O que eu perdi?
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O que eu perdi?

Foram exatos 8 meses estando longe da cobertura do basquete nacional e admito que foi a melhor escolha que eu fiz nesse período. Além de poder me concentrar em desafios que me exigia um grande foco, pude dar maior atenção a minha vida social ...

Felipe Souza
7 min
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Foram exatos 8 meses estando longe da cobertura do basquete nacional e admito que foi a melhor escolha que eu fiz nesse período. Além de poder me concentrar em desafios que me exigia um grande foco, pude dar maior atenção a minha vida social e emocional.

Claro que nesse período eu senti falta da interação com as pessoas que liam o antigo Esporte Clube Basquete e sem falar nos irmãos e irmãs que a vida me deu dentro daquele projeto. Mas sobre isso eu falo no final do texto.

Porém, a vontade de escrever sobre o basquete sempre esteve presente. 

Nos últimos meses, pensei diversas vezes como eu poderia falar sobre o esporte que amo sem me desgastar muito (ainda não sei se é possível rs). Então, a melhor solução que encontrei foi começar devagar e no tempo que eu achar necessário.

E claro, comentando aos poucos o que eu vi nesse período. Será que eu perdi muita coisa?

Saída do Mogi e retorno do São José

Mais uma temporada começando com mudanças entre os clubes que vão participar do NBB. Neste caso, foi o anúncio da saída do time de Mogi para dar lugar ao retorno do tradicional São José.

Quando eu soube dessa notícia, fiquei feliz por Mogi. Não pela saída do campeonato e sim, por mostrar responsabilidade em resolver o seu problema financeiro.

Quem me acompanha a mais tempo, sabe o quanto cobri e apurei a complicada situação financeira do clube. E ver a atual gestão entender que solucionar esse problema precisa ser o foco da sua administração, me dá esperança de um dia podermos assistir o Mogi em quadra novamente.

Pelos lados do São José, é importante ver o retorno da equipe ao NBB e contando com nomes como Pecos, Carbonari e entre outros. Torço para que o time se mantenha firme na temporada atual e nas próximas.

Obrigado Fúlvio

Quando falamos de Mogi, é díficil a próxima pauta não ser a aposentadoria do Magic Fúlvio. O armador que dava show em quadra, sempre se mostrou ser um profissional ímpar e muito solícito para dar entrevistas.

Por sinal, as entrevistas sempre foram muito boas e com ótimas histórias. Por exemplo a entrevista a baixo:

https://www.youtube.com/watch?v=vadO3Q8g3f4

Enfim, só posso agradecer ao Fúlvio pelas jogadas que tive a felicidade de ver ele fazer em quadra.

Muito obrigado!

Franca campeão

O maior campeão brasileiro na era pré-NBB, com 11 títulos, o Franca finalmete conquistou o troféu do Novo Basquete Brasil.

A conquista coroa a boa montagem do elenco e a consistência que o time apresentou em toda a temporada.

Também é preciso dar parabéns a toda comissão técnica, principalmente ao treinador Helinho, que conseguiram alcançar o tão sonhado campeonato.

Alô? Tá ao vivo?

Um dos pontos que vários torcedores vem levantando nos últimos anos é o fato do campeonato estar cada vez mais “escondido”.

Não sei se consigo concordar 100% com essa afirmação, mas de fato sinto falta de ver o basquete nacional na TV aberta em uma grande emissora (com todo o respeito a TV Cultura). Olhando para trás e vendo como foi a saída da competição da Globo e o recente processo judiciado contra a Band, faz sentido o NBB não estar na sua melhor posição.

Mas eu acredito que tenha “salvação”. Talvez esse seja o momento de oferecer de graça a competição para a Globo e outras emissoras. Não é vergonha admitir que o produto precisa MUITO furar a bolha e a estratégia atual (se teve uma) não vem dando ótimos resultados.

Voltando ao segundo parágrafo, o NBB estar escondido eu acho meio forçado dizer. Já que a competição teve transmissão no YouTube, TV Cultura e ESPN. Exposição ela tem, o debate deve ser se ela está conseguindo monetizar e divulgar bem a marca.

Enquanto isso na CBB…

O Campeonato Brasileiro segue mostrando evolução e amadurecimento das equipes.

Depois de acompanharmos o retorno do União Corinthians ao cenário nacional, foi legal ver equipes como São José e Araraquara jogarem bem o campeonato. Sem contar a estreia da jovem equipe carioca da Liga Super Basketball.

