Trocentos planos econômicos; uma cacetada de moedas diferentes; um milhão de escândalos de corrupção (desculpe, um trilhão); dois impeachments em menos de vinte anos; uma inflação que nunca para de nos afligir; uma bolsa de valores que possui...
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Trocentos planos econômicos; uma cacetada de moedas diferentes; um milhão de escândalos de corrupção (desculpe, um trilhão); dois impeachments em menos de vinte anos; uma inflação que nunca para de nos afligir; uma bolsa de valores que possui um risco gigantesco, mas não consegue vencer o CDI... | ||
Quando trocamos o ambiente bucólico do Paço Imperial pelo luxo do Palácio do Catete (nem adianta falar da extravagância de Brasília) selamos o nosso destino: institucionalizamos a corrupção, a incompetência e, é claro, a mediocridade. | ||
Na ânsia de nos tornarmos “livres”, “democráticos” e dar um basta na “opressão” monárquica, demos um pé na bunda daquele que talvez tenha sido o nosso governante mais qualificado, sereno e prudente, e entregamos o país a um monte de demônios cheios de boas intenções, cuja o único propósito — por maior que seja a ironia — era se perpetuar no poder, quer sejam de esquerda, de direita ou de centro, se é que existe mesmo essa separação ideológica no Brasil; para mim, infelizmente, salvo ínfimas exceções, são todos farinha do mesmo saco. | ||
Mas vou parar por aqui, até porque não sou historiador, tampouco cientista político. Sou apenas mais um brasileiro puto da vida por assistir o país passar por mais uma crise absurda, indo na contramão do mundo, por conta de medidas populistas irracionais e a maldição de sempre tentar “arrumar um jeitinho” ao invés de resolver a raiz dos problemas. | ||
Por algum período, depois das barbeiragens fiscais e políticas da “nova matriz econômica”, o mercado financeiro brasileiro conviveu com alguma lucidez e a esperança de que as coisas poderiam ser um pouco melhor — talvez não boas, vai lá, mas pelo menos acima da média. Mas como “não perdemos a oportunidade de perder uma oportunidade”, voltamos a flertar com o precipício. | ||
Depois de uma reforma previdenciária dura (mas necessária), de uma reforma trabalhista razoável e da volta de algum bom senso fiscal na forma do Teto de Gastos, aqui estamos mais uma vez insistindo na ideia absurda de gastar mais do que temos — experimenta fazer isso na sua casa e me diz quanto tempo dura essa utopia. | ||
Voltamos a mesma retórica — ou seria sofisma? — de sempre: de que é preciso fazer um esforço para ajudar quem mais precisa, blá-blá-blá. É claro que precisamos ajudar os mais necessitados, mas aumentar o bolsa família em R$ 100, R$ 200 ou R$ 300, por si só, não resolverá o problema. Além disso, se não temos grana sobrando (muito pelo contrário), para aumentar alguma coisa precisamos diminuir outra — assim como faz toda família —, e, cá entre nós, o que não faltam são empresas e programas públicos ineficientes, a começar pelas regalias dos “representantes do povo”. | ||
Além disso, mais uma vez estamos fingindo tratar o sintoma, sem tratar a causa. Digo fingindo porque sabemos claramente que os demiurgos que se dizem defensores do povo não querem ajudar ninguém além de si mesmos; só o que importa é o número de votos que essa pretensa bondade vai gerar em 2022. | ||
Repito, para que não haja dúvida: é fundamental socorrer a parcela da população mais vulnerável. Eu mesmo já estive nessa situação e fui ajudado por programas públicos. Contudo, é preciso “meter o dedo na ferida”, fazendo as reformas necessárias para tornar o país mais eficiente e atrair investimentos e empregos; acabando com os privilégios; elevando o nível educacional para que as próximas gerações tenham melhores condições de vida e possam eleger melhores governantes, criando um ciclo virtuoso, para que finalmente deixemos de ser medíocres, corruptos e atrasados. | ||
Para piorar, quando tentamos olhar à frente, o que vemos é uma paisagem ainda mais nublada. Caminhamos para um ano eleitoral em que as principais opções, para usar um eufemismo, não representam nem de longe o futuro que desejamos; dois lados opostos de uma mesma moeda, que simbolizam uma política ultrapassada de compadrios, privilégios e trapaças. | ||
A essa altura, até o “posto ipiranga” perdeu a credibilidade e está vendendo gasolina completamente adulterada pela substância tóxica do populismo, fazendo tudo o que pode para tentar evitar uma crise ainda maior, mas cada vez mais isolado, perdendo pouco a pouco cada um dos notáveis do seu time que se arriscaram a nadar contra a maré crescente do disparate e absurdo político. | ||
Nesse cenário dantesco, o ciclo vicioso do velho Brasil, com bolsa caindo (ou seria derretendo?), dólar subindo, inflação descontrolada, taxa de juros cada vez maior e PIB inexistente, ressurge com todo ímpeto. | ||
Aquele sonho de taxa de juros baixa, inflação controlada, PIB crescendo em níveis sustentáveis, elevação do investimento direto, geração de empregos e bolsa decolando está completamente em xeque. E olha que sonhávamos com isso há apenas um ano... | ||
Mas se você não está começando a sua vida adulta e/ou financeira agora, não deveria se assustar. O Brasil é assim desde sempre. Vivemos alternando momentos de esperança e expectativas elevadas com crises absurdas e bagunça total; estamos sempre divididos entre o “país do futuro” e o “país da mediocridade”, perpetuando o estigma do “voo de galinha”; e o que é pior, sempre a procura do próximo “salvador da pátria”. | ||
A notícia boa para você que é investidor (ou está pensando em ser) é que a sua vida ficou muito mais fácil. Em um passado não muito distante, numa situação dessas, a única opção era ficar montado no CDI e torcer para que a inflação não corroesse todos os seus ganhos; poucos eram aqueles que se aventuravam em ativos mais “arriscados”. | ||
Hoje, o contexto é muito diferente. Nunca foi tão fácil investir, nunca houve tantos meios, tantas corretoras, tantos ativos diferentes... | ||
Investir no exterior, algo absolutamente impensável para 99,9% dos brasileiros até pouco tempo, não é apenas possível como também muito simples. Você pode aplicar via fundos, via ETFs, via BDRs, pode abrir uma conta lá fora... | ||
Você pode investir em techs, laboratórios, empresas de games, empresas de cannabis, urânio, carbono, ESG, criptomoedas... | ||
Eu sei que você já está cansado de saber que diversificar é fundamental para ter sucesso nos investimentos. Mas no Brasil, não é só uma questão de sucesso, é uma questão de sobrevivência, e em momentos como o atual — em que só encontraremos alguma solução depois de mais uma vez flertarmos com o precipício — só reforçam essa necessidade. | ||
Diante de tantas opções, não faz sentido nenhum continuar com o seu dinheiro alocado 100% no Brasil ou em poucos ativos. Obviamente, se você entrou no olho do furacão sem a diversificação adequada, também não faz sentido dar um “cavalo de pau” na sua carteira; reveja sua exposição, seu perfil de risco e vá ajustando aos poucos o seu portfólio. É como diz aquela frase “se você estiver atravessando o inferno, não pare”. | ||
Como de costume, estamos em crise. Mas não faltam opções de investimentos para atenuarmos o impacto e chegarmos ao outro lado vivos e, o que é melhor, preparados para ganhar dinheiro quando chegar a próxima onda de esperança, porque, de um jeito ou de outro, ela sempre chega. |