Red Pill 02 💊 | O Homem Na Arena, Steve Jobs, Haters, John Lennon, Roosevelt...
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Red Pill 02 💊 | O Homem Na Arena, Steve Jobs, Haters, John Lennon, Roosevelt...

FELIPE FOIATO
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"Não é o crítico que importa; nem aquele que aponta onde foi que o homem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter feito melhor.
O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamente. que erra, que decepciona, porque não há esforço sem erros e decepções; mas que, na verdade, se empenha em seus feitos; que conhece o entusiasmo, as grandes paixões; que se entrega a uma causa digna; que, na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente."

Trecho do discurso “O Homem na Arena”. proferido por Theodore Roosevelt, em 23 de abril de 1910  

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O meu primeiro contato com esse discurso do ex-presidente Theodore Roosevelt foi através da Dra Brené Brown, uma especialista em vulnerabilidade e medo.

Brené foi chamada para participar do TEDxHouston em 2010 e, sendo uma especialista em vulnerabilidade, resolveu se despir de todas as máscaras e se expor completamente, conforme conta:

"Fui ao evento do TED e experimentei. Realmente me expus ali. Falei sobre minha crise de depressão e meu despertar espiritual. Falei sobre ter que ir para terapia. Lembro de depois, ao voltar para a casa, pensar: Nunca mais vou fazer isso. Esses foram os piores 20 minutos da minha vida."

Após chegar em casa, Brené conta que pensou: "Ainda bem que haviam apenas 500 pessoas na plateia."

O que Brené não sabia é que a palestra seria compartilhada no canal do youtube e no site oficial do TED. E, mais do que isso, que a palestra viralizaria (palestra, que hoje, conta com mais de 30 milhões de visualizações).  

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Brené estava relutante em ler os comentários, já que havia prometido a seu marido que não os leria e, sendo uma especialista no assunto, sabia que poderia ler algo que a incomodaria. Contudo, certo dia, sozinha em casa, resolveu dar uma leve espiada no que estavam falando sobre sua palestra.

Ao começar a ler os comentários ficou chocada...

"Menos pesquisas. Mais botox.";
"É claro que ela fala de imperfeição, do que mais poderia falar com essa cara?";
"Ela deveria emagrecer, antes de falar de merecimento.";
"Tenho pena do marido e dos filhos dela";
"Tomara que a matem. Por essas pessoas, o mundo está assim."


Brené relata em seu documentário "Brené Brown: the call to courage" (disponível na netflix) que no primeiro momento ficou anestesiada e queria se esconder do mundo e que, apesar de ser uma especialista no assunto, não estava preparada para aquele momento.

Triste e chocada, Brené passou o resto do dia assistindo TV e navegando na internet procurando qualquer coisa que lhe ajudasse a fugir da realidade, até que, durante essa busca, se deparou com o discurso “O Homem da Arena”, de Roosevelt.

Nesse momento, Brené percebeu que todos aqueles comentários não importavam. Eram comentários de pessoas que não estavam na arena da vida e, provavelmente, nunca estarão.

Se Brené tivesse dado ouvidos aos críticos das arquibancadas da arena da vida não teria publicado 5 livros que se tornaram best-sellers, não teria seu próprio documentário na netflix e, o mais importante: não teria mudado milhares (se não milhões) de vidas com sua mensagem.

Apesar do discurso que mudou a vida de Brené ter sido realizado há 110 anos, ele continua extremamente atual.

Hoje, fica ainda mais evidente a analogia da arena citada por Roosevelt...

Quando olhamos para o universo da internet, nos deparamos com um grande número de pessoas que se expõem em suas redes sociais e dedicam seu tempo e energia para compartilhar gratuitamente o seu conhecimento, adquirido através de muito estudo e dedicação, com seus seguidores e inscritos.

Essas pessoas fazem isso de forma inteiramente genuína, sem cobrar nada por isso e, mesmo assim, sofrem inúmeras críticas de pessoas que passam o dia inteiro sentadas em seus respectivos sofás criticando a tudo e a todos sem nunca fornecer uma contribuição significante para o mundo.

Normalmente esse tipo de pessoa não consegue contribuir nem mesmo em seu pequeno círculo social, já que respira escassez e externa isso a todos a sua volta.

O irônico é que essas pessoas nunca descerão para arena da vida e enfrentarão seus medos, estando condenadas a uma vida mediana sem grandes realizações.

Mais irônico ainda é que isso acontece justamente pelo fato delas julgarem tanto os outros, já que, na cabeça delas, todo mundo que desafia algum paradigma e está na arena é um charlatão, louco, aproveitador, mal intencionado ou - na melhor das hipóteses - teve sorte ou nasceu em berço de ouro.

Essas pessoas perdem a coragem de tentar qualquer coisa nova e enfrentam uma eterna crise do impostor quando precisam se expor de qualquer forma.

Mas você se engana se acha que esse tipo de pessoa é uma exclusividade do século XXI. Elas sempre existiram, a internet só deu mais voz a elas (e um apelido carinhoso: haters)

A verdade é que ser mediano é uma escolha mais fácil e confortável, mas certamente não é o tipo de escolha que você vai se orgulhar quando tiver 80 anos.

Todos temos uma mensagem a compartilhar, um propósito de vida e uma voz interior que anseia por espaço. E nunca, sob hipótese alguma, essa voz deve ser calada ou silenciada devido a críticos que nem mesmo estão na arena.

