Qual será o nosso futuro?
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Qual será o nosso futuro?

Que semana hein?!

Felipe Souza
9 min
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Que semana hein?!

Seleção perdendo para o “poderoso” México (terceira derrota seguida) e mais uma briga entre a LNB e a CBB.

Calma, está chegando a AmeriCup para nos distrair novamente.

Antes de entrarmos no texto de hoje, que tal conferir o da semana passada?

Agora sim, vamos em frente!

Brasil perde para o México em casa

Na última segunda-feira (29), o Brasil recebeu o México em Jaraguá do Sul (SC) e sofreu uma dolorosa derrota por 82 a 72.

Os destaques da seleção mexicana foram o ala Irwin Avalos com 16 pontos e o armador Paul Stoll com 16 pontos (4/4 nas boltas de 3) e 5 assistências.

Pelo lado do Brasil, o nosso maior cestinha foi o armador Yago com 15 pontos.

Com o fim da primeira janela da segunda fase das Eliminatórias da Copa do Mundo, o Brasil terminou com uma campanha de 5 vitórias e três derrotas e ocupa a terceira colocação do Grupo F. A nossa seleção está empatada em campanha com o México e o Uruguai, mas atrás dos mexicanos e à frente dos uruguaios nos critérios de desempate.

O Brasil ainda encara os americanos (dentro e fora de casa), México (fora de casa) e Porto Rico em casa.

Vale lembrar que os três melhores do Grupo F e os três melhores do Grupo E, com Bahamas, Canadá, Argentina, Venezuela, República Dominicana e Panamá, vão ao Mundial, assim como o melhor quarto colocado das duas chaves.

Quem é o culpado da derrota brasileira?

Ao fim da janela das Eliminatórias, foi natural os torcedores começarem a procurar um culpado para as derrotas da seleção. Mas existe um culpado?

Na minha visão, não vejo dessa forma.

Não acho que o Gustavo (um dos nomes mais citados pelos torcedores) seja o grande culpado, ele convocou os nossos melhores jogadores para essa fase.

Sei que tivemos pedidos de dispensas no meio do caminho (por sinal, qual treinador da seleção não sofreu com isso?), talvez a mais sentida foi o do Bruno Caboclo. Porém, o elenco ainda era bom para os jogos contra Porto Rico e México.

O que a gente viu em quadra foi uma equipe que não se encaixou nos dois jogos, com uma rotação questionável em alguns momentos, sofrendo bastante na composição defensiva (vide a defesa do nosso perímetro contra o México) e jogadores que também não renderam bem em quadra.

Esse conjunto de fatores, fez com que a gente chegasse nessa situação.

Agora só nos resta torcer para que a seleção consiga achar a sua boa forma novamente e a gente consiga a vaga para a Copa do Mundo do ano que vem.

“Mais com o Petrovic…”

Depois da dura derrota para o México, alguns fâs de basquete começaram a questionar o trabalho do Gustavo De Conti e aproveitaram para citar que a saída do Petrovic da seleção foi injusta.

Acho que é fundamental relembrar a todos os motivos que fizeram o treinador croata se despedir do comando técnico.

Motivo 1

Os jogadores não estavam satisfeitos com o croata (muita reclamação nos bastidores), os resultados não empolgavam e começou surgir o burburinho que com o time que ele tinha em mãos dava para fazer melhor.

Motivo 2

A saída dele foi um conjunto da má gestão interpessoal (por sinal, ele tem um histórico grande na seleção da Croácia), pressão da comunidade do basquete (treinadores, jogadores e dirigentes) que nunca aceitou bem um treinador estrangeiro.

Por sinal, vocês lembram dos diversos tweets “polêmicos” feitos por ele?

Motivo 3

E claro, a repercussão ruim entre os torcedores e de quem cobria o basquete.

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Foto: Antonio Bronic/Reuters

Juntando tudo isso, ficou “fácil” para a CBB fazer a troca no comando.

A chegada do Gustavo no cargo principal foi natural para todo mundo. Muito pelo desempenho que estava mostrando no cenário nacional até aquele momento e por ser brasileiro, já que nos bastidores existia uma aversão ao trabalho de treinadores estrangeiros.

Obs: algumas pessoas citaram que a mídia derrubou o croata. Cá entre nós, vamos ser honestos: a “mídia” brasileira dá para contar nos dedos, a grande maioria é independente e 90% dela não cobre de forma jornalística (isso por que não temos público suficiente interessados no tema). Enfim, a “imprensa” que cobre o basquete não chega aos pés da força da imprensa que cobre o futebol.

É louco ter que explicar isso em pleno 2022.

LNB vs CBB: A luta sem fim

Se a nossa segunda-feira já começou mal, ela só foi piorando. Isso por que a Liga Nacional de Basquete (LNB) emitiu uma nota oficial na terça-feira (30) em que iria questionar judicialmente a decisão da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) de indicar a Liga Sorocabana (LSB) para a disputa da Liga Sul-Americana 2022.

“A Liga Nacional de Basquete vem a público informar que após decisão de seus associados em Assembleia Geral Extraordinária realizada na manhã desta terça-feira, 30 de agosto, vai questionar judicialmente a decisão da Confederação Brasileira de Basketball referente à indicação de equipes brasileiras para a disputa da Liga Sul-Americana 2022, competição organizada pela Federação Internacional de Basquete — Zona Américas (FIBA-Américas), que começa neste mês de setembro.”

