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Em fevereiro desse ano, a União Europeia anunciou o que podemos determinar que será a próxima grande mudança no mercado de dados nos próximos cinco anos. Trusts Projectpropõe que a União Europeia centralize e seja a negociadora dos dados pessoais dos cidadãos europeus e será totalmente implementada até 2025.

Esta nova estratégia representa uma mudança na abordagem da União Europeia, passando da proteção da privacidade individual (GDPR) à promoção do compartilhamento de dados de forma estruturada, onde será criado um mercado europeu de dados pessoaispor meio dos trusts de dados ( data trusts). Este mecanismo é um administrador que gerencia os dados das pessoas em seu nome e possui deveres de gerenciamento e remuneração.

Esse novo plano coloca os dados como um ativo da União Europeia e, portanto, passível de rentabilização. Todas organizações (privadas ou públicas) que queiram acessar os dados dos cidadãos europeus terão que pagar por eles e os usuários receberão dividendos, ainda não definidos.

As organizações não poderão armazenar ou mover esses dados e os cidadãos estão sujeitos a ceder seus dados para esses trusts europeus. Não está claro ainda como será a adesão da população ( será que teremos níveis de consentimento?) nem como serão os benefícios. O ponto aqui é que a propriedade dos dados sai das mãos das pessoas e caem na União Europeia, ou seja, provavelmente teremos uma perda na transparência e acesso aos dados que estão sendo acessados pelas organizações.

Por outro lado, remunerar os usuários pelos dados coletados é um dos caminhos que organizações vem buscando para cumprir com regras de consentimento, como o Facebook fez com o Study. Contudo, é uma questão que será amplamente debatida sobre quem tem a propriedade dos dados: os usuários, as organizações que provém os serviços ou o Estado?

Para ler mais sobre o Trusts Project, recomendo ler esse artigo da MIT Technology Reviewe o respectivo podcast.

NOVIDADE DA SEMANA

YouTube lança rival do TikTok na Índia

Enquanto o TikTok está (quase) se acertandocom o governo dos Estados Unidos, o YouTube faz um movimento interessante para abocanhar usuários da rede na Índia.

Intitulado YouTube Shorts, a dinâmica é a mesma que o TikTok: vídeos curtos, com edições animadas. A escolha do país asiático como primeiro lugar para lançamento não é por acaso: o governo da Índia bloqueou o TikTokno final de julho, deixando cerca de 200 milhões de usuários da redena mão.

Assim o YouTube tenta angariar esses usuários para si, buscando trazer mais relevância dentro do público-alvo millenials indianos.

Vi no TechCrunch.