Porém, o que me agrada na competição está fora de quadra. A comunicação do campeonato, a melhora visual no site e o crescimento na produção de conteúdo para a CBB TV, mostram que o trabalho do Thierry Gozzer e companhia estão dando resultados.

Se vai ser um sucesso estrondoso nos próximos anos, não dá para dizer. Porém, é fácil afirmar que melhorou muito do que era antes da entrada do profissional.

Salve ECB!

Antes de encerrar esse primeiro texto, só queria agradecer a todos que estiveram no projeto do Esporte Clube Basquete. 

Agradecer por comprarem a ideia louca de escrever sobre o basquete nacional e claro, de me aturar. Foi um período de muito aprendizado, correria e estresse. Mas sem vocês, era impossível das coisas acontecerem.

Não vai dar para citar todo mundo que passou por lá, mas vou tentar:

Obrigado Alice Barbosa por ter uma paciência de Jó e ser fundamental para o projeto rodar.

Obrigado Lucas Rocha pela parceria no ECB e a amizade criada nesse perído.

Obrigado Rubão, Gonçalo, Igor (os dois rs) e Rodrigo Bamondes por apoiarem o projeto desde o começo.

Obrigado Lucas Ardito, Jéssica Maciel, Vitor Sarvas, João Kikuichi, Caique Ribeiro, Felipe Melo, Geovanna Teixeira, Victor ferreira, Rafael Santos, Gabriel Ritter, Stefani Pitanga, Kevin Leal, Ana Flávia, Miguel Salek, Thomas Sautchuk, Viny Mathias, Gabriel Henrique, Bruno Carvalho, Márcia Melsohn e entre outros.

Muito obrigado mesmo!

Saideira

Antes de fechar a conta, preciso dizer duas coisas que me chamaram bastante a atenção nos últimos meses: a diminuição na cobertura do basquete nacional como um todo e a manutenção de uma relação quase nula entre a Liga e os poucos que ainda cobrem a competição.

A primeira situação é extremamente normal, já que cobrir NBA vem trazendo cada vez mais audiência do que o basquete nacional e isso acaba desestimulando os perfis das redes sociais focarem no basquete brasileiro.

E a minha tese que produtor de conteúdo que só bate palma para tudo tem amor vadio, segue invicta. No final do dia, os produtores que elogiam quando é necessário elogiar e criticam quando enxergam falhas no sistema são os que mais amam o esporte.

Sobre a relação entre Liga e os poucos que cobrem a competição, é um assunto que venho falando durante os últimos anos. Não acho que nenhum campeonato precisa "puxar-saco" de jornalista/produtor de conteúdo, mas talvez seja interessante valorizar quem sempre está cobrindo o seu produto. Ainda mais quando a sua competição tem pouco apelo na mídia tradicional.

"Mas Felipe, o que vc está pedindo não faz sentido!"

Vamos olhar a grama do vizinho. A senhora NBA (todos sabemos que ela é enorme) faz isso muito bem no Brasil. Olha a quantidade de produtores de conteúdos que são chamados para suas ações. TODOS falam do seu produto a anos e com propriedade, entendem do assunto e consomem o seu produto diariamente.

Com isso, ela acaba chamando eles para estarem sempre presentes nos eventos. Também é natural que ela chame influenciadores que não são do meio do basquete para tentar "furar" a bolha das conversas e na maioria das vezes, funciona.

Voltando para o basquete nacional, quantos produtores de conteúdos são envolvidos em ações?

Veja o exemplo do grande Enéas Lima. Não sou flamenguista, mas o trabalho que o Enéas faz cobrindo o Flamengo nos últimos 11 anos é louvável. Dá para contar em uma mão (e deve sobrar dedo) quantos jornalistas estão até hoje na ativa cobrindo o basquete nacional. Agora eu te pergunto: quantas vezes você viu o Enéas participando na transmissão de algum jogo do Flamengo?

No final, não é dar palco para todo mundo. É tentar unir forças para que o basquete nacional cresça e a gente tenha competições cada vez mais sólidas.

O que vem pela frente?

Sei que faltaram dezenas de temas para debatermos neste texto, mas ao longo das próximas semanas vamos falando aos poucos. Beleza?

A ideia inicial é ter um texto por semana. É isso pessoal.

Agradeço quem leu até aqui e até a próxima.