O problema sem solução.
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O problema sem solução.

Eu entendo o que aconteceu hoje em Brasília. Não concordo, mas entendo. O povo cansou. O inimigo que parecia derrotado deu um jeito de virar o jogo, por meio de censura, repressão, perseguições e prisões arbitrárias, e aqueles que podiam nos ...

Érico Ribeiro
4 min
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Paz sem voz não é paz, é medo.

Eu entendo o que aconteceu hoje em Brasília. Não concordo, mas entendo. Antes de julgar, coloque-se no lugar dessas pessoas. Como você se sentiria depois de passar anos sendo xingado de coisas que você não é, acusado de coisas que não fez, se matando de trabalhar para ver seu dinheiro sendo roubado e vendo seus representantes se voltarem contra você? Foi uma panela de pressão que finalmente explodiu. O povo cansou da censura, da repressão, das perseguições e prisões arbitrárias, e de ver aqueles que podiam nos ajudar fazerem vista grossa ou virarem as costas. É frustrante, desesperador. Isso fora tudo o que aconteceu durante a pandemia, com os fechamentos forçados, as prisões injustas, o terrorismo midiático e etc. Ali foi o primeiro teste. Por isso o povo resolveu fazer justiça com as próprias mãos, como em outras datas de nossa história. Em 2013, chegamos bem perto de derrubar o sistema, mas como o filme Tropa de Elite 2 profetizou, o sistema deu a mão pra salvar o braço e se reorganizou. Sofreu algumas derrotas que não esperava sofrer, mas conseguiu se recuperar graças ao silêncio dos nem tão inocentes. Edmund Burke estava certo.

Mas a direita brasileira tem um problema de timing terrível! Não sei se é imaturidade ou se é a pressa causada pelo desespero de se perceber dominado por todos os lados, mas às vezes é preciso pensar um pouco.

A imprensa, dominada pela esquerda, passou 4 anos (6, se contarmos a imprensa americana), nos chamando de "fascistas", "extremistas", "nazistas" e vários outros "istas" que eles saem repetindo por aí sem ter ideia do que esses termos significam. Ficaram esse tempo todo esperando, e até fomentando, um suposto golpe que eles, lá no fundo, sabiam que nunca aconteceria, mas que serviu para criar a narrativa e manter Bolsonaro e seus apoiadores "na linha". 

Aí, depois de todo o jogo sujo que o sistema fez, utilizando o aparato do estado para retomar o controle (o poder eles nunca perderam de fato), a gente vai lá e cai na armadilha deles, fazendo exatamente o que eles queria que nós fizéssemos para justificar toda a opressão contra aqueles que não querem ver nem o Foro de São Paulo muito menos a Nova Ordem Mundial no controle do Brasil (o velho sempre acerta...). 

Mas eles já não estavam nos oprimindo? Sim, mas agora terão a justificativa que queriam. A imprensa vai criar a narrativa do Capitólio brasileiro e os comunistas do nosso sistema de justiça usarão isso a favor deles. Vão inverter tudo e dizer que povo na rua é antidemocrático e pregar o "ódio do bem" mais uma vez.

Nós temos que parar de dar munição ao nosso inimigo. Aqui no Brasil, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Por mais que a vontade seja de entrar lá e quebrar tudo (e repito, eu entendo que isso tenha acontecido, por mais que não concorde, afinal, é o povo entrando na casa do povo), isso seria agir como o inimigo age. Na situação atual, o que podemos fazer é resistir e rezar. E estudar o inimigo para saber como derrotá-lo, se é que é possível. Numa guerra, nem sempre vence quem tem as melhores armas ou o maior exército. Estratégia também é importante. Ou no nosso caso, um "recuo estratégico".

A situação é a seguinte: o inimigo tem as armas, os meio de ação, o sistema de justiça e a imprensa junto com ele, enquanto nós temos um exército que ainda está se formando, cujo principal estrategista morreu e os demais foram anulados pelo inimigo, nosso principal líder, que ajudou a nos agregar, preferiu agir como Maquiavel do que como Churchill e nossos generais nos traíram. Nos tiraram nossa voz, nossas armas, nossa liberdade e em alguns casos até nossas vidas e nossa esperança. É uma batalha completamente desigual e injusta, mas se render não é uma opção. Devemos que ser como os Sayajins do anime Dragon Ball, que quando ficam muito feridos e se recuperam, ficam mais fortes. Mas isso requer tempo e paciência que nem todos temos (o inimigo vem aplicando a estratégia dele desde os anos 60, fora o tempo que levou para criá-la). É triste, mas a curto prazo, não há o que fazer.

O lado bom é que, pelo menos, fizemos o inimigo expor sua verdadeira face (que nem todos conheciam) e apelar, o que pode virar a nosso favor lá na frente.

Para encerrar, é bom que se diga com todas as letras o nome do culpado pelo que aconteceu ontem: Rodrigo Pacheco, presidente do senado.