A história mais difícil é simples de criar!
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A história mais difícil é simples de criar!

Marcelo Andrighetti
3 min
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Quando começamos a entender como as histórias se constituem, fica claro que não é fácil unir teoria e prática.

Existem milhares de estratégias de composição ⎯ e nenhuma é considerada equivocada. Pra ser sincero, mesmo que muitas técnicas sejam até contraditórias, o que elas pretendem é a mesma coisa:

ensinar você a entregar uma mensagem e fazer o público pensar.

Porém, mesmo que haja divergência no estilo ou mesmo no método, nunca li um livro que dissesse que boas histórias são aquelas cheias de incógnitas, que o público fica perdido e que ninguém entende nada.

Pelo contrário: de maneira unânime, todos os teóricos querem lhe mostrar que um dos elementos mais difíceis é a simplicidade.

Quanto mais você amadurece na escrita, mais você percebe que a simplicidade é uma busca insaciável, um norte que todo bom criativo deseja abraçar.

E existe uma maneira disso ocorrer com naturalidade.

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Etimologicamente, a palavra “simplicidade” se originou a partir do latim simplicitas, que pode ser traduzido como “uniforme” ou “pouco variado”. De maneira direta, o público espera ver algo novo. Mas não MUITO novo.

Queremos nos desligar da realidade. Porém, com cautela. Então, dois pontos vão ajudar você a ter isso com mais clareza no momento de desenvolver uma narrativa:

  1. Escrever do ponto de vista do narrador e não a partir do seu olhar: um conceito que você deve ter em mente é que o narrador não é você. Você é um ser humano. E quem narra é o eu-lírico. Separar essas duas coisas é querer entregar a mensagem e não florear a mensagem.
  2. Construir personagens que representem pessoas: os personagens que estão na história devem representar a psique humana e falar sobre todo mundo. O seu protagonista não deve ser alguém acima da média que não tem medo e pode qualquer coisa. Ao contrário, deve ter conflitos interiores, obstáculos e dificuldade de atingir o que deseja.
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Ontem, enquanto eu fazia um atendimento no Consultório Narrativo, o "paciente" (um escritor e ilustrador) comentou que não conseguiria ser tão complexo na escrita e no desenho, por isso preferia ter uma simplicidade na história e um apreço maior nos traços.

Foi quando começamos a conversar sobre "ser simples". Um dos maiores desafios de quem narra é encontrar a complexidade exposta de maneira simples.

É simples, mas não é simplório.

Simplório é aquilo muito crédulo; tolo, ingênuo, papalvo. A complexidade deve habitar a construção da história, os detalhes na composição, a escolha da trama, as conexões entre os personagens, entretanto, quando vai pro papel, a história deve ser entendida.

Vou dar um exemplo:

Pulp Fiction é um ótimo exemplos de complexo e simples.
Pulp Fiction é um ótimo exemplos de complexo e simples.

Tarantino é complexo na construção. E simples na execução. Todos os filmes de Quentin possuem enredos grandes, com conexões bastante complicadas de se costurar. Porém, ao assistir, você entende a história e se conecta com ela.

Dessa forma, um grande segredo é...

Mergulhar na dificuldade em busca do simples!

Convido você a conhecer o Consultório Narrativo, meu atendimento exclusivo e customizado, onde vamos - juntos - encontrar os gargalos de sua criação e potencializar seus projetos.

Vamos nessa?