Você já viu um (bom) técnico de futebol dar ouvidos às críticas, xingamentos, vaias e "sugestões" dos torcedores nos estádios de futebol?

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Se ele fizer isso, ele perde o controle do time e, provavelmente, a partida.

Ele deve prestar atenção no campo, na arena, e se importar somente com sugestões de outros assistentes, auxiliares, jogadores e pessoas que estão na arena com ele em busca do mesmo objetivo.

É óbvio que você deve estar aberto a críticas, senão você acaba ficando preso na sua própria matrix, vivendo no seu mundo paralelo e achando que não precisa evoluir - o que é tão perigoso quanto ser um criticador profissional com cultura de escassez.

Entretanto, você deve escutar críticas somente de quem também está se expondo, está falando, está se sujando, está errando, está enfrentando suas próprias lutas e, mais do que isso, está em busca do mesmo objetivo.

Infelizmente, muitas vezes, você precisará ignorar até mesmo amigos e familiares que lhe criticarão.


Se, por exemplo, você tentar gravar um vídeo hoje emseu instagram compartilhando um conteúdo que você acredita que ajudará alguém, é bem provável que algum amigo ou familiar comente "Virou blogueirinho(a) é? Trabalhar que é bom não quer né?!"

Essa pessoa não está na arena e não entende o que você quer compartilhar, o número de pessoas que você pode ajudar e, nem mesmo, entende o quanto de dinheiro você pode ganhar através do seu trabalho de "blogueirinho".


"As pessoas que criam as mudanças mais positivas estão por definição rompendo o status quo. O mundo vai reagir, o que leva ao medo ou à incerteza até mesmo nos inovadores mais confiantes. Através da história, indivíduos com ideias novas foram consistentemente criticados, menosprezados ou até pior. Administre sua resposta emocional a críticas e siga em frente apesar dos obstáculos. Aprenda a enfrentar críticas e continue seu caminho com alegria. A última coisa que você quer ser é mediano"

O trecho acima foi retirado do livro "Vire o Jogo" e sintetiza bem o quão perigoso é se tornar mediano por medo do julgamento alheio.

Aristóteles também sintetizou de forma perfeita o seu pensamento sobre críticas: "Há apenas uma maneira de não receber críticas: não faça nada, não diga nada, não seja nada..."

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Jesus Cristo foi crucificado. Martin Luther King Jr foi assassinado na sacada de sua casa. Sócrates foi condenado a pena de morte por "corromper a juventude de Atenas" com suas ideias. Até John Lennon, que apenas cantava uma boa música, foi baleado por um "fã" que parou de concordar com suas letras.

E o que esses homens fizeram além de compartilhar suas mensagens e impactar positivamente o mundo?

Se essas pessoas foram MORTAS, você acha mesmo que não receberá críticas quando tentar criar algo novo?

E não falo apenas de compartilhar seu conhecimento nas redes sociais…

Falo de compartilhar sua mensagem com o mundo. Falo de desafiar o status quo. De empreender. De largar seu emprego estável e viajar o mundo. De escrever um livro. De iniciar aquele projeto social que você sempre sonhou. De falar o que você pensa. De compor uma música. De viver da sua arte. De começar uma faculdade que você não começou porque acha que está muito velho(a). Ou de largar a faculdade que você sente que não lhe acrescenta em nada. De pedir demissão. De trocar de emprego. De criar um emprego. De criar um podcast. De fazer aquilo que você quer fazer há tempos, mas que não é socialmente aceito em seu círculo. Falo de simplesmente se expor e viver na arena da vida.

Você receberá críticas sempre que desafiar o status quo, não tenha dúvidas.

Mas quando isso acontecer, você estará blindado e saberá que a opinião de quem não está na arena é irrelevante.

Na verdade, quando isso acontecer, lhe sugiro pisar no acelerador. É sinal que você está no caminho certo :)

Encerro  o texto de hoje com o trecho de uma campanha publicitária da Apple - empresa fundada por Steve Jobs, um dos maiores exemplos quando o assunto é desafiar o "status quo" e viver na arena.  

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“Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os que são peças redondas nos buracos quadrados. Os que veem as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras. E eles não têm nenhum respeito pelo status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou difamá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Eles empurram a raça humana para frente. Enquanto alguns os vêem como loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são as que, de fato, mudam.” Think Different!   

Ps.: se você compartilhar esse texto no seu instagram, me marca no @felipefoiato  :)

Espero que você tenha gostado da Red Pill de hoje e que esse e-mail tenha lhe ajudado de alguma forma. Se você não entendeu nada sobre o nome Red Pill e/ou não leu o artigo que explica a origem e o objetivo dessa newsletter, recomendo que você clique aqui e o leia agora mesmo.Tudo fará sentido e esse email lhe ajudará a sair da sua própria matrix :)


Atividades (curtinhas) para a Semana:

  • Assista esta palestra da Dra Brené Brown
  • Leia o livro "A Arte da Imperfeição" da Dra Brené Brown
  • Assista o documentário da Brené Brown na Netflix (procure por: The Call to Courage)
  • Envie uma pergunta para mim quando eu abrir a caixinha de perguntas lá no meu Instagram e me siga para acompanhar meus conteúdos :)
  • Assista esta TED talks sobre "definir seus medos" do Tim Ferriss
  • Faça algo que você tem vergonha/medo.
  • Desafie-se a ler 7 resumos de livros essa semana sobre biografias de sucesso no app da Idiomus



Até o próximo sábado,

Felipe Foiato

Idiomus Founder