O que acontece é que a LNB assinou Termo de Cooperação com a CBB que estabelecia que a meritocracia baseada nas colocações das equipes em competições realizadas pela Liga seria obrigatoriamente o valor fundamental a ser respeitado para indicação de clubes brasileiros em campeonatos internacionais. Com isso, quem deveria ir no lugar da LSB seria o Paulistano.

Com a nota emitida (vale ler ela na íntegra) e o caos começando emergir, separei alguns pontos que eu apurei nos últimos dias.

Bastidores antes da nota

Antes da LSB ser indicada pela CBB, o convite foi feito para o São José (campeão da competição organizada pela Confederação). A equipe paulista chegou a comemorar em um post no Instagram a ida para a Liga Sul-Americana, mas segundo fontes ela foi pressionada para desistir da competição e rapidamente apagou o seu post.

Com a desistência do São José, quem toparia entrar nesse mar revolto? Claro, a LSB do polêmico técnico Rinaldo.

Mas por que a Confederação do nada descumpriu um acordo com a LNB?

Segundo pessoas ligadas a instituição, ela não quebrou o tal acordo. Isso por que a FIBA teria cedido uma vaga a mais para a competição organizada por ela.

Dessa forma, o presente dado pela Federação seria destinado somente para a CBB e não seria necessário atender aos critérios de meritocracia do acordo entre as instituições.

Bastidores com a FIBA

Procurando entender melhor essa narrativa, conversei com uma fonte da Fiba Américas que me confirmou a informação da pessoa ligada a CBB e disse que quando a Federação for notificada da ação judicial, provavelmente será enviado um e-mail reiterando a versão da Confederação.

Obs: A LNB foi procurada e até o momento não tive retorno.

Mas o que podemos tirar desse episódio?

Primeiro, vale ressaltar que estamos no começo de um imbróglio que promete ser grande e só a justiça pode nos dizer quem está certo nesse caso.

Dito isso, vejo que a Liga entrou no jogo da Confederação e não parece estar ganhando.

A nota oficial divulgada no começo da semana, não teve votos do Corinthians e do Flamengo (talvez ambos queiram ver o que vai acontecer nesse circo). Também teve clube que aconselhou a LNB a não fazer a nota.

Mas qual seria o outro caminho que a Liga poderia seguir? Vamos olhar para o cenário macro: imagina se a Liga entende que essa foi uma quebra de acordo e os clubes se unem para informar a Confederação que eles não vão disputar a Liga Sul-Americana. Será que a FIBA ficaria feliz em ter o Tatuí ou o Ponta Grossa (nada contra os clubes) em seu campeonato? Dúvido.

Além disso, é provável ser verdade que a CBB tenha recebido o tal agrado da Fiba. Já que é a instituição brasileira que ajuda a eleger o presidente da Federação. Ou seja, nada mais que a velha política da boa vizinhança.

Depois de tudo o que eu ouvi e li nos últimos dias, parece que só faltou uma comunicação entre as instituições. Bizarro, né?!

Enquanto isso, estamos vendo a CBB fechando com um grande patrocinador e se aproximando de grandes emissoras como a Globo.

Se alguém da LNB ler esse texto, diria que chegou o momento de abrir o olho. Hoje eu não dúvido que um dia a competição possa acabar. Louco dizer isso. Mas se a Confederação continuar crescendo financeiramente e tiver bons espaços na mídia tradicional, será dificil conter a debandada dos clubes.

Por fim, eu ainda sonho que as duas instituições tenham uma relação boa entre si e que a modalidade que tanto amamos seja colocada em primeiro lugar.

Voltando ao basquete

Hoje (1/9) a LNB divulgou a tabela da temporada 22/23 do Novo Basquete Brasil (NBB).

Confira quais serão os primeiros jogos do NBB:

15/10 (Sábado)

18h30–123 Minas x Flamengo — Arena UniBH

19h — Corinthians x São José — Ginásio Wlamir Marques

19h — Rio Claro x Paulistano — Ginásio Felipe Karam

19h — Unifacisa x Cerrado — Arena UNIFACISA

17/10 (Segunda-feira)

19h30 — Pato Basquete x São José — Ginásio do SESI

19h — Unifacisa x BRB/Brasília — Arena UNIFACISA

20h — Fortaleza Basquete Cearense x Cerrado — Ginásio CFO

20h45 — Rio Claro x São Paulo — Ginásio Felipe Karam

18/10 (Terça-feira)

20h — SESI Franca x Paulistano — Ginásio “Pedrocão”

19h — Pinheiros x 123 Minas — Gin Poliesportivo H. Villaboim

19/10 (Quarta-feira)

20h — Fortaleza Basquete Cearense x BRB/Brasília — Ginásio CFO

20/10 (Quinta-feira)

19h15 — Corinthians x Flamengo — Ginásio Wlamir Marques

21h — Bauru x 123 Minas — Ginásio Panela de Pressão

21/10 (Sexta-feira)

20h — Caxias do Sul x União Corinthians — Ginásio do SESI

Curtinhas da coluna

  • O Brasil estreia nesta sexta-feira contra o Canadá na AmeriCup Recife 2022 a partir das 20h10. O jogo tem transmissão do SporTV.
  • Néstor Garcia não é mais treinador da Argentina. No seu lugar, entra o ex-atleta Pablo Prigioni. O jogador com passagem pela NBA e atual assistente técnico do Minnesota Timberwolves (cargo que ele continuará exercendo), já assume o time para a AmeriCup.

E aí, gostou do texto de hoje? Por hoje é só pessoal, até semana que vem!