Bolsonarismo em transe coletivo
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Bolsonarismo em transe coletivo

Os bolsonaristas chamam quem se opõem ao projeto bolsonarista de destruição do Brasil de "comunista", "esquerdista", "traidor", "burro". Eles preferem tratar quem se opõe ao Bolsonaro como "inimigos mortais". Vivem como se estivessem numa tri...

Marcos Santos
2 min
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Apoiadores de Jair Bolsonaro rezam durante apuração dos votos do 2º turno em Brasília (Foto: Ruy Baron / AFP)<br>
Apoiadores de Jair Bolsonaro rezam durante apuração dos votos do 2º turno em Brasília (Foto: Ruy Baron / AFP)

Os bolsonaristas chamam quem se opõem ao projeto bolsonarista de destruição do Brasil de "comunista", "esquerdista", "idiota útil", "traidor", "burro". Eles preferem tratar quem se opõe ao Bolsonaro como "inimigos mortais". Vivem como se estivessem numa tribo que trata quem se opõe à tribo como "forasteiro". Os bolsonaristas vivem como se estivessem no filme "Terra em Transe" (1967) ao negar o resultado das eleições, e defenderem a volta da ditadura militar no Brasil. O discurso bolsonarista de que são "manifestações pacíficas" cai absolutamente por terra quando você vê bolsonaristas provocando o caos na noite da diplomação da chapa Lula/Alckmin pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e mais recentemente, a prisão de um terrorista bolsonarista que deixou no Aeroporto de Brasília uma bomba, que foi detonada pelo esquadrão antibomba da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

No fundo, o que os bolsonaristas querem é instaurar o caos total no Brasil, é instaurar a anarquia, é instaurar o totalitarismo, é instaurar uma ditadura militar no Brasil, sob a desculpa completamente esfarrapada e fajuta de que "é para impedir a implantação do comunismo no Brasil". Não dá para normalizar um extremista deixar no aeroporto da capital do Brasil uma bomba que poderia causar uma tragédia sem precedentes no país, se ela não tivesse sido descoberta e detonada pela Polícia Civil do Distrito Federal. Uma tragédia como seria essa e que, felizmente, foi evitada, poderia trazer uma repercussão extremamente negativa para o Brasil, dentro e fora do país, e aumenta a preocupação de que essa seja uma semana tensa antes da posse de Lula para um terceiro mandato.

O bolsonarismo vive em transe coletivo. Não aceita a derrota de Bolsonaro para Lula, e quer incendiar o Brasil provocando o caos e a desordem. Eles nunca foram pacíficos. Muito pelo contrário. Sempre apostaram no caos, na desordem e na intolerância. Sempre apostaram na ruptura institucional. Só sabem colocar a culpa nos outros, sem assumirem a própria culpa por tanta coisa errada que Bolsonaro, seus aliados e seus apoiadores fizeram ao longo dessa quadra macabra da história política nacional. Vivem como se estivessem em uma realidade paralela. Vivem como se estivessem numa terra em transe. Como se estivessem vivendo numa terra sem lei. E o Brasil não é uma terra sem lei.