#03 A anamnese financeira e o controle da dívida
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#03 A anamnese financeira e o controle da dívida

Dando continuidade na nossa série sobre educação financeira, hoje vamos, de fato, começar a realizar um planejamento financeiro personalizado, e começar a colocar a mão na massa com o intuito de aumentar a nossa capacidade de poupança para ob...

Investindo Direito
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Dando continuidade na nossa série sobre educação financeira, hoje vamos, de fato, começar a realizar um planejamento financeiro personalizado, e começar a colocar a mão na massa com o intuito de aumentar a nossa capacidade de poupança para obtermos futuramente nossa liberdade financeira através desse montante poupado corretamente investido ao longo do tempo.

O primeiro passo é realizarmos uma auto anamnese financeira.

Calma, vou explicar esse palavrão! Anamnese é aquela série de perguntas e primeiros exames que o médico faz quando você o procura por algum motivo, para, então, tentar achar um diagnóstico correto e tratá-lo com os remédios cabíveis. Só que no nosso caso, vamos examinar como está sua saúde financeira, e não a sua saúde física.

Essa auto análise deve ser feita respondendo as seguintes perguntas (caso responda SIM nas duas primeiras ou NÃO nas demais, você deve para o teste):

-           Você tem alguma dívida não paga?

-           Você tem gastos mensais acima do seu salário/receita?

-           Você consegue recorrentemente poupar, pelo menos, 20% do que ganha?

-           Você tem uma reserva de emergência de 6 a 12 vezes o seu custo mensal?

-           Você investe em diferentes produtos com o foco na aposentadoria em longo prazo?

E aí, respondeu?

Aqueles que não passam da primeira e segunda perguntas, são os que categorizo como endividados. Para eles, como já dito na newsletter passada, as soluções são um aumento das fontes de renda e melhora na eficiência dos gastos.

Os que param na terceira e quarta perguntas são os poupadores, que já conseguiram construir em suas vidas o hábito da poupança e, por ignorância ou falta de orientação, ainda não começaram a investir para o longo prazo.

Por fim, aqueles que chegam ao final do teste são os investidores, são aqueles que já estão no processo de construção de riqueza de longo prazo e rumo à independência financeira.

Uma vez identificado em qual fase você se encontra hoje, passarei a analisar que tipo de "tratamentos" podemos fazer para que você evolua de fase, começando pelos endividados.

Para aqueles que ainda possuem dívidas, infelizmente, o caminho da independência financeira será ainda mais sinuoso. Porém, deixo aqui o recado de que não é impossível, apenas vai requerer maior força de vontade e sacrifícios (alguns drásticos), ao menos até deixar a posição de endividado.

O grande problema é que essas pessoas, mergulhadas em um espiral de problemas, deixam de procurar alternativas, pois passam a acreditar que elas simplesmente não existem. O próprio sistema que te colocou nessa situação oferece algumas alternativas como os feirões de negociação de dívidas e portabilidade de contratos para outras instituições financeiras.

Nesses feirões de negociação, é possível quitar dívidas com descontos na ordem de 60% do montante total. Além disso, todos os bancos tem um departamento permanente focado em cobrança e renegociações de dívidas, que estão sempre abertos a fazer um acordo. Tente negociar! Mostre que está disposto a pagar e jogue limpo sobre sua situação. O banco não tem interesse em deixar sua dívida em aberto, cobrando juros sobre juros, sendo que você nunca terá a capacidade de quitar. Eu mesmo, por exemplo, consegui recentemente renegociar a dívida de um financiamento de automóvel de um amigo com uma quitação à vista de apenas 45% do montante total.

A portabilidade de contratos é outro instrumento interessante. Você sabia que a maioria dos financiamentos você pode migrar livremente do banco X para o banco Y caso você queira? Por isso é muito importante conhecer a sua dívida! Quanto de juros você está pagando? Já experimentou levar o seu financiamento para outro banco orçar quanto cobraria? Pode ser uma troca muito vantajosa que vai diminuir muito o custo da sua dívida.

Mais um ponto importante em conhecer a sua dívida é que existem tipos de dívida que cobram valores exorbitantes de taxas de juros e outras com taxas mais civilizadas. Por exemplo, via de regra, os juros do cheque especial são sempre obscenos! Caso você tenha esse tipo de dívida e não tenha como quitar, talvez faça sentido tentar um crédito consignado (que oferece juros mais módicos), diminuindo, assim, o efeito bola de neve da sua dívida.  

Mesmo tendo feito esse trabalho de controle e renegociação da dívida, é importante frisar que enquanto a situação de endividado permanecer, o seu foco deve ser 100% em quitar essa dívida. Não entre na armadilha de achar que o parcelamento da dívida está acomodado e dentro dos meus ganhos, e que, em virtude disso, caso sobre alguma coisa no fim do mês já posso começar a investir.

Eu sei que pode ser tentador esse pensamento, especialmente se você está ansioso para atingir sua liberdade financeira. Porém não podemos colocar o carro na frente dos bois nesse momento. O que acontece é que os juros que você continua pagando sobre o montante não quitado da dívida (quase certamente) serão maiores que o retorno que você obterá nos seus investimentos. Isso sem falar no risco que você corre investindo, podendo ver, especialmente no curto prazo, o dinheiro investido rendendo a taxas negativas por alguma situação adversa de mercado. Assim, caso após o controle da sua dívida, ainda sobre algum montante no final do mês a dica é: renegocie novamente a dívida para quitá-la mais rapidamente e em condições ainda melhores de juros.

Após o controle e renegociação da dívida, o próximo passo para endividados é saber gastar melhor, mas esse papo fica para segunda que vem!

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