a vítima não solicitar o ressarcimento, depois de um tempo, o Banco acaba liberando o valor ao criminoso.

Anote os números de protocolos que o Banco informar, mantenha uma cópia física de todas as conversas trocadas com o criminoso e se possível, antes de ir até a delegacia, peça para alguém te ajudar a escrever a narrativa dos fatos.

Sempre que você demonstra uma postura organizada, inclusive perante o Banco, suas solicitações são analisadas com mais cautela. 

Ao escrever a narrativa dos fatos, você ficará mais tranquilo quando estiver diante do delegado narrado todo o ocorrido e isso te ajudará a não esquecer algum detalhe importante sobre o caso.

Mesmo que seja necessário a ajuda de um advogado, é interessante que este tente novamente o canal da ouvidoria do Banco.

Os processos judiciais são demorados e na maioria dos casos uma boa conversa entre Advogado e ouvidoria do Banco, soluciona o conflito.

Para conseguir o acesso a ouvidoria, o advogado precisa estar com o cliente na mesma linha, pois será necessário a confirmar os dados pessoais, inclusive, já consegui fazer essa ligação de forma remota.

É importante lembrar que é dever da Instituição Financeira manter medidas de segurança que sejam capazes de inibir a prática desse tipo de crime, justamente por esta se tratar de uma atividade de risco.

Assim, quando demonstrado que postura do Banco fora negligente, esta poderá ser considerada um fator “facilitador” que contribuiu para que o criminoso fizesse a vítima, o que poderá reforçar a possibilidade de haver a responsabilidade objetiva da Instituição sobre o dano causado ao cliente,  que por sua vez, poderá ter direito a uma indenização.

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@ellenbaltazar_