Como funciona o "teto de vidro" que impede as mulheres de ocupar cargos de liderança nas empresas
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Como funciona o "teto de vidro" que impede as mulheres de ocupar cargos de liderança nas empresas

A Harvard Business School publicou um estudo bastante esclarecedor sobre como funciona a desigualdade de gênero, responsável pelo famoso "teto de vidro" que impede as mulheres de alcançar cargos de liderança nas empresas, mapeando o preconcei...

#Finanças #Gestão #Carreira
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A Harvard Business School publicou um estudo bastante esclarecedor sobre como funciona a desigualdade de gênero, responsável pelo famoso "teto de vidro" que impede as mulheres de alcançar cargos de liderança nas empresas, mapeando o preconceito em cada uma das 6 etapas da gestão de talentos:

1- Atração: Descrições de cargos que destacam características excessivamente masculinas ou pouco claras desencorajam as mulheres a se candidatarem.

2- Contratação: O preconceito começa na avaliação de currículos. Estudos mostram que grupos historicamente desfavorecidos (negros, mães single, profissionais seniores, por exemplo) têm menos possibilidades de serem chamados para entrevistas, por melhores que sejam suas qualificações.

3-  Integração: Este é um aspecto crítico, pois se não houver um esforço de entrosamento com a equipe e as lideranças, a nova funcionária pode ser discriminada e ter suas chances de desenvolvimento limitadas.

4- Avaliação: As avaliações regulares de desempenho moldam os caminhos da maioria dos profissionais. Embora esse processo normalmente envolva algum nível de formalidade, os gerentes, em última análise, usam seu julgamento para determinar como as ferramentas de avaliação são aplicadas. Como resultado, o que eles acreditam sobre como as mulheres devem agir exerce enorme influência sobre o resultado.

5- Remuneração e promoções: As disparidades de remuneração baseadas em gênero começam antes da contratação. Quando os termos e parâmetros de uma negociação são vagos, as mulheres acabam com salários iniciais mais baixos do que os homens.

6- Retenção: Quando as mulheres não são tratadas de forma justa nos processos anteriores, é provável que não encontrem motivos para continuar nas empresas. Mas se não bastasse a discriminação, ainda há o assédio e a chamada punição pela maternidade que acomete as grávidas.

Os responsáveis pelo estudo, Colleen Amerman e Borys Groysberg, são coordenadores da Gender Initiative da HBS e autores do livro Glass Half-Broken: Shattering the Barriers That Still Hold Women Back at Work. Com base em suas pesquisas, eles propõem uma série de medidas práticas para reverter a situação, mas creio que o problema da desigualdade de gênero só vai ser resolvido com uma profunda mudança na cultura das organizações. Infelizmente, a maioria ainda não se deu conta que diversidade e inclusão não é questão de filantropia ou de apenas mais um indicador de ESG, mas um ativo valioso para atrair, desenvolver e reter talentos, aumentar a produtividade e a inovação.

Os resultados do estudo estão disponíveis no site da Harvard Business Review

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