As grandes redes sociais estão tomando um rumo perigoso. Quando elas começaram a aparecer, era inegável a revolução que aquilo representava para a interação humana e para a comunicação. Elas aproximaram pessoas distantes, deram voz a quem não...
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As grandes redes sociais estão tomando um rumo perigoso. Quando elas começaram a aparecer, era inegável a revolução que aquilo representava para a interação humana e para a comunicação. Elas aproximaram pessoas distantes, deram voz a quem não tinha e acabaram se consolidando como ótimos locais para se debater e informar sobre assuntos que nem sempre apareciam nos jornais e na TV livremente. | ||
Mas, de uns 3 anos para cá, elas resolveram tomar um caminho diferente e que pode fazer com que elas percam o seu lugar no topo entre as Big Techs. | ||
Imagine que você entrou numa biblioteca. Lá você encontra todo tipo de livro, dos mais variados temas e autores. Mas você escolhe somente alguns poucos que lhe interessem e que tenha condições de comprar, enquanto os restantes ficam lá para outras pessoas que se interessem e o único papel da biblioteca, nesse caso, é renovar constantemente o seu catálogo e seu estoque. Mas e se, um belo dia, essa biblioteca resolve proibir que livros que tratem sobre determinados temas sejam retirados de seu catálogo e tenham a venda proibida, o que acontece? Exatamente: você acaba perdendo clientes para concorrentes ou serviços que ofereçam aquilo que você não tem. E aí você tem duas opções: ou muda, ou cai no esquecimento e acaba por desaparecer. Uma biblioteca que dá palpites nos livros que vende deixa de ser uma biblioteca e passa a ser uma editora de livros, e como tal, deve se responsabilizar por isso. | ||
Como diz o ditado popular, quanto maior a altura, maior a queda. E estamos começando a ver a queda dos gigantes acontecer. Se as principais redes da década retrasada (Orkut e MSN Messenger) acabaram por não saberem se adaptar a era do dos smartphones, agora vemos o Facebook derretendo por causa da ambição de Mark Zuckerberg. O Whatsapp, também pertencente a Zuckerberg, vem ganhando cada vez mais a concorrência do Telegram. E a cracolândia virtual, também conhecida como Twitter, viu seus usuários mais insatisfeitos com a espiral do silêncio criada na rede migrarem para o Gettr, nova rede criada por Jason Miller, ex-acessor de Donald Trump, persona non-grata nas redes sociais. | ||
Mas aqui entramos num dilema. As regras do livre mercado não se aplicam às redes sociais. A "melhor" rede vai ser sempre aquela que tem mais pessoas usando, ainda que ela não seja necessariamente a que oferece os melhores recursos. Estamos insatisfeitos com as redes atuais, mas ao mesmo tempo olhamos com desconfiança para opções novas que aparecem. Quando o Parler apareceu, muitos boatos foram espalhados sobre a origem da rede. Claro que o problema do Parler era ser uma rede de nicho, embora fosse muito boa para quem trabalha com jornalismo, antes de sofrer a sabotagem que sofreu. O Gab não pegou no Brasil e os concorrentes do YouTube, com excessão da Twitch, que é uma rede mais voltada para quem joga videogame online, ainda estão engatinhando no Brasil. O Twitter está virando uma câmara de eco e mesmo assim, as pessoas preferem ficar lá ao invés de ir para redes com menos visibilidade. O problema é a falta de opção ou a nossa falta de vontade de boicotar as Big Techs? | ||
A solução que eu vejo é manter-se nas redes grandes por enquanto e ir ocupando as redes menores aos poucos até que você tenha seguidores o suficiente para abandonar as grandes redes sem que isso lhe cause problemas, pois uma hora ou outra precisaremos migrar para elas de vez. |