Ou você morre como herói ou vive o bastante para se tornar vilão
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Ou você morre como herói ou vive o bastante para se tornar vilão

Essa frase clássica de um dos filmes do Batman se aplica a Germán Cano, atacante argentino que brilhou com a camisa do Vasco da Gama.

Futlista
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Essa frase clássica de um dos filmes do Batman se aplica a Germán Cano, atacante argentino que brilhou com a camisa do Vasco da Gama.

“Brilhou? Como assim? O cara caiu com o time e ainda pipocou em momentos decisivos...”

Esse é um argumento comum se você conferir algumas reações de torcedores vascaínos nas redes sociais. Muitos levam em conta a temporada trágica do time pra determinar que o argentino já sai tarde do cruzmaltino.

A questão é que Cano acaba pagando um pato que não é seu. Tivesse o argentino saído após o fim da temporada de 2020, ele seria praticamente uma unanimidade na torcida do clube carioca.

Em que pese ter perdido um pênalti que poderia ter mudado a história do clube contra o Inter, na reta final do Brasileiro de 2020, Cano ainda tinha muito crédito naquele momento.

A liderança no início do campeonato carregada pelos tentos anotados pelo centroavante. A máquina de gols reconhecida até pela FIFA. Esses foram os poucos momentos de orgulho para os vascaínos nos últimos dois anos.

Alguns argumentam que Cano foi o melhor atacante pós-Romário no Vasco. Há discussão se Leandro Amaral nos times de 2006-2007 foi superior. Alex Dias, Alecssandro e Elton são outros que merecem menção nesse debate.

O que importa é que Cano marcou época no Vasco. 101 jogos, 43 gols. Maior artilheiro argentino do clube. Talvez no momento não se tenha dimensão do que ele fez em terras cariocas.

Os desmandos da atual gestão. O quarto rebaixamento do clube. O não acesso em 2021. Tudo isso pesa na passagem do artilheiro.

Um clube à deriva sempre vai prejudicar bons jogadores que passem pelos seus quadros. Cano não tem culpa pelos gols ridículos sofridos pelo time. Pela falta de criação de oportunidades de gol. Por não ser o atacante com características de série B.

Esse último ponto é bem presente quando se discute Cano em 2021 com o vascaíno. Que ele não tinha porte para um campeonato como a segundona. Não é físico e nem é bom na bola aérea.

Mas isso é culpa do argentino? Não pesam mais as falhas de formação do elenco do Vasco, que poderia montar um time para maximizar as qualidades de Cano? Ou talvez jogar num esquema mais clássico, com Cano e outro atacante com essas características cobradas pela competição?

Cano fez mais bem ao Vasco do que o contrário. Deu orgulho à combalida torcida. Aproximou aquele torcedor “não praticante”. O momento ruim passa longe de ser responsabilidade do argentino.

Mas como diria o personagem Harvey Dent no filme "O Cavaleiro das Trevas", da trilogia de filmes do Batman: ou se morre herói ou se vive o bastante para se tornar vilão.