Briga de bar
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Briga de bar

No domingo (18/12/2022)  fui ver a final da copa do mundo com alguns amigos em um bar. Estávamos em busca de alguma pequena felicidade - no caso a derrota da Argentina - nesse final de ano amargo.

Gustavo Hermont
4 min
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No domingo (18/12/2022)  fui ver a final da copa do mundo com alguns amigos em um bar. Estávamos em busca de alguma pequena felicidade - no caso a derrota da Argentina - nesse final de ano amargo.

Bom, a essa altura você já deve saber que o secador não funcionou. Contudo, no meio do jogo algo me chamou mais a atenção do que a belíssima atuação de Di Maria: um bate-boca ao vivo.

Gol da Argentina. Comemoração de um lado, lamento seguido de um grito de “Bolsonaro” de outro lado. E antes que você me pergunte, também não entendi a relação entre o gol e o grito.

De qualquer forma, o sujeito que mais havia comemorado o gol argentino foi à loucura. Perdeu completamente o bom senso e começou a gritar e a “fazer o L”. Sério.

Para meu espanto, estava fazendo o L e nem estava envergonhado. Muito pelo contrário, estava orgulhoso e gritando “seu fascista, sai daqui” incessantemente. Enquanto o idiota gritava “Fascista” e o de trás “Ladrão”, eu gritei “Giroud”. Afinal de contas, o homem é bonito e merece um gracejo. Sim, eu fiz isso de verdade, mas fato é que apesar da de ter feito essa graça aquela cena me marcou.

Como é possível tirar um sujeito totalmente do sério com apenas uma palavra mágica? Bastou um grito de “Bolsonaro” que o homem se descontrolou e orgulhosamente se sentia superior.

Refletindo mais tarde sobre a situação fiquei ainda mais perplexo em relação ao termo “fascista” não ser usado apenas por adolescentes na internet. Infelizmente, o desconhecimento absoluto ultrapassou as barreiras do Twitter. Infelizmente, chegamos à banalização completa de um termo tão pesado quanto esse.

Lembrei também do efeito Dunning-Kruger, que nada mais é do que um viés cognitivo comportamental que mostra que quanto menos uma pessoa sabe, mais ela acredita saber. Afinal, só o desconhecimento explica gritar aos quatro ventos a palavra “fascista” e ter tamanha certeza acerca de uma figura tão amplamente desmentida como Lula.

Posteriormente, me dei conta do belo trabalho que fez a Escola de Frankfurt. Só uma obra de gênio para colocar a militância política como parte inerente a própria existência de tantas pessoas a ponto de um grito do nome de um político que você não gosta incomodar tanto. É um trabalho tão brilhantemente do mal que mesmo em situações miseravelmente tristes como a da Argentina (dessa vez falo do país e não da seleção) ainda há metade de um país que defende com afinco o peronismo, principal responsável pelo desastre econômico e social vigente no país.

Ademais, é impressionante ver que a direita brasileira sempre que se une é em numa espécie de busca pela sobrevivência, de tentar subir o time da Série C para a Série B. Enquanto a esquerda guiada por conceitos e ideias da Escola de Frankfurt, são mais unidos e brigam para a hegemonia e não apenas pela sobrevivência. Em grande parte dos nichos, eles conseguiram. A tal “elite intelectual” é um exemplo claro do êxito da estratégia esquerdista.

A conclusão que eu chego é que toda essa construção manipulativa faz com que muitos se neguem a ver a realidade posta à sua frente. Não adianta tentar mostrar os inúmeros erros de um governo que nem sequer assumiu. Não adianta mostrar o que aconteceu com os países que foram nessa mesma direção. Para certas pessoas a ideologia já é mais forte do que a sua própria existência. É uma doença retroalimentada por tantos fatores que é até difícil de começar a descrevê-los.

O que eu posso fazer é torcer para que por algum tipo de providência divina, nosso país prospere, pois saiba que de nada adianta torcer contra um governo. E antes que você me xingue, saiba que partilho totalmente do sentimento de que é impossível o governo Lula fazer algo que coloque nosso país em uma trajetória próspera. Entretanto, só nos resta torcer pelo nosso país e elaborar críticas construtivas já que as pessoas, independentemente do caos que nos permeia, uma vez contaminadas por certas ideias, na maioria dos casos não serão os fatos e muito menos a realidade que causarão a mudança de opinião.

Assim como o sujeito descontrolado do bar, grande parte dos brasileiros optaram por não enxergar a realidade e assim continuarão. Nos resta, então, torcer para o país e conversar com pessoas mais sensatas a fim guiá-las de volta a realidade.

Conteúdo extra: O Fim dos Estados Unidos está próximo....

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