A nova era do futebol brasileiro
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A nova era do futebol brasileiro

No último fim de semana, foi anunciada a compra do Cruzeiro por Ronaldo Fenômeno. Um negócio fenomenal (perdão pelo trocadilho).

Futlista
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No último fim de semana, foi anunciada a compra do Cruzeiro por Ronaldo Fenômeno. Um negócio fenomenal (perdão pelo trocadilho).

A venda do Cruzeiro inaugura uma nova fase do futebol brasileiro, em que os clubes caminham para terem donos. Fase essa que pode salvar o esporte da bola redonda por aqui.

Em primeiro lugar, porque conforme os clubes forem aderindo a esse modelo, a visão de futebol vai mudar. A partir de agora, o futebol terá que dar lucro e isso vai gerar uma pressão que haja união das agremiações nesse sentido.

O primeiro passo seria a criação de uma liga, discussão que deve ganhar mais força nos próximos anos, ainda mais com fundos de investimento tomando conta dos clubes. Outra coisa que deve mudar consideravelmente é a relação que os times terão com seus rivais.

Na Europa, o Real Madrid sabe que precisa do Barcelona na Espanha para ser grande e forte. Na Itália, a Juventus precisa do Milan. No Brasil, não é assim que abanda toca.

Aqui, o dirigente do Flamengo quer acabar com Vasco, Fluminense e Botafogo. Os mandatários do Corinthians fechariam o Palmeiras se pudessem. Isso é algo nocivo pro esporte no Brasil.

Essa nova de era de pesados investimentos pode mudar a forma como a roda gira. Só quem tem visão de negócio é capaz de trazer uma mudança na forma de pensar futebol. A depender de dirigentes com mentalidade arcaica, isso nunca iria acontecer.

O futebol como entretenimento. Como negócio. Que enfim chegue a tão sonhada profissionalização.

Pelo lado do Cruzeiro

O Cabuloso, por sua vez, agora está no caminho certo para sair do buraco em que se enfiou. O aporte financeiro chega num momento crucial com o clube indo para o terceiro ano seguido na série B do campeonato nacional.

E como vai funcionar esse investimento?

Indo pro lado mais técnico (prometo que vai ser rápido!), a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) recebe esse aporte de R$ 400 milhões e ele não será diretamente utilizado para pagamento de dívidas.

Pela lei da SAF, o Cruzeiro tem 6 anos para pagar 60% de sua dívida. Esse débito será quitado destinando 20% da sua receita mensal e, se tiver lucro, 50% desse rendimento. Após esse período de 6 anos e com esses 60% quitados, o clube tem mais 4 anos para liquidar o restante.

Ou seja, o investimento é a luz no fim do túnel, mas é preciso ter controle. Clubes como o Cruzeiro tem uma dívida astronômica e não vai ser tarefa fácil pagar essa conta.

Pelo lado positivo, o aporte chega no momento em que o time celeste pode ter mais os pés no chão. Nesse primeiro ano, é possível ter um time com orçamento mais enxuto, mas que consiga o acesso. 

Além disso, o Cruzeiro vendeu 90% de sua SAF, na contramão do que vinha se especulando. Havia o projeto de que só fosse vendido 49% da empresa, o que manteria os sanguessugas que acabaram com o clube no comando.

E talvez esse seja o principal ponto de todo esse movimento que se inicia no futebol brasileiro, afastar quem faliu os clubes e dar o protagonismo a investidores preparados, que querem ver seu produto dar lucro.

Parabéns, Cruzeiro, você foi pioneiro nesse movimento e tem tudo para em breve voltar ao caminho de glórias.

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