Investir é mais fácil que fazer nhoque
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Investir é mais fácil que fazer nhoque

Investir pode ser supreendentemente simples!

Danilo
4 min
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&nbsp; Photo by&nbsp;<a href="https://unsplash.com/@hannahtasker?utm_source=unsplash&amp;utm_medium=referral&amp;utm_content=creditCopyText">Hannah Tasker</a>&nbsp;on&nbsp;<a href="https://unsplash.com/@hannahtasker?utm_source=unsplash&amp;utm_medium=referral&amp;utm_content=creditCopyText">Unsplash</a>
  Photo by Hannah Tasker on Unsplash

Dia desses me deu uma saudade danada no nhoque da minha Velha (na verdade ela ainda está em cima, mas eu a chamo assim desde sempre). Sabe como é né, a gente nunca esquece o tempero de casa.

Como estava longe, decidi ligar para pegar a receita e me aventurar na cozinha. Afinal, pensei, não sou nenhum mestre-cuca, mas me viro bem; não deve ser tão difícil. Ledo engano.

Depois de sujar a cozinha toda, fiz uma massa tão dura que não deu nem para os meninos brincarem “de massa de modelar”. Enfim, foi uma tragédia. Paciência, era apenas a primeira vez.

Como sou teimoso, segui tentando, mas não tinha jeito de encontrar a alquimia certa entre os ingredientes, tampouco o ponto da massa. Só na quarta vez é que consegui acertar o maldito ponto da massa — e a Velha dizendo que era fácil! ah, tá bom!

Bem, pode ficar tranquilo pois não seguirei narrando as minhas peripécias culinárias; o papo não é sobre cozinha (até porque não manjo, como ficou claro).

Na verdade, eu gostaria incentivá-lo a quebrar o tão frequente tabu sobre investimentos. Diferente do que o senso comum indica, investir não é “coisa de rico”, tampouco “coisa de gênio”. Longe disso. É muito mais simples do que parece.

Veja bem, a galera se aventura no mundo da culinária, aprende yoga, manda ver no CrossFit, começa a praticar esportes radicais, aprende a dançar, a jogar poker, faz apostas esportivas, joga RPG…

Ou seja, faz um monte de coisas extremamente complicadas (se você já tentou andar de skate ou fazer uma posição de yoga, sabe do que estou falando), que dão um trabalho monumental só para aprender, e não vejo ninguém reclamando. Pelo contrário, as pessoas que iniciam essas práticas costumam ficar fascinadas e geralmente dedicam boa parte do seu tempo a elas. Meus filhos, por exemplo, quando ganharam seus patins, nunca haviam andado..., uma semana depois já estava “voando”.

Entretanto, quando o assunto é poupar e investir o dinheirinho suado, sai de baixo! Aí então “o troço é difícil”, “é coisa de rico”, “é muito complicado” e por aí vai... Falar sobre o futuro, aposentadoria e sucessão (“eu não quero morrer!”), “nem pensar!”.

Veja você, o cara topa pular de um paraquedas, mas não tem coragem de abrir uma conta numa corretora pelo celular; perde um tempão fazendo pesquisas sobre nutrição e se submete a dietas super rigorosas, mas não topa gastar dez minutos para descobrir uma opção melhor que a caderneta de poupança.

Vamos combinar, “há algo errado que não está certo”, né não?

Para tentar mudar um pouco esta ideia, permita-me falar um pouco da minha experiência.

Há poucos anos, eu mal conseguia fazer o dinheiro sobrar; mal sabia o que era um orçamento. Mas a dificuldade é a mãe das lições. À medida que a coisa ficava mais difícil, comecei a me interessar por educação financeira e, então, iniciei a busca por aprendizado. Comecei me livrando das dívidas, depois passei a selecionar melhor os gastos e dentro de algum tempo a mágica teve início: o dinheiro começou a sobrar. Simples assim.

Com uns trocados na mão, passei a me dedicar ao próximo passo: investir. Adivinha por onde comecei? Fácil, né? Na poupança, é claro. Mas veja bem, o mais importante é que comecei. Sabe aquela primeira semana na academia que você faz tudo errado, não vê resultado nenhum e pensa em desistir? Tipo isso.

Mas ao invés de me contentar com o rendimento pífio da poupança ou achar que o esforço não valia a pena, comecei a procurar outras opções de investimento. Comecei a aplicar em CDBs dos bancos grandes, nos quais eu tinha conta (o que também não era essa Coca-Cola toda), depois parti para o Tesouro Direto, comecei a investir em Fundos, passei a aplicar em ações, depois comecei a pensar em seguros, investir no exterior, dividir os investimentos por prazos, fazer planejamentos… e de repente… a mágica estava acontecendo.      

Planejamento financeiro e investimento passaram a ser temas recorrentes na minha vida, assim como estudo, trabalho, alimentação, atividade física etc. Ou seja, o que parecia extremamente complicado no começo, passou a ser algo trivial, um hábito como outro qualquer.

É claro que não percorri todas essas estadas em um só suspiro. Fui evoluindo ao longo do percurso, assim como ocorre em qualquer outra atividade. Pode ser que você mal consiga fritar um ovo na sua primeira experiência na cozinha, mas depois de um ano você certamente conseguirá fazer um monte de rango massa.

No fundo, tudo é uma questão de prática. É assim na cozinha, na academia, no videogame (ainda vou conseguir ganhar do meu filho no Mortal Kombat)... E também é assim com investimentos.

Então faz o seguinte: pare de repetir que investir é difícil ou que não é para você, e dê o primeiro passo. Se não tem um orçamento, comece a fazer um; se sua grana está parada na poupança, descubra como funciona o Tesouro Direto ou procure um fundo DI barato; se sua bufunfa está toda em renda fixa, procure opções para diversificar, etc.

Enfim, quebre esse tabu. Dê o primeiro ou o próximo passo. Transforme a atividade de investir em algo leve e simples. Logo você estará colhendo os frutos. E eu posso garantir que será mais fácil do que fazer um nhoque.