mostre sua arte para o mundo 👀
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mostre sua arte para o mundo 👀

pense no seu filme favorito. imagine se os roteiristas jamais tivessem coragem de enviar seu trabalho para o pitch (como se chamam as seleçÔes de projetos audiovisuais a serem realizados pelos estĂșdios). vocĂȘ nĂŁo o teria como filme favorito porque el

Isa⚡Almeida
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<b>mais uma vez, a arte desse post foi feita pela incrĂ­vel <a href="https://www.instagram.com/isabelsachetti/">isabel sachetti.</a></b>
mais uma vez, a arte desse post foi feita pela incrĂ­vel isabel sachetti.

quem Ă© vocĂȘ? para mim, essa Ă© a pergunta mais difĂ­cil do mundo.

algumas pessoas costumam responder a pergunta ‘quem Ă© vocĂȘ’ entregando um dossiĂȘ completo sobre seus trabalhos, conquistas acadĂȘmicas e sucessos curriculares. Ă© natural confundir quem Ă© vocĂȘ e o que vocĂȘ faz. no meu caso, sempre tive dificuldade em responder Ă s duas perguntas. tinha medo de falar um pouco sobre o que eu faço e ser obrigada a mostrar meus trabalhos. 

a isa da Ă©poca tinha pavor de expor qualquer pedacinho de arte produzido por ela: vai que alguĂ©m consegue perceber que sou uma farsa? vai que alguĂ©m nota que, na verdade, nĂŁo sei o que estou fazendo? e se, por um acaso, as pessoas me ridicularizarem por fazer arte medĂ­ocre? isso vai dizer tudo o que alguĂ©m precisa saber sobre mim.

bom, se vocĂȘ estĂĄ aqui, sabe que aconteceu um desenvolvimento de personagem bem interessante nessa histĂłria. hoje, trabalho expondo tudo o que faço. curioso, nĂ©?

na verdade, nĂŁo hĂĄ nada de curioso nisso. lembra do que eu disse sobre como Ă© natural confundir quem Ă© vocĂȘ com o que vocĂȘ faz? entĂŁo, eu tambĂ©m estava confusa. achava que existia uma cadeia de ação e consequĂȘncias associadas Ă  mostrar meu trabalho: se eu mostrasse e o projeto estivesse ruim, automaticamente, as pessoas iriam julgar meu carĂĄter, habilidades artĂ­sticas e me ridicularizar.

atĂ© existem pessoas que podem fazer isso, mas a grande maioria nĂŁo estĂĄ nem aĂ­ para o que vocĂȘ produz. todo mundo estĂĄ muito mais preocupado com seus prĂłprios problemas e, para mim, isso Ă© um grande alĂ­vio. ninguĂ©m associa um trabalho ruim ao seu carĂĄter porque as pessoas simplesmente nĂŁo se importam o suficiente.

ninguĂ©m vai se lembrar de um vĂ­deo ruim que vocĂȘ fez em 2011. ninguĂ©m se importa se vocĂȘ usou as cores erradas naquela ilustração. definitivamente ninguĂ©m vai lembrar dos possĂ­veis erros de pontuação ou concordĂąncia nesse texto.

agora, com certeza, pessoas guardam na memĂłria obras de arte que as tocaram profundamente. esse Ă© o lado bom de mostrar o seu trabalho: vocĂȘ pode encantar pessoas. vocĂȘ se conecta com elas atravĂ©s de sentimentos reais e identificação.

pense no seu filme favorito. imagine se os roteiristas jamais tivessem coragem de enviar seu trabalho para o pitch (como se chamam as seleçÔes de projetos audiovisuais a serem realizados pelos estĂșdios). imagine se a direção nunca tivesse a coragem de assumir esse projeto. e se os atores nĂŁo tivessem acreditado no seu poder de expressar arte atravĂ©s do corpo e nunca entrassem em uma companhia de teatro? seria uma pena. vocĂȘ nĂŁo o teria como filme favorito porque ele nunca teria saĂ­do do papel.

de nada serve a arte se vocĂȘ a deixa escondida do mundo. a arte Ă© para ser sentida, compartilhada e nĂŁo para ficar dentro de uma gaveta, esperando ser descoberta depois que vocĂȘ nĂŁo estiver mais aqui.


um Ăłtimo exemplo Ă© o trabalho de uma fotĂłgrafa de rua chamada vivian maier. ela  era uma mulher excĂȘntrica para a Ă©poca: em 1951 ninguĂ©m compreendia o porquĂȘ ela carregava sempre uma cĂąmera ao redor do pescoço. nascida em nova iorque, falava com sotaque francĂȘs, usava botas de combate militares nos pĂ©s, trabalhou de babĂĄ a maior parte de sua vida e jamais compartilhou com o mundo as fotografias que tirava nas ruas.

vivian era acumuladora, tinha caixas e caixas de recortes de jornais, negativos nunca revelados, livros e todos os tipos de cacarecos que vocĂȘ possa imaginar. 

ela tinha uma saĂșde mental debilitada e supĂ”e-se que isso tambĂ©m tenha a ver com sua resistĂȘncia a compartilhar seu trabalho. fotografou atĂ© 1990 e deixou um acervo de cem mil negativos, alĂ©m das gravaçÔes e documentĂĄrios captados em vĂ­deo. 

seu trabalho foi descoberto por john maloof, um cineasta que buscava fotos antigas de chicago em um leilĂŁo local e acabou comprando uma caixa de negativos de vivian, que havia falecido e nĂŁo possuĂ­a herdeiros para retirar seus bens.

maloof produziu um documentĂĄrio fantĂĄstico sobre ela e garantiu que sua obra jamais caĂ­sse no esquecimento.


acredito que agora vocĂȘ tenha se convencido de que mostrar o seu trabalho Ă© a coisa mais importante que pode fazer pela a sua arte, nĂ©?a boa notĂ­cia Ă© que hoje em dia o processo para espalhar seu trabalho por aĂ­ Ă© muito mais simples do que na Ă©poca da vivian maier. As redes sociais sĂŁo ferramentas poderosas para artistas.

foi assim que comecei a divulgar o meu trabalho e foram atravĂ©s delas que meus clientes me encontraram. hoje, sĂł faço o que amo porque tive a coragem de mostrar meu trabalho
 e que bom que fiz isso.

agora, e vocĂȘ? o que estĂĄ esperando para mostrar o que faz ao mundo? 

veja o trabalho da vivien meier aqui!