Espécie do dia: Drosophila melanogaster
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Espécie do dia: Drosophila melanogaster

Com certeza você já deve ter ouvido falar nas aulas de ciência e biologia da mosca pertencente ao gênero Drosophila, principalmente nas aulas que tratam de genética. Isso se deve ao fato dessa espécie ter sido amplamente utilizada como organi...

Em Sinapse04/07/2022
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Com certeza você já deve ter ouvido falar nas aulas de ciência e biologia da mosca pertencente ao gênero Drosophila, principalmente nas aulas que tratam de genética. Isso se deve ao fato dessa espécie ter sido amplamente utilizada como organismo modelo para várias pesquisas genéticas. Um dos estudos mais famosos foi realizado por Thomas Hunt Morgan e com o qual ganhou um prêmio Nobel em 1933 por explicar como a Drosophila recebia de herança uma mutação genética que determinava a cor dos olhos brancos. A espécie Drosophila melanogaster é popularmente conhecida como mosca-das-frutas ou mosca-do-vinagre e possuem uma ampla distribuição, que engloba a maior parte dos continentes e ilhas. Esta espécie de mosca é considerada uma praga em casas, restaurantes e outros lugares onde a comida é servida.

A forma selvagem de D. melanogaster apresenta uma coloração amarelo-acastanhada, com olhos vermelho e anéis transversais pretos no abdômen. Os indivíduos desta espécie apresentam dimorfismo sexual, onde as fêmeas medem cerca de 2,5 mm de comprimento, enquanto os machos são ligeiramente menores com o dorso mais escuro. Os machos apresentam uma mancha preta na extremidade do abdômen (devido à fusão dos segmentos terminais) e possuem uma estrutura pilosa, denominada "pente sexual", na base do metatarso do par de patas anterior. Além disso, os machos têm um aglomerado de pelos pontiagudos (grampos) ao redor das partes reprodutoras que são utilizadas para se prender à fêmea durante o acasalamento. As fêmeas apresentam listas claras e escuras nos segmentos abdominais e não possuem qualquer estrutura pilosa nas patas.

O primeiro motivo para essa espécie ser amplamente utilizada nos estudos genéticos é o tempo de vida curto, que varia em torno de 50 dias. Assim como os demais dípteros, a D. melanogaster apresenta o tipo de desenvolvimento holometábolo (ovo, larva, pupa, adulto) e o seu ciclo reprodutivo é curto, indo do ovo à forma adulta num período de 8 a 14 dias. A partir dos ovos eclodem as larvas que crescem por 4 dias (a 25°C), realizando duas mudas em aproximadamente 24 a 48 horas após a eclosão. Durante esse tempo, as larvas se alimentam dos microrganismos que decompõem as frutas e dos açúcares presentes nas frutas. As larvas então se encapsulam nos pupários e passam por uma metamorfose que dura quatro dias, após os quais os adultos emergem.

Outros fatores que contribuíram para a utilização da D. melanogaster em pesquisas são a alta fecundidade (as fêmeas põem até 100 ovos por dia e podem por cerca de 2.000 ovos durante a vida), morfologia de fácil identificação, dimorfismo sexual que possibilita identificar machos e fêmeas com facilidade, além do fato de apresentarem apenas quatro pares de cromossomos, três autossomos e um par de cromossomos sexuais.

Taxonomia:

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