A Política é a arte da ilusão
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A Política é a arte da ilusão

O político sempre foi um ilusionista. Ao longo dos séculos ele aperfeiçoou de forma magistral a arte de “performar”, entretendo o público com um discurso enquanto age de forma oposta atrás dos panos.O truque é bastante simples: se sob os holo...

Gustavo Lange
2 min
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O político sempre foi um ilusionista. Ao longo dos séculos ele aperfeiçoou a arte de “performar”. Se sob os holofotes ele entretinha o público com um discurso, às escuras ele praticava exatamente o oposto. 

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E o truque é bastante simples: basta gritar “democracia” ao mesmo tempo em que defende ditaduras ao redor do mundo. Ou gritar novamente “democracia” mas trabalhar contra as liberdades individuais (ir e vir, trabalhar, empreender, consumir, se defender). É possível ainda gritar “democracia” mais uma vez, (já que a expressão é um verdadeiro coringa) mas ter o sonho de regular os meios de comunicação. Existem ainda outros gritos como os de “liberdade e justiça” mas sem revelar jamais que a igualdade será de miséria e a justiça será conforme lhes for conveniente e oportuno. Basta lembrar que estão soltos os pegos com malas e cuecas cheias de dinheiro e presos aqueles que ousaram testar o seu suposto direito à liberdade de expressão. 

E assim chegamos no auge de nossa frágil democracia, onde roubar parece que deixou de ser crime. Agora parece que o crime é emitir opinião. Este sim tem como pena perda de redes sociais, bloqueio de contas e até cadeia. Mas e daí se quem está preso pensa diferente de nós, não é mesmo?

Mas tudo isso só é possível devido à nossa falta de amadurecimento. Somos mais propensos e acreditar em uma mentira macia do que em uma dura verdade. Reconheçamos, nós não gostamos da verdade. A verdade muitas vezes é dura, machuca, nos soa até “cruel”. Sem falar que geralmente nos tira da zona de conforto, nos obriga a mudar, nos faz crescer. Já a mentira suave nos conforta, nos justifica e no une num sentimento de pertencimento, mesmo que o denominador comum deste pertencimento seja a mediocridade e a delegação de nossas responsabilidades a um terceiro.

E tudo isso para chegar ao óbvio de que nós não gostamos de políticos que nos digam a verdade, ainda mais se ela for dita de maneira intempestiva, rude ou as vezes até grosseira. Nós gostamos da mentira aveludada, da ilusão da vida fácil e da falácia de que não somos responsáveis pelo rumo de nossas vidas. 

Nós estamos estamos tão perto do “sonho americano” como estamos do “pesadelo argentino e venezuelano”.  São as nossas futuras escolhas que farão toda a diferença.