Para não dizer que não falei das flores
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Para não dizer que não falei das flores

De uns tempos para cá surgiram várias de músicas que falam de girassóis, uma em especial me fez queimar o resto dos neurônios restantes do ensino médio, os quais escaparam por pouco da faculdade.

kristi Ellen
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Desde pequena (não que eu tenha crescido muito depois dos 14) sempre fui fissurada em girassóis, muito antes da  geração z “descobrir” Vangog, mas 116 anos depois do bipolar favorito da minha geração  ter os pintado.

Sabe o que isso significa?

Absolutamente nada.

Só estava sem ideias para uma introdução, mas uma hora vai fazer sentido, talvez não agora no começo da conversa, mas se Bukowviski com cinco litros de vodca na cabeça conseguia ligar um assunto a outro, certeza que eu, completamente sóbria também conseguirei ou lá mais para o fim terei que apelar para o litro de pitu escondido no fundo do armário. 

Mas diferente dos contos do velho Charles, os girassóis não fazem parte da lista de “ame ou odeie”, o que tem para não gostar nessas plantinhas tão simpáticas?

Elas se mechem, mas não saem do lugar,

Brilham no sol, mas não fazem sujeira com gliter,

E além disso nunca vão te dizer que a vida é difícil.

Primeiro porque não falam (se escutar um girassol falando por favor, me made um e-mail adoraria saber o que essas coisinhas chatas têm a dizer em defesa) e mesmo se falassem estariam ocupadas de mais perseguindo o sol para se importar com outra coisa que não seja sua própria fotossíntese.

Lembra que eu disse que a introdução autobiográfica fazia sentido?

Então, esse é o momento.

De uns tempos para cá surgiram várias de músicas que falam de girassóis,  uma em especial  me fez queimar o resto dos neurônios restantes do ensino médio, os quais escaparam por pouco da faculdade.

A canção em pauta é a  “girassol”, autoexplicativo não?

A música não teria tem uma significação de compaixão, amor ao próximo, carpe diem, tudo aquilo que todos amariam seguir mas desistem quando percebem que é difícil amar quando o próximo em questão entra numa rua sem dar seta, e no meio de toda a mensagem gratiluz  tem a frase que levou resto dos meus neurônios.

"Que eu seja todo dia como um girassol, de costas para o escuro e de frente pra luz" 

Nela o Girassol é posto como um exemplo a ser seguido, lembra lá no começo, a planta que não se importa com nada além de uma própria fotossíntese, me faz pensar na positividade tóxica, uma pessoa que persegue a luz  ignorando tudo a sua frente, que só se importa com as próprias necessidades e finge não ver as dificuldades, tanto suas próprias quanto das pessoas ao seu redor porque teoricamente todos tem seus lugares ao sol, esquecendo completamente daquela semente que não pode germinar porque o todo pomposo decidiu prostrar a cara e pegar todo o calor para si.

Depois de toda essa discursarão com os meus divertidamente, chegamos a uma conclusão.

Não tem nada de especial nos girassóis,

Que mérito eles tem?

Nasceu banhado pela luz do sol e a persegue desde então, e como um adepto da positividade cega, nega toas as dificuldades e todos os problemas que lhe surgem virando as costas para eles e se banhando na luz do sol como um viciado em crack faz para fugir da realidade. 

Completamente diferente da flor de lótus que nasce no fundo do lago barrento e luta pela vida para alcançar a superfície, ela assume suas derrotas e sabe exatamente de onde veio, não teria como não saber,  mesmo que more no lago a água límpida nunca será capaz de tirar as manchas da lama,   mas não deixa que elas afetem sua beleza e caráter, mesmo que as machas do seu passado nunca saiam de suas petalas.

Sabe oque tudo  isso significa?

Absolutamente nada.