Cuba Libre

A situação recente de Cuba, em que a população se manifesta massivamente contra a opressão do governo ditatorial no país somente prova, mais uma vez, a decadência moral da imprensa e a já conhecida tendência autoritária e ditatorial da esquerda em geral. Argumentos no sentido de que cubanos protestam contra a falta de vacinas ou que o grande culpado pela situação no país é o embargo dos EUA à ilha são apenas falácias. A verdade é uma só: os protestos são contra o regime opressor implantado pelos irmãos Castro e a população cubana clama por liberdade, conforme pode ser visto em vários vídeos viralizados na internet. 

Sobre a questão do embargo norte-americano, ainda que sejam plenamente discutíveis a moralidade ou mesmo a viabilidade de medida tão extrema e longínqua, alguns pontos devem ser destacados. Primeiramente, a incoerência do discurso socialista torna-se mais uma vez patente: se elegem o capitalismo como o principal mal da humanidade, como culpar o embargo comercial do país mais capitalista do mundo pelas mazelas do socialismo? Em segundo lugar, há de se ter em mente que o embargo não provém de uma ação ao acaso do governo norte-americano. Ele foi implementado como uma reação dos EUA contra as expropriações que atingiram cidadãos e companhias norte-americanas, levadas a cabo ainda em 1960 pelo governo revolucionário. Além disso, apesar do embargo, os EUA figuram entre os cinco maiores exportadores à Cuba e são os principais fornecedores de produtos agrícolas à ilha. Destaca-se, ainda, que os cubanos podem comprar bens americanos pelo México e que tal embargo só atinge as relações comerciais entre a ilha e os EUA, tendo Cuba, portanto, acesso aos produtos de qualquer outro país do mundo. O fato de não conseguirem comprar tais produtos relaciona-se muito mais com o fracasso econômico do socialismo na prática. Como Cuba não é capaz de produzir eficientemente praticamente nenhum bem, não sendo grande exportador de quase nada, não consegue financiar as importações.

Sobre esse último ponto, Mises e Hayek já alertavam, ainda nos anos 1920 e 1940, respectivamente, para a inviabilidade econômica do socialismo. Para além da questão do balanço de pagamentos, o socialismo é totalmente incompatível com democracia ou com liberdade (ao contrário do que sugere o nome de um partido político no Brasil). E o motivo para tal é meramente econômico: não há como implementar democraticamente uma economia 100% planificada. Como decidir democraticamente quem produz o quê, ou o quanto se produz de cada produto? Como conceder liberdade a um povo que deve seguir as diretrizes do governo em uma economia planificada? Por isso, governos de países socialistas invariavelmente acabam em ditaduras. Foi assim com cada um dos países que passaram por essa infeliz aventura. 

Voltando, agora, à cobertura da imprensa e à posição dos partidos de esquerda sobre a situação na ilha castrista, falar que o que ocorre lá é decorrente da falta de vacinas ou da pandemia é simplesmente falso. Diversos vídeos mostram a população cubana nas ruas aos gritos de “libertad”! Relatos dão conta de tortura e assassinatos por parte das forças policiais. Partidos como o PT apoiarem o governo ditatorial e culparem os EUA pela situação da população cubana é mau caratismo e diz muito sobre o projeto que esse pessoal tem para o Brasil. “Ah, mas o PT governou o país por 13 anos e o Brasil não virou uma ditadura”. Sim, mas não foi por falta de vontade. Uma coisa é certa: os governos do PT não foram democráticos. Eles aparelharam as instituições (vide a composição atual do STF), aparelharam e saquearam as empresas estatais, compraram as casas legislativas, tentaram regular os meios de comunicação, e, principalmente, financiaram (não somente apoiaram) ditaduras como a de Cuba e da Venezuela com o dinheiro dos nossos impostos, por meio de obras faraônicas financiadas a juros subsidiados pelo BNDES ou por meio do trabalho escravo dos médicos cubanos no âmbito do programa Mais Médicos. Se isso não é subverter a democracia, eu não sei o que é! Exaltar o governo cubano é, por si só, antidemocrático e abjeto. Fazer isso defendendo que lá (ou na Venezuela) existe democracia e que o governo brasileiro é autoritário é uma piada. Afinal, o que aconteceria com um cubano se fosse às redes sociais e chamasse o presidente de genocida, ou se escrevesse artigos torcendo pela sua morte?

Concluindo, algumas constatações são óbvias: o povo cubano se revolta contra uma ditadura que já dura mais de 60 anos e clama por liberdade! Socialismo não pode coexistir com liberdade ou com democracia! Quem apoia o regime vigente em Cuba ou na Venezuela não é democrático!