A morte que simboliza o governo Bolsonaro + Hora das notícias do dia dia
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A morte que simboliza o governo Bolsonaro + Hora das notícias do dia dia

Falta estado na Amazônia até para recolher corpos. Foram dias de atraso antes de saírem em busca de Bruno Araujo e Dom Phillips. O desfecho mais trágico se tornou realidade. Bolsonaro, claro, só pensa em fugir de qualquer responsabilidade. Ho...

Guga Noblat
3 min
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Falta estado na Amazônia até para recolher corpos. Foram dias de atraso antes de saírem em busca de Bruno Araujo e Dom Phillips. O desfecho mais trágico se tornou realidade. Bolsonaro, claro, só pensa em fugir de qualquer responsabilidade. Hora de 9 curtinhas na minha Pingback.

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1 - O pior cenário virou realidade. Bruno Araujo Pereira, indigenista renomado, e Dom Phillips, consagrado jornalista, foram brutalmente assassinados por flagrarem pesca ilegal. A morte é simbólica porque representa o desfecho de um governo que enfraquece o ativismo ambiental e indígena, além de incitar ódio aos jornalistas. Ah, e advinha quem já foi multado por pesca ilegal, hein, Bolsonaro? Mais simbólico, impossível.

2 - Bruno Araujo foi exonerado ainda em 2019 por ordem do então ministro da Justiça, Sérgio Moro, a pedido de garimpeiros e grileiros bolsonaristas. E exonerado, Bruno era um alvo menos protegido. Teve também a decisão do governo de retirar de base da Funai (Fundação Nacional do Índio) as armas que garantiam a proteção de Bruno e outros fiscais.

3 - Dom Phillips era “muito malvisto na Amazônia”. “Uma aventura não recomendada”. “Tinha que ter atenção redobrada”. “Naquela região você anda escoltado”. “Se jogaram os corpos na água não deve ter sobrado muita coisa”. Essas não são as palavras de um presidente que demonstra empatia pelas vitimas e sim de alguém que deseja terceirizar a culpa. Bolsonaro tem PhD em fugir das responsabilidades.

4 - Apesar da Amazônia abrigar o 4º batalhão de Aviação do Exército com 12 helicópteros disponíveis ali, o Comando Militar da Amazônia demorou quase  3 dias até iniciar os voos a procura de Dom Phillips e Bruno Araújo. Pasmem, a 1ª nota do Exército sequer citava o nome dos desaparecidos.

5 - Para justificar a lentidão nas buscas pelo indigenista e pelo jornalista, o Comando Militar da Amazônia alegou não ter recebido ordens superiores. Só poderia sair pela floresta depois de acionado. Pura lorota. Aos militares cabe o papel de polícia na faixa de fronteira que fique até 150km para dentro do Brasil e eles sumiram numa área dessas. Ou seja, o Exército poderia ter tomado a iniciativa de procurar os desaparecidos antes de qualquer ordem, mas preferiu esperar.

6 - Vem Tereza Cristina, sai Braga Netto. A ex-ministra da Agricultura quer mesmo é ser candidata ao Senado pelo Mato Grosso do Sul. Mas terá de ser vice do Bolsonaro, se não topar, acabará abandonada por ele em sua tentativa de se eleger sozinha.

7 - O general Braga Netto era o nome cotado para vice, mas as pesquisas eleitorais negativas para Bolsonaro o convenceram a apelar para o nome de Tereza Cristina. A mulherada rejeita o presidente, ele precisa suavizar a imagem, então que venha uma mulher. A crise econômica é mais sentida entre as mulheres, na favela 7 de cada 10 famílias são chefiadas por mães solteiras. Bolsonaro nada faz por elas e agora precisa de seus votos.

8 - Era para a estrela feminina da campanha de Bolsonaro ser sua esposa Michelle. Até no PL ela se filiou. Porém, saiu da campanha em meio ao tiroteio entre os irmãos Carlos e Flavio Bolsonaro. Um queria se focar apenas em campanhas de ódio pela internet, o outro comanda as propagandas de TV que usariam Michelle. A primeira-dama preferiu cair fora.

9 - Com Tereza Cristina de vice, Bolsonaro espera ganhar votos femininos, além de neutralizar a candidatura da 3ª via representada por Simone Tebet (MDB). Ela é senadora pelo Mato Grosso do Sul e tem potencial de tomar votos do presidente no eleitorado do agronegócio e entre os conservadores. Tudo que Lula quer.