Emoção a Vácuo
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Emoção a Vácuo

Emoção a vácuo.

Vânia Ribeiro
2 min
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Réveillon banhada com as lágrimas do céu como se fossem roupa escolhida para dançar. Minha utopia possível para amanhã.

Um ano intenso nas surpresas, decepções, descobertas e tristezas. Sem juízo de valor, apenas constatação.

As surpresas me trouxeram riso, alívio. As decepções me trouxeram auto questionamento. O quanto ser emotiva e passional me transformam em labareda. Autodestrutiva. Quem eu gostaria de ser entrando na fogueira. Se deixando queimar...

Nua de crenças ou...
Nua de crenças ou...
Vestida num abraço ?
Vestida num abraço ?

Quando resta a fumaça, estou eu, mais uma vez, sufocada, buscando o ar quando queria estar nua como alguém que se despe de tudo que acha que é.

Descoberta. Uma delas: continuo vestida de crenças negativas sobre mim. Minha cor preferida é preta como um alerta observável da simbologia que ela carrega. Alguém de preto, segundo dizem, está triste, imponente ou ritualizando pro mal. Um misto representativo da persona escolhida. Meu eu conflitando entre a derrota, a soberba e a vontade de fazer mal (lê-se "desculpa" ou "me olha"). A indiferença mata tudo, inclusive meu bom senso.

Tristeza. Muitos a consideram o oposto da alegria, para mim ela é o oposto da vontade. Meu pai morreu, muito de mim também. Ainda assim, onde há morte, talvez haja ressurreiçāo. A minha responde por reflexão.

E acho a tristeza tão necessária quanto a alegria, ela é capaz de dimensionar o que é bom. Aliás, tenho um profundo respeito pela tristeza por ela sempre me trazer de volta a dor que me desperta para a vida em sua totalidade.

É isso. Na hora da virada, talvez escolha uma roupa velha que já deveria ter sido usada. Aquela história de ocasião especial que nunca chega. A minha chegou desde a minha última ressurreiçāo.

Mas talvez um abraço longo e sincero me deixe mais bonita. Quem sabe é minha roupa preferida?