O milionário Flamengo de 2010
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O milionário Flamengo de 2010

Fritura, vazamentos e guerra fria: este é o Modus Operandi da gestão Rodolfo Landim.

@FalsoNove2
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Fritura, vazamentos e guerra fria: este é o Modus Operandi da gestão Rodolfo Landim.

Foto de Alexandre Vidal, 2020.
Foto de Alexandre Vidal, 2020.

Ao final de 2018, a chapa Roxa era eleita no Flamengo. O grupo político, dissidente dos azuis, eleitos em 2013, prometia uma gestão focada em títulos, contratações bombásticas e arrojo financeiro. Promessas cumpridas.

O que também se falava, em especial, por Marcos Braz, é que treinadores teriam respaldo e que trabalhos de longo prazo seriam implantados no Flamengo.

Abel Braga, primeiro treinador escolhido pelo grupo, ainda ao longo da campanha, teve péssimo desempenho. O time além de espaçado, atuava apenas na transição, não escalava os reforços caros e, em muitos momentos, parecia desafiar torcedores. Terrível. Ainda assim, a sua saída se deu de maneira covarde. Pressão externa sem filtro, nenhum respaldo e abandono fizeram Abelão pedir demissão.

Ao seu lugar, foi contratado Jorge Jesus, que trouxe um departamento de futebol “portátil” em seu porta malas. Instalou ponto eletrônico. Demitiu profissionais que estavam há décadas no clube. Proibia circulação de profissionais do futebol durante as atividades!! Blindou elenco e comissão, contra vazamentos, interferências. Contra amadorismo. Deu certo por um bom tempo.

Ao levar tudo embora, sem ninguém do clube para dar continuidade, o Flamengo sofreu. A falta de histórico sobre as coisas tornou o início de trabalho de Domenèc Torrent em algo muito difícil. O espanhol até conseguiu se recuperar, mas não resistiu a uma sequência de goleadas sofridas. Seu trabalho tinha defeitos, mas a forma como saiu chama atenção.

Com multa alta, a diretoria rubro-negra foi para a tática da asfixia. Vazamentos aos amigos da imprensa pareciam orquestrados. Como algo necessário para justificar à torcida, os motivos de uma demissão.

Dado o contexto, nenhuma surpresa sobre a forma como foi demitido Rogério Ceni. Este Flamengo, apesar de milionário, é tão amador quanto aqueles que você está imaginando enquanto lê isto. A coalizão política de muitos grupos para alçar Landim ao poder cobra seu preço. Nenhum dirigente tem coragem de bancar um trabalho, em especial em ano eleitoral. O medo de perder apoio e capital político assombra os políticos amadores não renumerados. Algo tão estranho, quanto preocupante.

Sobre o novo treinador? Dado o modus operandi, pode-se afirmar que já está contratado. Será apresentado em horas. Que saiba aproveitar muita coisa boa, deixada pelo antecessor. Que tenha capacidade para tal.