Crítica - "A Invenção de Hugo Cabret''
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Crítica - "A Invenção de Hugo Cabret''

Diversão, emoção e uma homenagem ao cinema.

FÁBIO LINS
3 min
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Diversão, emoção e uma homenagem ao cinema.

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''A Invenção de Hugo Cabret'' não está indicada em 11 categorias ao Oscar atoa. O filme é um misto de aventura, drama e mistério, composto de passado, mais passado ainda e passado. Com uma produção impecável, comandada pelo perfeccionista Martin Scorsese, o longa traz uma história simples de acompanhar, direcionada ao público infantil, porém, recomendado para toda família.

Hugo - personagem de Asa Butterfield - é um jovem órfão vivendo uma vida secreta nas paredes de uma estação de trem em Paris no século 20. Seu único dom refere-se a consertar as coisas, especificamente relógios. Seu pai morreu em um incêndio, deixando apenas um quebrado boneco autômato - resgatado por ele no museu onde trabalhava, antes que também viesse em chamas. Vivia fazendo o trabalho de seu tio alcoólatra, com o intuito de se manter com pelo menos um lugar para morar. Tinha que roubar para viver e também para poder terminar o conserto do boneco - até então, seu único objetivo de vida. Quando pensamos que o enredo iria seguir apenas essa linha, as coisas ficam mais complexas.

É o famoso ''mundo pequeno''. Hugo rouba Georges (Ben Kingsley) - dono de uma loja de consertos, onde acada tendo que deixar seu projeto de conserto ao boneco, cujo pertencia ao próprio Georges. Acaba conhecendo Isabelle (Chloë Grace Moretz), filha de Georges que acaba tornando sua parceira e ajuda-o em diversas confusões, mas principalmente fornecendo a chave em forma de coração, peça preponderante para o funcionamento de seu boneco. Entretanto, acabam conhecendo um fã confesso de Georges, onde descobrem que o simples dono de uma loja de consertos foi um excepcional cineasta.

Essa sub-trama serviu como ganho para que Martin Scorsese pudesse embutir uma homenagem ao cinema pré-tecnologia, onde os efeitos especiais não tinham nada de especiais, mas que a inteligência humana era usada como nunca, montando e desmontando sonhos com as próprias mãos.

Falando em efeitos, o filme usa tudo que tem direito nesse quesito. É uma profunda viagem ao que tem de melhor em tecnologia cinematográfica, justificando e muito a inserção de visão tri-dimensional. Nota-se que a produção teve muito cuidado e detalhou-nos os principais momentos do filme de forma espetacular.

Não houve resoluções bombásticas e muito menos espanto com o final. O filme tem início, meio e fim bem montado, trazendo-nos conforto durante os 127 minutos. O ''felizes para sempre'' foi usado, mas não de forma forçada como acostumamos ver por aí. Hugo safou-se de morar em um orfanato e ganhou uma nova família, cujo foi peça preponderante para o retorno da harmonia.

No balanço final, quem ganhou mesmo foi o telespectador que acompanhou essa magnífica história, recheada de diversos sentimentos e com uma homenagem que o cinema agradece.