#142 [Opinião] Freelancer vs. trabalho fixo no mercado de B.I.
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#142 [Opinião] Freelancer vs. trabalho fixo no mercado de B.I.

Cuidados, desafios e oportunidades em cada modalidade de trabalho

Gabriel Ishida
5 min
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#TBTde hoje é a edição #29, onde dou dicas de como ingressar na área de análise de dados.

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A pandemia forçou a flexibilização do trabalho em nosso mercado de B.I. e isso derrubou muros que dificultavam a adoção de novas práticas e processos. Por exemplo, muitos colegas que conheço começaram a trabalhar para empresas do exterior, visto que essas adotaram o modelo 100% remoto e pagam em moeda estrangeira. Dentro do Brasil, a adoção de metodologias ágeis também cresceu por conta do trabalho flexível, trazendo evolução nas entregas e investimento em tecnologia/digitalização como nunca visto antes.

Só no contexto acima já menciono algumas características que tenho visto nas modalidades freelancere fixo. Para definição: freelancer é o profissional que não possui vínculo empregatício com nenhuma organização e trabalha sob demanda (jobs). Trabalho fixo eu considero como quem possui o vínculo tanto em CLT quanto em contrato Pessoa Jurídica (apesar que vínculo PJ há diversas ressalvas).

Como é ser freelancer em B.I.?

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Eu fui freelancer por 2 anos (2018 a 2019) e você deve imaginar as diferenças gerais que existem em relação ao trabalho fixo ( vale dar uma olhada aqui, caso queira ver tudo). Para me preparar, eu fiz o curso do Passaporte Freela( que infelizmente não está disponível no momento, mas vale deixar seu interesse no site) e isso me ajudou a me organizar financeiramente e pensar caminhos para o desenvolvimento dos meus trabalhos.

Mas uma característica que percebi nos jobs de B.I. é que a grande maioria são trabalhos bem técnicos, ou seja, que exigem habilidades de programação (para manuseio de banco de dados) e gestão de plataformas. Construir dashboards, produzir relatórios a partir de dados brutos (ou seja, tendo que construir a base de dados) e implementar automações ou soluções em aplicativos/sites são os principais jobs disponíveis em sites de freelancers como Upworke Workana.

Sendo assim, ao contrário do que temos em trabalhos fixos, o freelancer em B.I. terá maiores oportunidades se for generalista, ou seja, saber de tudo um pouco. E isso se reflete nas oportunidades de jobs remotos no exterior, que cresceram bastante por conta da pandemia e pela mão de obra qualificada e barata no Brasil devido ao câmbio.

Outro ponto interessante é que, por ter jobs mais técnicos, há bastante demanda por cursos e conteúdo de aprendizagem em B.I. por parte de profissionais que querem se aprofundar ou iniciar na área. E aí surge a oportunidade de ter renda passivacom conteúdo e cursos em sites como Udemy.

Diferenças com trabalho fixo

Eu acredito que não é qualquer pessoa que pode virar freelancer, não pela vontade de carreira, mas porque há algumas barreiras. Por exemplo, há pouco espaço para aprender de forma estruturada alguma habilidade durante um job, pois geralmente você é contratado(a) de acordo com as habilidades que você já possui. Claro que você pode aprender sozinho(a) ou ir atrás de ajuda, mas geralmente há prazos apertados que impossibilitam um aprendizado estruturado.

Já no trabalho fixo, é pressuposto que você irá se desenvolvendo com o tempo e já esperam que haja esse período de adaptação e evolução. Além disso, em muitas empresas há benefícios de estudo, como bolsas para cursos ou iniciativas internas de capacitação, como programa de liderança ou treinamentos.

Outra diferença sensível é que boa parte dos trabalhos de freelancer possuem começo e fim, ou seja, você é contratado(a) para executar uma tarefa. Eu particularmente achava bom, pois me deixava mais tranquilo qual era a entrega final e o quanto de tempo que eu teria que suportardedicar ao contratante. No trabalho fixo, mesmo que você trabalhe em projetos que possuem um fim, você sabe que dificilmente será desligado após o término, tendo continuidade em outro projeto.

Justamente por ser visto como um “executor” de tarefa, o freelancer acaba tendo menos oportunidades de se envolver mais a fundo em grandes projetos, ou seja, aqueles que levam meses e anos para serem concluídos e virarem “ cases”. E aqui eu acredito que seja um dos principais fatores que retém o profissional de B.I. em um trabalho fixo, que é se sentir parte de entregas que brilhem os olhos, que são fruto de um trabalho de longo prazo e que trouxeram resultados que trazem reconhecimento profissional.

Qual escolher?

Eu acredito que há algumas características que ajudem a virar um freelancer:

  • Ter uma organização financeira e disposição a correr riscos;
  • Possuir nível bom de experiência para atender tecnicamente os jobs;
  • Gostar de uma rotina dinâmica, ou seja, periodicamente estar envolvido em diferentes tarefas e projetos;
  • Não ter problemas em trabalhar individualmente.

Se uma dessas características não lhe agrada, acho improvável que a vida de freelancer tenha duração longa com você. Mesmo assim, muitas pessoas adotaram essa modalidade devido a grande oferta de jobs e isso impactou o mercado como um todo. Na pesquisa State of Data Brazil, entre 2019 e 2021, houve um aumento de 40% na remuneração média do profissional de dados e isso se deve a escassez de profissionais, sendo que eu chuto que muitos viraram freelancers por conta da demanda no Brasil e no exterior.

Eu acredito que nunca estivermos em um momento tão bom para virar freelancer de B.I., mas não sei se isso será permanente ou se teremos mudanças a curto ou médio prazo.

NOVIDADE DA SEMANA

Instagram anuncia atualização da identidade visual

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Mudanças no logo e na fonte são as principais diferenças nessa atualização da identidade visual. Agora, a cordo logo possui um gradiente presente em todos os elementos da plataforma e a nova fontefoi chamada de Instagram Sans.

Além disso, outra mudança está no layoutdos materiais de marketing, onde agora destacam o conteúdo.

Vi no blog do Instagram(em inglês)