Onze homens e um segredo
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Onze homens e um segredo

Montesquieu se revira no túmulo.

Érico Ribeiro
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Montesquieu se revira no túmulo.

Mais uma vez, um ministro do STF, em uma canetada, "obrigou" o governo a exigir o passaporte nazista para a entrada de estrangeiros no país. E ainda chamou a medida de "conservadora". Para quem já falou que Cesare Battisti era inocente, se consultou com João de Deus e acha que Nicolás Maduro é de centro-direita, isso não é surpresa.  É o "iluminista de gambiarra", como disse brilhantemente o jornalista e escritor Guilherme Fiúza. O "iluminado" não enxerga o autoritarismo por trás de suas decisões.

Aliás, falando em Nicolás Maduro, lembremos que o regime Chavista na Venezuela começou dessa forma: com o judiciário assumindo as funções dos outros poderes. Se for pra se inspirar em um país sul-americano, que seja ao menos o Peru.

A composição do atual olimpo judiciário diz muito sobre o estado de degraação cultural do nosso país. Além do supracitado, temos entre os onze um ex-delegado tucano com ligações com o PCC e tendências psicopatas, o ex-advogado do PT, e apenas UM juiz de carreira. Em um país onde não há poder moderador estabelecido por lei, os onze "iluministros" tomaram para si esse papel, sem que tenham recebido um voto sequer para isso. Junte-se isso a um senado omisso, que fica preso num eterno jogo de compadres com a suprema corte, e um presidente preso no dilema entre agir e ser taxado de autoritário ou não fazer nada e ser taxado de fraco, e temos o cenário perfeito para a juristocracia. A esperança, que seriam os militares, tem como representante um vice presidente que diz que "decisão judicial não se questiona, se cumpre". E a constitucionalidade vai pra onde, general? E a tripartição de poderes?

Está muito claro que o objetivo é inviabilizar o país e implantar uma agenda que vai totalmente de encontro aquela que a maioria da população escolheu quando elegeu Jair Bolsonaro. A esquerda consegue na justiça o que não consegue via congresso. E não tem ninguém com colhão para chegar botando ordem naquele circo.

Como diria o ex-deputado Eduardo Cunha, que Deus tenha misericórdia de nossa nação.