Rápidas Considerações sobre Robin Hood

As histórias — ou estórias (pois não se sabe se são narrativas baseadas em fatos reais ou não)— de Robin Hood nascem de baladas contadas por camponeses ingleses que narravam oralmente as aventuras do jovem arqueiro de geração em geração. Nos primórdios, era contada através do inglês primitivo (old english) dos saxões e após um certo tempo ganhou seu auge já no inglês médio (middle english): junção do francês, do latim e do já mencionado inglês arcaico. O personagem é comumente conhecido como um mero ladrão que roubava dos ricos para dar aos pobres. Não obstante, esse foco, embora verdadeiro, é utilizado de forma errônea e faz com que toda a trajetória deste seja manchada, ganhando tons de rebeldia e servindo até mesmo como figura de linguagem para as “lutas” entre classes sociais. Nos dias de hoje, é um prato cheio para as ideologias. Portanto, muitos gostam de colocá-lo em uma espécie de caixilho para então utilizá-lo como exemplo em prol do comunismo.

Estratégia astuta, mas facilmente combatida com uma simples leitura, sobretudo da obra de Howard Pyle, lançada pela primeira vez no ano de 1883.

É necessária a renuncia ao moralismo que existe ao ler as baladas de Robin Hood. Ele é um personagem histórico e não um arauto da moralidade. Pontos interessantes são encontrados em suas aventuras — contexto histórico muito bem definido, por exemplo — e ele está longe de ser fruto das utopias absurdas acerca da batalha imaginária em que o colocam. Robin não é nenhum baluarte da literatura clássica, assim como também não é esse ativista de uniforme verde popularizado pelos incautos de plantão. Afinal, deve-se prestar o devido reconhecimento ao fato de que saxões camponeses do Século XII não eram muito versados em política a ponto de criarem uma marionete literária com o intuito de alienar a massa da época. Pensar em tal possibilidade seria assinar o termo de adesão ao clube dos lunáticos.

Finalizado em 03/08/2021