[2 anos de empresa] O que aprendi de organização e gestão de empresa
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[2 anos de empresa] O que aprendi de organização e gestão de empresa

Victor Maia
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Lembro-me bem, como se fosse hoje inclusive, do segundo semestre de 2010. Buscava conhecimento fora da minha zona de conforto, isso ainda na Universidade. Cursei diversas matérias fora da grade de Desenho Industrial — Programação Visual que a Ufes ofertava.

Fui até o departamento de Artes e cursei Desenho Artístico 3, afim de aprender/melhorar meus fundamentos de desenho do corpo humano. Em Comunicação Social, cursei Mídia, Atendimento e Planejamento. Tudo isso já vislumbrando um futuro como empreendedor, seja como freelancer ou empresário. Pouco importava naquele momento.

Esse período, foi sem dúvida alguma, um divisor de águas em minha vida. Corri atrás, busquei avanços e consigo perceber hoje, que de alguma maneira, melhorou meu dia-a-dia na gestão da empresa. Acredito que essa pró-atividade de ir atrás de matérias para complementar minha formação já era sinais da minha personalidade empreendedora, inconformada com minha realidade, e querendo de alguma forma alterá-la.

A arte do improviso

O fato é que muitas vezes precisamos “dançar conforme a música” do que nos é apresentado. E nisso, nós brasileiros somos mestres. Improvisar.

Naquela época eu não assistia Mad Men, não tinha muito traquejo e experiência com agências de grande porte locais, e não tinha tido lá muito contato com a publicidade em geral. Cursar aquelas matérias foi um grande improviso em minha formação profissional e, ter tido Fernando Manhães entre os professores, me ajudou bastante, já que é um gestor de empresa de comunicação com bons anos de experiência.

Descobrindo novas habilidades até então descrentes de existirem

Esse período foi o período que acredito que comecei a formar o que hoje executo no mercado. Nunca me vi como um profissional capaz de fazer atendimento ao cliente, ou mesmo ser vendedor. Simplesmente não entrava na minha cabeça.

Esse era o nível de descrença que existia comigo mesmo. A descrença é perigosa, e para começarmos a vence-la precisamos dar a “cara a tapa”, nos convencer de que podemos no momento em que estamos lá, fazendo. Foi assim com a matéria de Atendimento, jamais fui o melhor em apresentações em público, nessa matéria venci esse problema. Apresentar, ser avaliado e ter um resultado positivo. Nada mais gratificante.

Me preparando para a vida após faculdade

1. Como a universidade me ajudou no processo

É simples, pouco me ajudou. Lembro de um diretor da minha escola de Ensino Médio, que dizia categoricamente: “Não é a escola que faz o aluno, é o aluno que faz a escola.”

Está aí minha explicação para o quanto a Universidade me ajudou. Se dependesse dela, sem esforço pessoal, teria saído muito bem preparado para trabalhar para alguém. Preciso apenas lembrar, a qualidade de ensino foi boa, apenas não estava 100% conectada aos meus objetivos.

Minha formação foi mesclada, um pouco pela academia, um pouco pelo mercado.

2. Porque trabalhar desde o 3º período ajudou em minha mentalidade

Falo que minha formação foi mesclada pois desde o 3º período estou no mercado. Boa parte desse período como estagiário, sim, quem não foi estagiário?

Na verdade, agradeço todos os dias ao meu primo que me incentivou a entrar no meu primeiro estágio, mesmo que sem receber um tostão.

Essa experiência foi o suficiente para acompanhar desde empresas em estado embrionário, iniciando; até a empresas locais de grande e médio porte.

3. Empreendedorismo é além de uma vontade apenas, nasce com a pessoa, mas pode ser influenciado

Existem pessoas que acreditam na naturalidade do empreendedorismo. Sim, realmente há uma coisa natural. O inconformismo, a vontade de realizar e outras características. Mas o que eu, uma pessoa que não teve exemplos de empreendedorismo na família — sou filho de médica/professora federal e engenheiro — ninguém nunca se mostrou impetuoso em realizar, acreditar em seus projetos, ou mesmo, como empresário.

A verdade é que o caminho é muito mais árduo quando resolvemos desbravá-lo. Simples assim. Ao ver o aparente sucesso alheio, ficamos com a ideia de que foi do dia para a noite, não estamos lá quando a pessoas faz as suas escolha e abdica de momentos prazerosos com amigos e família em nome de um negócio.

Quando é conosco, vemos o quão difícil é, como as escolhas podem levar tempo para trazer um retorno e como, principalmente, nós falhamos em nossas escolhas.

Em boa parte das vezes não tive certeza absoluta nas decisões que tomava, sempre fui pelo feeling.

Posso lhe dizer, nem sempre a certeza me acometeu em todos os momentos, mas eu confiava em mim mesmo em todos os momentos. Por isso, vejo que junto da resiliência, a confiança é um dos adjetivos principais para o sucesso. Lembrando sempre que confiança com humildade, não adianta tentar encher-se de si e tentar tomar o mundo de assalto, não funcionará.

Me arrependo de algumas escolhas precipitadas ou mesmo em apostas que fiz durante a jornada, mas isso faz parte, e cabe a nós não nos prendermos nesses arrependimentos; e sim chutar a bola para frente e continuar a “partida”.

O cenário brasileiro é muito hostil, mas ao mesmo tempo pode ser frutífero, você escolhe qual caminho trilhará.

A diferença da pessoa que chega lá para o que não chega, podem ser muitas, mas sempre vejo uma característica presente nos que não chegam. Perdem tempo de mais com o “mimimi”. Reclamar muitas vezes é mais atrativo que a auto-crítica.

Colocar a culpa na crise econômica, no governo, nos colaboradores…sempre é mais atrativo do que assumir a culpa e os erros. A partir do momento que deixamos de reclamar e nos tocamos é uma responsabilidade apenas nossa de chegar onde queremos, o esforço será muito melhor direcionado.

Dinheiro sempre é um problema, principalmente quando ele falta

1. Não tenha vergonha de falar que ficará “quebrado” por algum tempo;

2. Busque fontes de renda alternativa;

Ter duas jornadas não é um problema, apenas cansativo. Mas o principal, se vai ter duas jornadas, escolha uma área que não se envolva com o campo onde deseja atuar permanentemente.

Se é designer, evite trabalhar numa agência ou num escritório. Vá trabalhar no varejo, restaurantes, cafeterias. Nesse momento o importante é cobrir as contas básicas.

3. Tenha sempre seu grande objetivo e mente;

4. Cuidado com pessoas e pensamentos venenosos.

Sei que o artigo ficou um pouco extenso, e que pode parecer um pouco off-topic por aqui, mas tenho certeza de que muitos de vocês que estão lendo já passaram ou passarão por situações semelhantes. Afinal, esse problemas e experiências são praticamente unísonos. Quase todo empreendedor já passou por isso, independente de idade, sexo e região em que vive.

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