Hipertrofiando a vida
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Hipertrofiando a vida

O que a musculação e a vida tem em comum? O peso. Neste texto vou te mostrar porque o fisiculturismo é o esporte que melhor representa a vida.

Estevão Barros
3 min
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Só o peso nos faz crescer
Só o peso nos faz crescer

Eu não treino. Já tentei durante algum tempo, mas nunca criei gosto pela coisa. Não via sentido em ficar levantando pesos e encarar a dor dia após dia.

Eu existo há 24 anos. Já tentei viver durante esse período, mas nunca criei gosto pela coisa. Não via sentido em ficar levantando pesos e encarar a dor dia após dia.

Entretanto, de um ano para cá muita coisa mudou. Mesmo ainda não treinando, passei a acompanhar diversos canais de musculação e a entrar nesse universo. Parece bizarro, eu sei, nem eu às vezes entendo o que tanto me cativou nesse universo, mas o fato é que eu não perco um vídeo, acompanho seus personagens, suas rotinas de treino, suas histórias…

Não tenho pretensão de me tornar um atleta e não sei se voltarei a uma academia, algum dia, mas uma coisa eu aprendi nesse 1 ano.

Ouso dizer, que o fisiculturismo é o esporte que melhor representa a vida. Não existe representação melhor para a vida do que um peso que você deve carregá-lo, faça chuva ou faça sol. Contudo, assim como na musculação, existe um propósito em se carregar esse peso da vida.

É ele que nos faz crescer. Seja física ou espiritualmente. É somente através da dor que o peso promove, que alcançaremos nossa melhor versão.

Dor, inclusive, que será algo comum em ambos os casos. Sem dor, sem ganho. Essa é a frase que move qualquer maromba a fazer seu supino e seguir sua dieta. Uma lógica difícil de compreender para quem vê de fora.

“Mas, por que alguém vai para uma academia carregar peso e ficar todo dolorido? Não faz sentido”, e de fato não faz, se o que está em jogo para você é status, mulheres e qualquer outro motivo idiota que leve alguém até uma academia. Mas para esses caras, é uma questão de vida ou morte, uma questão de evolução. De a cada dia dar um passo em direção ao seu melhor. Por isso, eles encaram os pesos, como quem leva os filhos ao parque.

Agora, não sou preparador físico e não posso te passar umas dicas de treino, mas acredito que posso te incentivar a carregar o peso da vida, por mais dolorido que esteja.

Há um propósito nisso tudo, que não é passar tinta no corpo e subir num palco só de sunga ou biquíni. Pelo menos nesse aspecto, a vida é um pouco mais gentil que o fisiculturismo, o constrangimento é opcional.

Assim como o sofrimento. Para um atleta, a dor é uma companheira, é algo positivo. Um sinal de que todo aquele esforço tem valido a pena e de que a cada dia ele está mais próximo do seu objetivo.

Faz 1 ano que acompanho esse universo e somente hoje fui ter percepção desse paralelo e de que, assim como eles, devemos brigar com o peso da vida. Sei que às vezes a vontade de desistir é grande, mas pense naquilo tudo o que você pode ser e siga em frente, com olhos de quem vê além.

Em um dos muitos vídeos que acompanhei, lembro-me de ouvir a seguinte frase: “o peso de ser respeitado. O peso deve ser encarado”. Infelizmente, não lembro o nome do autor da frase, mas que com certeza tem mais de 45 cm de braço e peço licença para parafraseá-la.

A vida deve ser respeitada. A vida deve ser encarada.

No fim, é aquilo que diz o Emicida: “vale a pena estar vivo, nem que seja pra dizer que não vale a pena estar vivo. Mas vale a pena estar vivo”.