Como enterrar um legado em 120 minutos

Ontem a torcida do Flamengo se viu diante de sua derrota mais melancólica em 126 anos de história, a perda do tri-campeonato da Libertadores ontem diante do Palmeiras no estádio centenário em Montevidéu no Uruguai enterrou de vez um legado de um treinador que sempre teve em seus sonho treinar o clube onde jogou o augue da carreira quando era jogador.

Renato Portaluppi é uma figura folclórica do futebol nacional, sempre polêmico desde jogador, o treinador que havia chegado ao Flamengo repleto de desconfiança da torcida, logo havia conseguido calar parte dela com uma sequencia de resultados positivos e goleadas que nem o Flamengo de 2019 era capaz de conseguir, o cenário que se desenhava era que seria uma temporada histórica para ambos, o Renato alcançaria uma glória que nem os cinco anos recentes de Grêmio teriam lhe dado, o clube teria um ano tão memorável quanto 2019 ou até mesmo 1981, mas foi exatamente por ai que os erros começaram.

Primeiro quando começou a escalar mal o time a ponto de perder pontos que agora fazem uma falta tremenda na tabela no Brasileirão, o simples fato de "jogar a toalha" como ele mesmo já tinha demonstrado em suas coletivas, atiçou a ira da torcida que já não nutria simpatia por ele, depois perdeu uma vaga para a decisão numa competição onde chegar na final faria uma diferença enorme para os cofres do clube, e novamente na coletiva lembrou que não se pode ganhar tudo e quem tudo quer no final fica sem nada.

Abriu mão de duas competições, e na última que ele e a torcida julgava como a mais importante, perdeu já na escalação, perdeu de novo quando demorou para fazer as mexidas e principalmente perdeu quando teve um mês para levantar o emocional do elenco e ontem logo após a virada palmeirense os jogadores já haviam aceitado o fato que aquele titulo estava perdido.

Renato ontem enterrou um legado em 120 minutos, os títulos da época de jogador ficaram na história, mas os vexames recentes também, que isso sirva de lição antes de falar besteiras nas suas coletivas, o que você fala ontem e hoje, pode se voltar contra si amanhã.

Por Helenaldo Silva