12 Anos de Escravidão é uma história que revolta, comove, emociona e te prende em uma narrativa com poucos recursos hollywoodianos.
12 Anos de Escravidão é uma história que revolta, comove, emociona e te prende em uma narrativa com poucos recursos hollywoodianos. | ||
Não existem correrias, confrontos épicos, explosões, trilhas sonoras crescentes e empolgantes ou super heróis. Na verdade, o filme é cheio de pessoas "normais", pessoas boas, mas que preferem não se envolver de mais. Parece que nada mudou desde aquela época. | ||
O longa retrata a vida de Solomon Northup, um homem negro, com estudo, profissão e, principalmente, livre. Livre até que foi enganado e sequestrado. E assim começam os 12 anos de escravidão. O maior choque que levamos durante o filme é quando lembramos que tudo o que está retratado na tela foi baseado no livro de Solomon, livro que ele escreveu contando sua vida. Seus 12 anos. Tudo o que está ali, foi baseado em fatos reais. | ||
O grande elenco, reunido por Steve McQueen, tem nomes de peso como Benedict Cumberbatch, que vive Ford, o primeiro dono de Solomon, ele reconhece os talentos de seu escravo, até o presenteia com um violino, mas deixa a desejar em um momento crítico. Outros nomes do filme são Paul Dano, Paul Giamatti e Brad Pitt. Esse último aparece por poucos minutos, mas é um tremendo alívio em terras em que ninguém se importa com os escravos. | ||
O segundo dono de Solomon, Edwin Epps (brilhantemente interpretado por Michael Fassbender), é seu maior desafio. O fazendeiro que não mede consequências e recusa-se a tratar seus escravos como pessoas. Quem mais sofre com suas loucuras é Patsey (interpretada por Lupita Nyong'o, talvez a personagem que mais arranque lágrimas dos espectadores durante o filme). Já Chiwetel Ejiofor, que dá vida à Solomon, acertou a mão no personagem. A interpretação balanceada e concisa te leva pro filme que é cheio de silêncios. | ||
A única certeza que Solomon tem na vida é que é preciso baixar a cabeça e apenas sobreviver. Viver é algo que não se encaixa na vida de escravo. E principalmente, nunca abandonar o sonho de um dia voltar a ver sua família. Entre mortes, chicotadas, traição e humilhação, conhecemos um homem forte que sobreviveu aos 12 anos em que viveu e foi tratado como um escravo. | ||
Com certeza não é um filme fácil de se assistir. Causa desconforto e revolta. Não é um filme como Django (onde as mortes e o sangue são usados para uma causa). 12 Anos é simples em retratar uma vida de sofrimentos. Segundo muitos, esse é o filme favorito para levar a estatueta pra casa. Minha opinião? Esse é o longa que mais merece levar o prêmio. |